MULHERZINHA
Ia escrever um post de ódio às mulherzinhas, mas assim que apertou o primeiro Tab, o esmalte da unha do indicador esquerdo lascou. Saiu para buscar um vidrinho de esmalte no banheiro; enquanto procurava o certo entre tantos outros naquela maldita gaveta, o telefone tocou. Pegou um deles e foi atender: era a secretária da terapeuta querendo desmarcar a consulta da semana. A Dra. Suzana não ia poder estar atendendo por motivo de viagem. Quando desligou, percebeu que já estava retocando a unha com a cor errada. Pegou a acetona e o algodão e começou a retirar o esmalte de todas elas. O telefone tocou novamente: era o namorado, para confirmar o jantarzinho com o casal de amigos. Hoje? Hoje. A promoção, esqueceu? Esqueceu. Não tinha ido ao salão fazer escova, nem hidratação. E as unhas estavam horríveis! A pele estava ressecada e nenhuma roupa ia servir porque, claro, ela estava gorda. Foi escorregando de mansinho na parede até sentar-se no chão. E desatou a chorar.
GO ON AND FOOL ME
Considerando as poucas exceções, pessoas são muito mais interessantes quando desconhecidas. Há graça no imaginado, nas suposições que surgem durante o observar à distância, no criado detalhadamente durante as longas noites de insônia passadas debaixo do edredon - além, claro, dos arrepios que a certeza do mistério proporciona -, algo que se perde totalmente logo ao fim da resposta à pergunta mais banal.
- E como você se chama?
- Valéria.
Nunca daria certo. Para ele, ela sempre teria cara de Priscila.
Garota Urbana em amente.capta
23.10.04
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