30.1.04

Acordou como sempre com a cara amarrotada depois de adiantar o despertador 4 vezes. Sonhou a noite inteira com o rapaz cujo coração partiu por causa do outro rapaz que partira seu coração.
Ligou o rádio, tomou o resto do café de ontem, olhou de perto no espelho os cravos do nariz, foi trabalhar. Esqueceu as chaves do escritório em casa. Era um dia que nascia a fórceps.
Viu pessoas, falou sobre o amor, sobre o trânsito, sobre a teoria do nada não é nada porque nada já é alguma coisa. Pensou nos amigos, citou alguns nomes, omitiu outros, questionou-se se um texto que leu na internet foi escrito para ela.
Fez uma transferência bancária, comprou um passe escolar e um drops de menta, ajudou um ceguinho. Foi para casa.
Tomou banho, tirou os pelos que sobravam na sobrancelha, lixou as unhas, teve trabalho para ajeitar as mechas de cabelo que fugiam da longa trança que acabava em um laço azul. Comeu só um ovo cozido para não pesar no estômago. E foi dormir, assim que terminou de tomar o copo americano de Detefon.

Madame Limbo

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