19.9.10

Ask not what your country can do for you

Acompanhe, leitorzinho fofo, que nessa eu me superei: o negócio é reality, né? de gordo, de magro, de gente que come coisas esquisitas, de gente presa na ilha, de cachorro maleducado, de criança maleducadíssima, de esposa que é trocada, de casa que é reformada, de motoca, de loja de penhor, de reclusão, disso e daquilo, certo? Certo. A mina de ouro, está no reality show Le Grand Échec (o nome tem que ser em francês, é mais phino). Câmeras 24 horas, seguindo a criatura e testemunhando enquanto ela não dá certo. No epísódio da próxima semana, telespectador amigo, veja enquanto ela se desespera porque a editora não manda mais trabalho, porque o carro dela deu pau mais uma vez, porque o gato vomitou no edredom limpinho. Assista, assista enquanto ela espera a ligação que não vem, toma uma puta rasteira de pessoas altamente espiritualizadas, é incapaz de dizer ou fazer a coisa certa quando um amigo precisa dela, enquanto ela chora no travesseiro até dormir ou passe a madrugada ao seu lado enquanto ela não dorme! Sim, ela teve mais um livro recusado. Sim, o terceiro laptop deu pau. Sim, ela não consegue fazer nem o mais básico dos telefonemas sem ter um ataque de choro. Ah, junte sua família na frente da tevê e assista enquanto ela mais uma vez não tem forças pra lavar a cabeça ou arrumar o guarda-roupas, enquanto ela sente tanta saudade que dói, enquanto ela prende as contas não pagas no prendedor de joaninha e sacode a cabeça.

Le Grand Échec, o reality show da família brasileira.

Olha, é uma mina de ouro.

¡Drops da Fal!