26.2.07

Coleção Grandes Pensadores

Da Wikipedia:

Abílio Diniz (São Paulo, Brasil, 1936), filósofo brasileiro conhecido por afirmações como "qualidade de vida exige método e disciplina" e "não adianta guardar ressentimento. É bola pra frente e vamos que vamos". Estudou em Heidelberg sob a tutela do grande filósofo neotomista Jacques Maritain, que teria ficado impressionado com a afirmação casual de seu aluno de que "a natação é o esporte mais completo" e "quem fica parado é poste". Diniz recusou a cadeira de filosofia em Heildelberg alegando que "não conseguia ficar parado" e abriu uma rede de mercearias no Brasil para sobreviver. "A filosofia já não me apresentava nenhum desafio, e sou um homem movido exclusivamente à base de desafios" (Diniz, "Recordações de Maritain e Etienne Gilson", 1974). Só voltou à filosofia em 2004, com "Caminhos e Escolhas - O Equilíbrio para uma Vida Mais Feliz" (considerado por Nuno Cobra como o "Tractatus Logico-Philosophicus brasileiro"). Teve grande influência em Quine, Rorty e Habermas. Habermas afirmou no seu livro Theorie des kommunikativen Handelns que "a filosofia nunca mais foi a mesma depois do insight de Abílio Diniz de que "quem fica parado é poste". Esse terrível aforisma ecoa no pensamento europeu com a mesma intensidade fatídica do "Deus está morto" nietzscheano". (Ao ouvir a frase de Nietzsche, aparentemente pela primeira vez, o neotomista brasileiro teria dito, "Ô, que coisa, que é isso" - o que fez com que Habermas replicasse: "Que fofo!". Ver Dennet, Daniel, "Great Philosophical Conversations of Our Times").

Citações

* "O homem é o lobo do homem", quer dizer, tem muita gente querendo fazer treta por aí. Olho vivo nesse pessoal. ("Hobbes para Gerentes", Capítulo V.)

* Quando a gente olha pro abismo, o abismo às vezes olha pra você e fica aquele clima ruim. Não olha pro abismo não.

* Os grandes maitres à penser Jacques Maritain e Nuno Cobra foram as influências intelectuais da minha vida - com o Dráuzio Varella, Içami Tiba e o Dr. Ermírio chegando perto. Aquela menina, a Luciana Gimenez, também é mais inteligente do que parece. (...) Acho que todo mundo tem alguma coisa pra nos ensinar nesta vida, menos a Angélica e o Luciano Huck. (da série "Palestras em Powerpoint".)

* Eu não costumo falar com faxineiros porque esse pessoal todo é muito chucro, mas talvez devesse porque às vezes essa gente diz umas coisas que você fica até bobo. Estava falando com a Dona Magali, que é a caixa numa das nossas unidades aqui da Mooca, e ela dizendo que foi baleada por traficante, destruíram o barracão dela. (...) E eu perguntei se ela não tinha raiva, e ela disse: "Ah, Dr. Diniz, eu acho que a melhor vingança é viver bem, né?". E ripa na xulipa! Foi uma lição de vida que aquela mulher burra de doer acabou me dando.

* Muitas pessoas ficam obcecadas em atingir um padrão de beleza imposto pela mídia. O importante é a gente estar bem com a gente mesmo.

* Vais ver as mulheres? Ah, que bom, faz bem.

* Então eu digo pra vocês: eu fiz Heidelberg, mas o que eu queria fazer mesmo era a escola da vida. Então eu larguei Heidelberg e fui fazer a escola da vida. Fui procurar o Dr. Antônio Ermírio que pra mim era o mestre disso tudo aí (da escola da vida). Ele me recebeu numa saleta e perguntou: "Abílio, você consegue quebrar isso?". E me deu um lápis, que eu quebrei. "Agora vê se você consegue quebrar isso", ele disse, e me deu uns quinze lápis, com aquele sorriso sabido dele. E eu fiquei com vergonha de dizer pra ele que aquele truque era muito manjado. Então a primeira coisa que eu queria passar pra vocês é isso, que velho só fala merda.

