26.5.06

Meu nome é Trabalho. E meu segundo nome é Atrasado.

¡Drops da Fal!

25.5.06

Meme

O tempo não cura tudo. Aliás, o tempo não cura nada. O tempo apenas tira o incurável do centro das atenções.

BULA BULA

23.5.06

A PELEJA DE NHONHÔ DAN BROWN COM O CORONÉ LEONARDO

Eis que então chegou ao céu
Aquele autor tão vendido
Exclamando “What the hell?
Terei realmente morrido?”
Aí viu se aproximando
O cabra de barba branca
Que por São Pedro ele tomou
E foi logo afinando:
“Me fodi, comme il fault,
É hoje que o céu me desanca”

Começou a matutar
Uma argumentação
Do tipo “Me deixa entrar
O que eu fiz foi só ficção!”
Mas aí o excomungado
Culpado por seu acinte
Viu que o recepcionista
Não era o santo citado
O erro saltava à vista:
Era o coroné da Vinci!

E ali no portão celeste
Leonardo mandou ver:
“Mano Brown, o que fizeste?
Olha com quem tu foi mexer!”
E o morto, incontinenti
Disse, ainda cheio de si:
“Pela minha auto-estima
Me diga imediatamente
Já que estamos aqui em cima:
Do que foi que eu morri?”

Leonardo, enfarado
Disse então: “Não sabes não?
Desde que foste publicado
Vendeste que nem sabão
Com tanta grana na conta
E o sucesso comercial
Encheste o cu de dinheiro
E o diagnóstico aponta:
Fodeste o intestino inteiro
Por obstrução anal!”

Nhonhô Brown disse: “Well,
Fiquei sem eira nem beira:
Vim parar logo no céu
Onde querem minha caveira
Se eu soubesse que ia dar bosta
Não fazia o bestseller
Fui mexer com um vespeiro
Que católico nenhum gosta
Devia sacar ligeiro:
Fui mais cego que a Hellen Keller!”

Mas coroné Leonardo
Que gostava de um mal-feito
Disse: “Alivio teu fardo
Nisso eu até que eu dou um jeito
Tu mexeste com a Igreja
Que de doido tá assim
Da Opus Dei fizeste pouco:
Um hospício, ora veja,
Que além de reunir louco
Ainda é a base do Alckmin!”

E o ralho prosseguiu:
“Vilipendiaste minha obra
Em nome do metal vil
Ali de arte nada sobra:
Foste venal, amiúde,
Fazendo um tal nonsense
Uma história tão maluca
Que serviu pra Hollywood
Vender como um suspense
Com o Tom Hanks de peruca!

Mas gostei de tua leréia
Posso até te reencarnar
Pois me ocorre uma idéia
E acho que tu vais gostar
Pra isso, te dou abrigo
E até cedo o mote:
Que tal um livro novo
Sacaneando meu inimigo
Que me esculhambava ao povo:
Michelangelo Buonarroti?!?”

E assim Nhonhô Dan Brown
Voltou ao mundo dos viventes
Fez um livro que era o tal
História sem precedentes
Narrando que a escultura
De Davi, desde o começo
Nada tinha a ver com glória
Trazia outra leitura
Era outra a história:
“Golias, eu não te esqueço!”

Ao Mirante, Nelson!

19.5.06

Se existe coisa que eu não gosto e acho intolerável são as queixas retroativas. Tipo: "E naquele dia que você...", "E quando vc falou...", "Eu no ano passado que você me disse...".
Pra mim é: "Isso que você está dizendo...". "Isto não é verdade", "Você está sendo injusto".
Tipo reclame agora ou cale-se para sempre.

Marina W

Diálogo

- É até irônico, ele gosta é muito de mim.
- Gays gostam é muito de tu.
- É...
- Eu sou uma exceção, claro.
- Mas como assim, tu não gosta de mim? :(
- Grr.
- ^^

Clarices

16.5.06

nessa hora de crise de segurança publica que sp passa eu culpo meus pais.
se eu tivesse nascido com super poderes nada disso teria acontecido!

