13.9.08

Comprei um GPS que eu chamei de Sônia. Sônia é canguinha e passional. Tracei o caminho para Telêmaco Borba e segui. Lá pelas tantas, quando entrei em uma estrada de chão, resolvi perguntar para um caminhoneiro se aquele era o caminho correto. Ele riu pra caramba e disse que até poderia, mas levaria umas doze horas. Sônia só queria andar por caminhos sem pedágio.

Dei meia volta e Sônia berrava:
-Fora da rota. Recalcular. Faça o retorno IMEDIATAMENTE.
E eu berrei de volta:
-Eu vou por onde eu quero, sua imbecil.
Palavra que Sônia ficou quieta por uns 15 minutos e gentilmente disse depois de isso tudo:
-Dirija 11 quilômetros e faça uma curva leve a direita.
Foi uma viagem mais tranqüila.

Na volta para o aeroporto, Sônia me mandou fazer um retorno. E eu dona da razão, disse:
-Não vou fazer não, sua imbecil.
Sônia respondeu:
-Fora de rota. Próximo retorno a 89 quilômetos. (!!!)
Sônia tinha razão e eu perdi o avião.

A anã Sônia que vive naquela caixinha deve ter aberto um espumante e se sentido de alma lavada.

gorduchas gostosas e um gordo ridículo

Atualidades

Acabo de ler: Céu grávida de Halley. Pensei que o cometa ia passar de novo. Mas é novela. Oh god.

Blog da Tina Lopes

9.9.08

I had a dream

Venho aqui, com muita alegria, aceitar a indicação do partido democrata. Venho trazer uma mensagem de esperança aos cidadãos desse grande país. Eu tive um sonho. Sonhei que nesse país as pessoas eram mais julgadas pela cor de sua pele, mas pelo seu caráter. Sonhei com um país de oportunidades iguais para brancos, negros, amarelos e cinzentos. Nesse sonho as pessoas pareciam ter cabeça de algodão e um chapéu engraçado na cabeça e as nuvens eram feitas de calda de chocolate com amendoim e meio que pingavam no meio da rua deixando tudo melequento. Depois eu ia para um hotel, que não era bem um hotel, era uma espécie de navio. No porão do navio parece que tinha lá umas vacas de escafandro que eram super inteligentes mas ninguém podia entrar lá no porão por causa da radioatividade delas. Daí eu entrava em um salão enorme cheio de gente com bandeirinhas que era a Convenção Democrata e eu pensava: "Damn! É hoje o dia da convenção, eu esqueci de fazer o discurso". De repente eu vi que estava sem calças em frente àquela multidão enorme. Eu tentava me esconder atrás do palanque mas a câmera da Fox News ficava mostrando a minha bunda no telão. Eu olhei para a platéia e vi a Hillary vestida de branca-de-neve, só que com asas de morcego. Nisso eu olhei a minha mão e vi que ela estava toda preta. Daí eu pensei. "Holy shit! I am a f*cking nigger! F*ck! F*ck! Oh F*ck!". Aí chegava a Sarah Palin e começava a atirar em todo mundo na convenção. Era uma carnificina total. Até que a Hillary Clinton dava uma voadora no peito da Palin e comia a cabeça dela com sua vagina dentada.

América, eu tive esse sonho. Sei lá. O que será que significa?

Rata (unpublished)

3.9.08

anotações do domingo

estou aqui refém do meu curso de noivos. Acordei cedo num domingo, mal tomei café e agora estou aqui.

Primeira atividade do dia: ser coagida a cantar e dançar em público de um jeito bem constrangedor. Eu resisto bravamente. O Fazinho se entrega nas coreografias toscas. Ele quer ser aceito pelo grupo. Eu não.

Segunda atividade do dia: palestra sobre DST e afins. Voltei as aulas de ciências da oitava série, quando a professora tentava nos aterrorizar sobre os malefícios do sexo. Muitos estão no celibato até hoje. Minha vontade é pedir para ir ao banheiro. Da minha casa. E ficar por lá. (anotação Fabio: Por isso, querido diário, eu reconheço que sou chata por não gostar de fazer amigos, mas tudo bem... afinal o Fazinho vai me salvar dessa infeliz existência e me fazer completa... Ai, como eu amo o Fazinho!!!) A palestra do médico japinha está começando a afetar os cérebros mais suscetíveis. Olha o início de pane do Fabio...
De acordo com as infos do médico japa, eu sou colérica: de temperamento difícil, com necessidade de ser a líder do relacionamento, com tendência a ser cruel em discussões. Já o Fa é sanguíneo: comunicador, amigo, bonachão, organizado, (não) relaxado, que persevera nas coisas. Ele quer ter todas as qualidades, e nenhum defeito. Ah, ele assumiu que quer fazer n.2.
...

Eu continuo refém do curso de noivos. Com um agravante: o Fa soltando pum do meu lado. A noiva gordinha do lado já está olhando feio. Não sei quanto tempo resistirei sem ar. Pra aumentar o meu suplício, estão ligando os instrumentos de novo. Socorro: mais cantoria nãããããão!!
Um adendo: o médico é homofóbico e tem sérios problemas com roscas queimadas. Uma dúvida existencial: por que eles falam em "contrair" matrimônio? Achei que a gente "contraía" doenças! O mundo me assusta.
(anotação do Fazinho - coisas para a Karina largar mão: de ser esquentadinha) Minha anotação para o Fazinho largar mão: de ser bonzinho.
E agora o médico tá falando em fornos e orifícios. Socorro! (anotação Fabio - aproveito as gargalhadas dos noivos pra soltar pum) Acima, a confissão. Eu disse que ele tava peidando. Ele fica bravo que eu escrevo peidar. Prefere soltar pum. Whatever. Muda o nome, o futum continua. Reparo que o médico parece o Yoda. Fabio pede que Deus me perdoe pela comparação. Eu olho melhor, e acho que ele parece uma tartaruga.

Terceira atividade do dia: café comunitário. Tomamos suco do Chaves. Os gostos e as cores não correspondem. Comemos tanto, que comemos o lanche do casal do lado. Vergonhoso.

Quarta atividade do dia: Mais danças constrangedoras. Eu juro que vou sair correndo. Logo começa outra palestra. O cara fala bem, tem várias piadas prontas. Ele pede pra gente fechar os olhos e rezar. Eu durmo. Acordo com todo mundo com os olhos marejados. espero não ter roncado.

Quinta atividade do dia: Mais musiquinha, mais dancinhas. O menino que canta me olha com cara de mau. Cara feia pra mim é fome. Já passou do meio dia. Quero almoçar. Palestra com diácono. Ele escreve IGEJA na lousa. E não corrije. Eu estou com tanta fome que nem presto atenção em nada.

Sexta atividade do dia: Separam os noivos das noivas. Cada um deles volta depois com uma rosinha nas mãos. O mico agora é fazer uma declaração de amor pública pra noiva. A noiva chora e todo mundo bate palma. São 48 casais. Vai levar tempo. O Fazinho é o quinto ou sexto noivo a entrar na sala. Eu já estou tão xarope que já estou chorando. Ninguém disse que eu era de pedra. Nem deixei ele falar nada. Não precisa.

Missão cumprida: curso de noivos feito.

a vida é cheia de som e fúria