* Nietzsche disse "Aquilo que não me mata, só me fortalece". Mas nós do Pão de Açúcar resolvemos tirar isso à prova. Então um belo dia fechamos o supermercado e começamos a ver quantas coisas nem matavam nem fortaleciam. (...) Nenhum produto do setor de papelaria matava ou fortalecia, com exceção da tesoura e da cola, que podiam matar mas também não fortaleciam. Durex não mata nem fortalece, papel timbrado Tilibra não mata nem fortalece. É difícil matar com uma régua... (...) No setor de produtos de limpeza, fizemos um vendedor beber meio litro de pinho sol mas ele não morreu nem ficou mais forte (muito pelo contrário, até hoje não está muito bem). Essa frase do Nietzsche só se aplica ao setor de hortifrutigranjeiros e laticínios, e mais uns poucos produtos, do tipo bolacha Calipso. Então essa é a segunda coisa que eu queria passar pra vocês, que Nietzsche só fala merda.

Alexandre Soares Silva

18.2.07

Enquanto isso, na Sala da Justiça...

- Ô, tia! Pode sentar aqui, tia. Vai, tia.

Depois de tantos "tia", olho pra trás. Um rapaz atlético e bonitão, elegantérrimo no seu terno escuro, dava seu lugar pra uma senhora, deixando que o resto do vagão inteiro soubesse disso.

- Não, meu filho. Pode ficar à vontade.
- Ô, tia, senta. Não faz assim, não. Sentaê, tia.
- Obrigada, meu filho.
- Quéisso, tia. Bátima que agradece...

Eu ouvi isso?
Ouvi, claro. O Bátima agradece...

- Esse vucu-vucu não é bom pra senhora, não. O metrô tá fogo, né?

Odeio "vucu-vucu", e quem fala "vucu-vucu".

- É, mas faz tempo. Você não anda de metrô, né? Pega ônibus?
- Não, eu ando no batimóvel. Mas tô tendo que usar o batimetrô hoje.

Céus, alguém me tira daqui.

- É uma tristeza, meu filho. Eu, normalmente, não sento, não, sabe? É que eu machuquei o braço e tá custando pra sarar.
- É mesmo? A tia caiu, né?
- Nãããão. Foi acidente de carro. É porque eu trabalho no hospital, sabe?
- Aaahhhh!
- Eu trabalho na ambulância...

Olhei pra trás de novo pra conferir se quem falava era a velhinha de duzentos e sete anos que eu havia visto. Era. Ela trabalha na ambulância...

- ... e teve um acidente num dos meus plantões.
- Vixe, tia! Eu vi issaê, hein! Eu trabalho de batipatrulha e vi issaê.

...ele trabalha na batipatrulha...

- É?
- Quando foi isso? Não foi no fim de dezembro?
- Não, meu filho, foi em junho.
- Isso! Junho. Confundi. Não tinha uma paciente atrás, na ambulância?
- Não, não. Tava vazio. Eu, que sempre vou atrás quando tem gente, tava na frente.
- Ah, é!
- É que teve outro acidente logo em seguida, desse jeito aí.
- ISSO! É que a batimemória já não tá funcionando direito, sabe, tia?

- Bem que podia ser a batibôca, sussurra o rapaz sentado ao meu lado.

calaboca que eu tô falando!

Depois de dois meses de férias, eis que minha vida acadêmica retorna nesta semana. Junto com ela, minha vida de escrava no Arquivo. Eu até que tava com saudade do arquivo, sabiam? Entrei lá, coloquei a bata, a máscara e o jugo e fui trabalhar. O NDIHR, meu local de trabalho, é um lugar sombrio, com muitas salas e poucos funcionários. Marinalva diz que ele precisa de uma reforminha porque "com esse piso velho eu num tenho nem vontade de vir trabalhar". Ela diz que não se sente estimulada, sabe. Agora tá explicado porque funcionários públicos de instituições antigas não trabalham: o problema é o piso...
Eu vou confessar que estava com saudade de Marinalva. Mas só até ela entrar pela porta de vidro do NDIHR e eu lembrar do que ela me faz passar. Na última semana antes das férias, Marinalva entrou na sala que eu estava e disse que o sutiã dela a estava machucando e queria que eu desse conta do problema. Mas ela disse isso tão alto que acho que o reitor, lá do outro lado da universidade imaginou que fosse com ele o pedido de ajuda. Já fiquei vermelha daí, porque o secretário do NDIRH estava no recinto ao lado. Como eu não estava conseguindo ajudá-la, a doida resolveu o caso de maneira bastante sutil: baixou a blusa, tirou o sutiã e ficou com os peitos de fora. Quase que eu caio pra trás de susto. O detalhe é que os peitos de Marinalva devem pesar 70kg cada, e, quando ela tirou o sutiã, veio aquela avalanche de peito na minha direção. Eu corri o máximo que pude e me joguei debaixo da mesa procurando abrigo. Na verdade, quando eu vi aquilo eu fiquei feito uma barata tonta dentro da sala sem saber o que fazer. Não sabia se jogava uma toalha, se fechava a porta, se gritava, se saia correndo. Aí eu fui fechar a porta. Só que a porta é de vidro. Iêi. E Marinalva lá, naquela calma, como se estivesse no banheiro da própria casa.
Saí do NDIHR nesse dia em estado de choque. E, desde então, rezo todo santo dia agradecendo a Deus, Nosso Senhor, pelo incômodo de Marinalva ter sido no sutiã, e não na calcinha.