AIDNALOTENIFLA: ODNOP O ODNUM ED SANREP ORP RA!

Tudo sob controle

Pausa para um comentário off-topic:

Eu sai de casa hoje de manhã e fiquei preocupado. Eram 5 da manhã, precisava chegar bem cedo na agência. Pego um táxi. Dentro do carro, parado no semáforo, vejo um ônibus atravessar a avenida, vazio, parecia dirigido por um fantasma. De repente, um estouro e o ônibus se incendeia.

Passo em frente a um banco, bombeiros já indo embora. O taxista me diz que o banco foi atacado com coquetéis molotov. Tudo isso perto de casa, fico mais preocupado.

Por um momento pensei que tivesse dormido em São Paulo e acordado em Bagdá. Mas aí chego no trabalho e leio no jornal: "governador diz que está tudo 'sob controle'". Ah, que ótimo, estou no Brasil mesmo.

Brainstorm #9

15.5.06

Os computadores e a Internet segundo os usuários "normais"

OS COMPUTADORES

- Não existe "processador de texto" ou "planilha". Existem Word e Excel, respectivamente. Não existe PC sem esses dois programas.

- Todos os computadores do mundo rodam Windows. O nome Windows significa "todos os softwares", de uma maneira geral e abrangente. Você não faz idéia do que significa "sistema operacional", menos ainda que possa existir no mundo mais de um desses. (Exceção: se você é mais velho, pode se lembrar da linha de comando do DOS.)

(…)

- Os teclados têm uma tecnologia mágica que faz as teclas mudarem de lugar sozinhas quando ninguém está vendo, por isso você sempre tem que olhar para o teclado atentamente enquanto digita, mesmo após uma década de digitação constante.

- Computadores perguntam "Você tem certeza...?" o tempo todo porque eles foram feitos para idiotas. Como você é inteligente, pode clicar sempre no botão "OK" sem ler a mensagem e economizar tempo.

(…)

- Existem duas maneiras de usar senhas:
1. Use a mesma senha para tudo. Deve ser algo bem fácil de adivinhar; por exemplo, o nome do seu time de futebol. Melhor ainda, anote a senha num papel e grude-o no monitor.
2. Quando o PC pedir uma senha nova, digite qualquer coisa e esqueça imediatamente. Faça o mesmo para todos os serviços e sistemas que acessar.

(…)

- Memória pode significar "uma" HD ou aquelas plaquinhas verdes cheias de chips. Você jamais vai se preocupar em saber qual é a diferença entre as duas coisas. Se o seu computador é lento demais para rodar o seu Photoshop pirata, todo mundo diz que é só colocar mais memória. Então, você manda comprar e instalar "uma" HD maior. Inexplicavelmente, a lentidão continua.

(…)

- O seu mouse gruda na mesa e não quer deslizar, de tanta gosma nojenta acumulada embaixo dele; mas você jamais, nunca, never ever terá a percepção de que ele pode precisar de uma limpeza externa para funcionar melhor. Idem para o teclado forrado de fios de cabelo e migalhas de biscoitos e com as teclas cobertas de mais gosma nojenta.

(…)

- Se precisar receber alguma coisa desenhada, como "uma" logo de um cliente, peça sempre "em Corel". Afinal, programa de desenho só existe um, e o nome dele é CorelDraw, certo? "PDF", o que é isso? Você não faz idéia, portanto não deve ser importante.

- Escolher fontes pra quê? Todo mundo usa Arial, é tão conveniente, serve pra qualquer coisa e está bem no topo do menu.

(…)

- Quer ler um texto da Internet com mais de duas telas de comprimento? Mande imprimir na impressora da empresa. E esqueça os prints na impressora para sempre.

