4.9.04

Cansei do mocó. Vou-me embora pra puta que pariu criar galinhas. Eu sei fazer isso. Sei até interromper o choco de uma galinha, mergulhando-a num balde de água fria. E retirando-a, naturalmente. A intenção não é afogá-la. Tão logo é retirada da água, a galinha passa a comportar-se como antes do choco, inclusive cumprindo sua obrigação de botar ovos. Aí decido. Ou vou comendo todos os ovos e me entupo de colesterol, ou vou juntando alguns para virar pintinhos. Posso também colocar os ovos numa cesta e sair distribuindo pela vizinhança: "olá, dona Luciana, como está essa bucetinha hoje?" ou "bom dia, dona Angela, sabia que gemadas firmam a bunda?" Pequenas gentilezas, enfim. Coisas que se praticam no interior, ou seja, lá na puta que pariu. Talvez até me candidate a vereador da cidade: "pooooovo da puuuta que pariiiu! Homens e mulheres desta pujante e majestosa terra! Putaquepariuenses de nascimento e de coração!" Posso até dispensar o Duda Mendonça e o Nizan Guanaes. Deste último Deus me livre, não elegeu o Serra presidente, não elege mais ninguém nem na puta que pariu. Tá certo que ele veio de lá, aliás os dois vieram, mas dispenso. Da minha eleição cuido eu. E eleito, meu primeiro projeto será levar a internet de banda larga para a cidade. Só assim, só na puta que pariu eu me vejo livre desta maldita conexão discada!

¢AtaRrO vE®De

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