circo sem futuro

Orkut

"Sorte de hoje:
A felicidade está no horizonte da sua vida."

RÁRÁRÁ!
Alguém já conseguiu chegar no horizonte?

claraverbuck

Sensibilidades masculinas

Quando tinha 14 anos, esperava ter, algum dia, uma namorada.

Quando tinha 16 tive uma, mas não havia paixão. Então decidi que necessitava de uma mulher apaixonada, com vontade de viver.

Na escola saí com uma mulher apaixonada, mas era demasiado emocional. Era tudo urgente, era a rainha dos dramas, chorava todo o tempo e ameaçava suicidar-se. Então decidi que necessitava de uma mulher estável.

Quando tinha 25 anos encontrei uma mulher muito estável, mas aborrecida. Era totalmente previsível e nunca se excitava com nada. A vida tornou-se tão chata que decidi que necessitava de uma mulher mais emocionante.

Aos 28 encontrei uma mulher excitante, mas não conseguia acompanhar o seu ritmo. Ela andava de um lado para o outro sem que nada a detivesse. Fazia coisas impetuosas e flertava com qualquer um com quem se cruzasse. Fez-me tão miserável como feliz. De início foi divertido e enérgico, mas sem futuro. Então decidi procurar uma mulher com alguma ambição...

Quando cheguei aos 31, finalmente encontrei uma mulher inteligente, ambiciosa e com os pés no chão. Decidi então casar-me. Mas ela era tão ambiciosa que me pediu o divórcio e ficou com tudo o que eu tinha.

Agora, com 44 anos, almejo uma mulher com seios grandes.

obvious

17.2.07

Se.

Se você quiser ser meu namorado eu prometo ser eu mesma. Prometo amar da maneira maior e mais bonita que eu sou capaz, me doar na medida dessa mesma capacidade e ser leal e fiel de acordo com aquilo que eu acredito. Não prometo mais nada, (in)felizmente. Qualquer outra coisa está bem além do meu alcance, saiba desde agora. Essa aqui que gostaria muito de ser sua namorada foi quem eu consegui me tornar depois desse tempo todo de vida. É possível que eu melhore um pouco, mas não muito. O fundamental, essencial, estrutural, é esse aqui mesmo. O mais provável, no entanto, é que eu até piore com o tempo, mas espero, sinceramente, que as rabujentices possam parecer para você, assim como acho que as suas vão parecer para mim, muito mais charmosas do que atrapalhativas à medida que o tempo passe e a gente vá se conhecendo cada vez mais e se amando cada dia mais um pouquinho. Prometo, ainda, não fazer promessas vãs, incrumpríveis e demagógicas com o único intuito de fazer com que você seja e/ou continue sendo meu namorado. Prometo também continuar sendo sua namorada até bem depois de nossos netos estarem crescidos, mesmo quando já puder parecer um tanto ridículo – para os outros – dois velhinhos em atitude libidinosa no banco do parque, quando já não lembrarmos nem de longe o menino que guardava sorrisos nos bolsos e a menina que tinha estrelas nos olhos.

Ticcia, Mme. Mean

10.2.07

Tonitruei, pronto.

(…)

O caráter é como aquele velho restaurante que nunca é reformado mas sempre tem um ranguinho confiável: ele nunca entra na moda.

O Hermenauta