A INTERNET

- Internet Explorer é outro nome para "A Internet". Quando você fala em "acessar a Internet", quer dizer "abrir o IE". Não compreende o conceito de browser, não sabe a diferença entre Web e os outros serviços de Internet e desconhece totalmente que existem outros browsers que competem com o IE.

- Nem toque na barra de endereço do browser. Seu procedimento para entrar num site qualquer é digitar um pedaço do nome dele na busca do MSN que aparece como home page toda vez que você abre "a Internet" (isto é, a cada nova janela do IE). Repita o processo toda vez que precisar voltar ao site. Esse método serve até mesmo para entrar em serviços de busca. Por exemplo, para ir para o Google você busca por "google" no MSN Search.

- Você jamais usa a Internet para entretenimento, exceto nos casos do MSN Messenger e do orkut. Você nunca se interessa em explorar a rede para aprender alguma coisa nova. Absolutamente todos os links que clica são piadas e bizarrices enviadas pelos colegas de trabalho e amigos.

(…)

- Toda mensagem humanitária deve ser repassada, mesmo que não haja nenhuma data, fato ou link para uma página da "internet" com mais esclarecimentos, provando que não é uma pegadinha. Todo anúncio de vírus deve ser repassado, mesmo que não tenha confirmação das empresas de antivírus. Todo abaixo-assinado via email é presumivelmente coletado magicamente por um abnegado compilador desconhecido sem endereço para retorno. É perfeitamente normal os abaixo-assinados pedirem endereço completo, CPF e telefone. Mails de bancos já vêm com campos para colocar o número da conta e a senha de acesso, que modernidade! Esquemas geniais para ganhar fortunas sem fazer nenhum esforço, como é que todo mundo não participa??

(…)

- Bill Gates inventou o computador. A Internet também foi idéia dele. Louvado seja.

- Em listas de discussões e fóruns, nunca edite as mensagens e deixe acumular os textos de todos os dezoito remetentes anteriores. Nunca se sabe se alguém vai precisar referenciar as palavras originais que você respondeu de maneira tão perfeita e sábia. Mas no caso de iniciar um assunto novo, vale o oposto: o conteúdo da sua mensagem deve ter no máximo metade do tamanho do seu sig - aquele lixo todo enfeitado que você coloca automaticamente ao final de todo e cada email, contendo uma citação mal traduzida, a configuração completa do seu computador, cinco endereços de email alternativos, o telefone do seu cachorro, o nome do seu time de futebol e um GIF animado de um personagem de gibi.

(…)

- Se você tem blog, limite-se a comentar as notícias do dia, falar dos posts de outros blogs, xingar políticos, escrever indiretas para desafetos que nem lêem o seu site, demonstrar como é cool, contar em minúcias a vida entediante do seu animal de estimação e colocar aquele link bizarro que um amigo passou. Quando sobrar tempo, poste pedindo desculpas por não escrever muito, pois falta tempo. Choramingue que seu layout está feio e quem sabe uma boa alma não desenha um novo só para você.

(…)

- O site mais importante de toda a Internet é o orkut. Você nem desconfia que há muitos anos outros sites já ofereciam fóruns de discussão ("comunidades") e álbuns de fotos onde cabem mais de 12 imagens.

(…)

- Registre-se em 280 comunidades de assuntos totalmente irrelevantes, só para demonstrar que tem senso de humor, e jamais contribua em nenhuma delas, mas participe assiduamente dos joguinhos patéticos como "você masturbaria ou não a pessoa acima".

Alguns extratos de Mario AV - Different Thinker Lista completa no link.

Versão reciclada do dehumanizer.

14.5.06

Conversas de mãe

Conversas de mãe 1

A mãe se vira e diz:
- Seu cabelo está ótimo filha! Com um brilho. Um caimento. O que você anda fazendo?
- Não lavo faz quatro dias.
Um minuto de silêncio.
- Minha filha, lava esse cabelo!

