27.10.04

OS MACACOS DO MUSEU BRITÂNICO

Aquela conhecida tese proposta por Rutheford, para ilustrar a gratuidade na combinação das idéias que compõem as grandes obras (milhares de macacos, no saguão do Museu Britânico, datilografando ao acaso, acabariam por compor ao longo do tempo a obra completa de Shakespeare), ganha neste blog uma rica exemplificação, com o detalhamento do conteúdo de alguns trabalhos que brotariam desta instigante metáfora simiesca. Sente-se no primeiro galho e aprecie, leitor.

Teríamos, portanto, a peça "MacacBeth", onde o protagonista, ao ficar com a macaca (no caso, Lady MacacBeth), elimina brutalmente quem se puser em seu caminho rumo ao trono da Escócia. Outro destaque seria "Muito Barulho por Bananada", onde, farto de descascar a banana sozinho, Benedict ousadamente convida sua desafeta Beatrice a provar do longilíneo fruto. Teríamos também "A Megera Domesticada", onde Katharina, uma histérica macaca de auditório, é estudada pelo antropólogo Desmond Morris, que acaba se apaixonando e tempos depois publica a erótica obra memorialista "A Macaca Nua". Não podemos nos esquecer também de "Macaco Antônio e Cleópatra" e "Mico Andrônico", entre outras.

Mas não apenas o teatro shakespeariano seria reproduzido pelo staff de símios datilógrafos. A lei das probabilidades mostra que dali poderiam sair também clássicos da literatura ("A Montanha Mágica dos Gorilas", narrando a estadia da primatologista tuberculosa Diane Fossey num jardim zoológico suíço) e roteiros de sucessos do cinema ( "O Último Orangotango em Paris", onde um velho macaco em crise existencial empurra na jovem Maria Schneider uma média de pau com manteiga) e mais, muito mais. São, como o leitor pode ver, exemplos em penca.

Ah, certo. Não procede a insinuação de que o conteúdo deste blog poderia ser reproduzido na experiência do museu britânico. Na verdade ele é já é originariamente redigido lá.

Ao Mirante, Nelson!

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