Conversas de mãe 2

- E aí minha filha, alguma novidade?
- Mãe, você me perguntou isso ontem.
- Então, de ontem para hoje não aconteceu nada na sua vida?
- Não, tudo na mesma.
Um minuto de silêncio.
- Ah, assim que é bom filha. Afinal, podia ser alguma novidade ruim!

02 Neurônio

12.5.06

EUTANÁSIA DE FOLHETIM

Desliga esses equipamentos, sim. Não só autorizo como ordeno. A única coisa que quero de você é que desligue esses equipamentos na hora certa e depois esqueça tudo. Não preocupa com remorso – ele não vai acontecer, te garanto. E quando eu não existir mais tudo tem de desaparecer junto: os papéis na mesa com minhas anotações, minhas coisas, até mesmo aquela antiga foto no porta-retrato, lembra?: o casal, à frente do letreiro do hotel Termidor, sorrisos tão jovens quanto tristes. Ela, bela demais, e que nunca amou quem quis. Ele, que só esquecia a melancolia quando ouvia My Foolish Heart com o Billy Eckstine, veja só. Pois agora tudo vai se arranjar. A incapacidade para o amor está nos genes: cá estou eu para comprovar. Mas vou fugir da breguice do sangue na banheira, da comicidade tosca de miolos estourados na parede, do kitsch das pílulas. Você, que não retribui minha paixão, que sempre insiste na condição de aluna apaixonada só pelo brilhantíssimo professor, pelo gênio da Física Quântica, e nunca pelo homem; você que com sua indiferença me faz querer deixar de existir – justamente você é quem vai desligar os equipamentos dessa máquina. Primeiro eu entro nela e me transporto (já calculei tudo: dia, hora, lugar) para 1961, para a frente do Hotel Termidor, para ver chegar aquele jovem, belo e triste casal em lua-de-mel, e já na entrada vou me apresentar, vou convidar os dois para um martíni no bar do hotel, por fim vou dizer para não fazerem aquilo, de procriar sem paixão. Vou insistir para que tenham é compaixão de si mesmos, vou sugerir que um dia – ah, um dia – cada um vai achar o amor de sua vida, e sei que eles entenderão. Olhando no meu olho eles vão entender que eu sei o que digo. Ela chorará, num amargo alívio, e mostrará que mesmo chorando é tão bela. Ele concordará em ir comigo num passeio pela estrada, para continuarmos a encher a cara ouvindo música no rádio do carro. Eu, claro, não mais serei. Você só tem que prometer isso: desligar os equipamentos da máquina depois que eu chegar lá, para evitar que eu caia na tentação de desistir e voltar para você. Só assim essa máquina nunca terá existido, todo este laboratório também – e você, por conta deste ato de misericórdia, jamais terá sabido de mim. É o que me concedo: morte sem cadáver. Mas embalada por My Foolish Heart, com o Billy Eckstine, num auto-rádio em alguma dimensão de todo esse emaranhado quântico aí. E então? Promete?

Ao Mirante, Nelson!

11.5.06

FRAGMENTOS DE UM BARRACO AMOROSO

Sim, homem é frouxo, só usa vírgula, no máximo um ponto e virgula; jamais um ponto final.
Sim, o amor acaba, como sentenciou a mais bela das crônicas de Paulo Mendes Campos: “Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar...”
Acaba, mas só as mulheres têm a coragem de pingar o ponto da caneta-tinteiro do amor. E pronto. Às vezes com três exclamações, como nas manchetes sangrentas de antigamente, SANGUE, SANGUE, SANGUE!!!
Sem reticências...
Mesmo, em algumas ocasiões, contra a vontade. Sábias, sabem que não faz sentido prorrogação, os pênaltis, deixar o destino decidir na morte súbita.
O homem até cria motivos a mais para que a mulher diga basta, chega, é o fim!!!
O macho pode até sair para comprar cigarro na esquina e nunca mais voltar. E sair por ai dando baforadas aflitas no king-size do abandono, no Continental sem filtro da covardia e do desamor.
Mulher se acaba, mas diz na lata, sem metáforas.
Melhor mesmo para os dois lados, é que haja o maior barraco. Um quebra-quebra miserável, celular contra a parede, controle remoto no teto, óculos na maré, acusações mútuas, o diabo-a-quatro.
O amor, se é amor, não se acaba de forma civilizada.
(…)

O Carapuceiro

9.5.06

Ainda sobre Corinthians x River (parte 3)

Quando a polícia sentou o pau em quem nunca pensou em apanhar, lá na cadeira laranja, eu fiz o caminho contrário novamente e voltei para a arquibancada amarela, onde tudo estava mais controlado. Encontrei o Pulguinha chorando, enquanto um outro rapaz, também chorando, o alertava sobre um associado gravemente ferido na enfermaria. Fui com ele até lá e o cenário era de guerra: um menino praticamente sem nariz, pessoas fraturadas, desfiguradas por causa de bomba, de pancada, de tiro de borracha. Policiais e torcedores, um deitado do lado do outro.

Saí de lá embasbacada, com uma tremenda vontade de vomitar e uma sensação de que tinha tomado uma garrafa de vodca sem passar pela garganta. Deixei o estádio pela porta principal, exatamente por onde tinha entrado. Do meu lado esquerdo, toda a cavalaria da Tropa de Choque com suas espadas enferrujadas. Do meu lado direito, chuva de tiro de borracha. E bomba. Bomba por toda a praça até a Avenida Pacaembu. Não passei nem pela esquerda, nem pela direita. Fui pelo meio até encontrar a primeira escadaria do Pacaembu.

Subi ouvindo uma menina dizer que nunca mais ia ao estádio, muito menos assistiria a jogos do Corinthians para não dar ibope. Eu ainda nem tinha me dado conta de que o Corinthians estava eliminado da Libertadores. Andei até a rua onde o irmão da Alê parou o carro, achei o Corsinha branco, sentei e comecei a tremer. Nessa hora, nenhum amigo estava junto porque tínhamos nos perdido. Absolutamente todo mundo se perdeu de todo mundo. Luquinhas também teria se perdido, assim como dezenas de crianças choravam sem os pais no meio de toda aquela confusão.

Quando me dei conta de tudo o que tinha acontecido, comecei a chorar também e só fui parar na sexta-feira de noite. Não era a eliminação do Corinthians, nem o medo de nunca mais ver meu filho por causa de um jogo de futebol. Não era só isso. Era uma frustração, uma derrota pessoal de quem tem a pretensão de mudar algo que está errado por meio do futebol e não sai do lugar. De quem não deu nem dois passos a frente, mesmo com todo o esforço.

(…)

Blog do Juca

Ah, sim, a nossa maturidade...

- Já superamos o chão! - disse o chefe da caravana, quando percebeu que todos flutuavam a alguns centímetros do gramado.
E festejaram juntos, e caminharam juntos sem deixar pegadas rumo ao desfiladeiro mais próximo.
Não lamento informar que morreram todos na queda, sem nem a dignidade de haverem chegado até o fundo.

Diferença Nenhuma

5.5.06

Eu.

Deprimida. Pra variar. Tomei boleta, fui pra cama às 7. Meia-noite e pouco acordo, Alexandre no travesseiro do lado, lendo, quietinho. Chegou, jantou na panela e veio pra cama mudo, o santo. Conversamos um pouquinho, ligo a tv pra voltar a dormir com barulhinho. Tá lá um moço. No programa dum gorducho bigodudo de cara simpática (não me peça nomes, eu tava drogada e deprimida, não necessariamente nessa ordem)
O Gorducho:
- Qual era o nome da virgem francesa que morreu queimada na Idade Média?
E o moço:
- Medusa.
Voltei a dormir menos culpada da minha depressão, das boletas, da vida. Não sou só eu que tou perdida.

¡Drops da Fal!

Almirante, sem medo de ser polêmico:

“Quem não gosta de tomar medidas
extremas é o alfaiate do Long Dong Silver.”

Ao Mirante, Nelson!

2.5.06

MOCCA CHOCOLATA YAYA (Parte Final)

Nas cenas anteriores, Voz na Minha Cabeça, por tédio camusiano or something, matou Mulher da Seicho-no-Iê. Com a chegada de convidados para jantar, entre eles o Inspetor McAndrews, Alexandre e Vnmc são obrigados a fingir que o cadáver da Mulher da Seicho-no-Iê é um pufe.

Quando por último encontramos nossos personagens eles estavam indo para a mesa de jantar. Agora estão ao redor dela, condenados pela artificialidade implacável do teatro brasileiro a ficar em pé, quase sem falas. Alexandre olha absorto para uma samambaia.

(…)

Vnmc – O que fazemos com o cadáver?
Alexandre – Que cadáver?
Vnmc – O da mulher da Seicho-no-Iê na outra sala, não vai dizer que já esqueceu...
Alexandre – Ah, a mulher da Seicho-no-Iê! Uma Cazuza de sua época!
Vnmc – Mas o que fazemos?
Alexandre – Vou dizer que vou pegar uma garrafa de vinho na adega e me livro dela, enqanto você distrai os convidados com os seus comentários negativos e debilitantes.
Vnmc – Mas como vai se livrar dela? Não vai colocar na comida que nem fez com o Telê Santana?
Alexandre – Não, fique sossegada.
Vnmc – Por favor, hein?
Alexandre – Que é isso.

Sentam-se.

Vnmc (baixo, para Alexandre) – Não vai pegar a garrafa?
Alexandre – Hein?
Vnmc – A garrafa. Na adega.
Alexandre – Mas está aí na mesa.

Vnmc chuta Alexandre por baixo da mesa.

Alexandre – Ah é. (levanta) (Para todos) Vou pegar uma garrafa! (pisca) Na adega! (pisca)

Alexandre sai.

Major Fonsequinha – Por que ele piscou?
Inspetor McAndrews – Evidentemente não foi pegar uma garrafa na adega.
Major Fonsequinha – O que foi fazer então?
Inspetor McAndrews – Não tenho a menor idéia.
Vnmc – Ele tem vergonha de dizer, mas ele tem problemas de incontinência urinária.
Major Fonsequinha – Mas por que piscou então?
Vnmc – Uma espécie de reforço dramático. Ele estudou com Lee Strasberg no Actor´s Studio.
Convidado 1 – How exquisite!...
Convidada 2 – Molto sexy!...
Convidada 3 – Mais oui!...
Vnmc – Sim, sim, vocês têm que falar alguma coisa. Major, está gostando da salada de maionese?
Major Fonsequinha – Estou, mas o que é isto? Meu Deus, tem uma carteira nela.
Inspetor McAndrews – Não é uma alcaparra?
Major Fonsequinha – Acho que eu sei a diferença entre uma carteira e uma alcaparra.
Inspetor McAndrews (sentido) – Bom, aparentemente só eu não sei. Desculpe, Sua Majestade (faz uma vênia).
Major Fonsequinha – Vejamos o que diz a carteira de identidade.
Vnmc – Ah! É minha, Major! Se puder passar...
Major (lendo em voz alta) – Telê Sant...
Vnmc (levantando de um pulo e pegando a carteira das mãos do major) – É minha, com licença.
Major – Seu nome é Telê Santana?
Vnmc – Santini. “Voz na Minha Cabeça” é apenas o meu nome artístico. (estica a mão para um prato) Ah, um agasalho da Nike na salada de pepino. Vou tirar isto aqui discretamente e vocês fingem que não viram.

(…)

Alexandre Soares Silva