25.12.03

Não gostar de Natal é como não gostar de Coldplay, ou do Tonon: inconcebível. No entanto, muitas pessoas dizem não gostar do Natal. Como assim, não gostam? Tão bom comemorar o aniversário de Jesus, caralho!
– Ei, Marcurélio, mas cê não é ateu?
Peralá: sou agnóstico. Não acho que a existência de Deus possa ser provada ou refutada, então prefiro não acreditar. Mas eu falava de Jesus, e ele é um cara legal com ou sem Deus. Há muita discussão sobre o Jesus histórico, se ele existiu mesmo ou não. Alguns citam textos de Flávio Josefo, Tácito, Suetônio e Plinio, o Jovem, como provas de que Jesus existiu mesmo. Os que refutam a tese dizem que as evidências são parcas, tardias e podem ter sido adulteradas. Eu pergunto: e daí? Não faço grande distinção entre pessoas reais e personagens literários. E Jesus, caso não tenha existido de fato, é um personagem e tanto, talvez o melhor de todos os personagens. O Sermão da Montanha ("Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos"), o Pai-Nosso ("Perdoa-nos nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores"), a oração pelos discípulos ("Vocês são meus amigos. Não há amor maior que este: dar alguém a vida pelos seus amigos"), o episódio da mulher adúltera ("Quem não tem pecado, que atire a primeira pedra") e todas as párabolas são suficientes para admirar tal personagem, seja ele real ou não. E o que dizer do senso de humor que exibia sempre, botando apelido nos discípulos, assustando-os quando andou sobre as águas e depois que ressuscitou, chamando Herodes de "aquela raposa"?
Natal é isso: a celebração do nascimento de Jesus. Você pode ter problemas familiares que se acentuam na ceia natalina, coisas tristes podem ter acontecido em anos anteriores. Você pode lamentar o consumismo feroz desta época do ano, as crianças pobres que não ganham nada, o especial da Xuxa na TV. Ou então você pode alegrar-se ao pensar que, se pôde existir alguém como Jesus entre nós, então ainda há esperanças para a humanidade.
Feliz Natal pra vocês. E feliz aniversário pro cara que me chicoteia.

Jesus, me chicoteia!

24.12.03

Hoje é dia 24. Mal percebo. Comprei alguns presentes pra pessoas queridas, mas muito mais por vontade de presentear do que por obrigação de época. Dessa vez nem tive a brilhante idéia de presentear meu irmão com algo igualmente atraente pra mim, uma honestidade surpreendente. Mais tarde iremos família & amigos próximos nos reunir pra comer aquelas comidas pesadas, secar umas garrafas [de refrigerante, no meu caso], contar piadas preconceituosas, cobiçar a mulher dos muito próximos e tentar forçar uma inesquecibilidade artificial aos momentos.
Que coisa linda é ser sul-americano e comemorar o natal. Enchendo a cara de coca-cola - a bebida oficial do natal, ao lado da sidra (cidra?), a bebida mais inssossa do mundo
***
É preciso que se diga e repita sempre o quão ridículas são a árvores de natal de PLÁSTICO e materiais equivalentes. Eu passo correndo pela sala aqui de casa só de medo de encarar a nossa.
tombadilho

E aí? Ansioso pelo pratão de farofa, maionese, peito de chester, lombo, arroz à grega e o escambau pousado nas coxas? Copo de cidra cereser na mesinha de centro, será que é o seu mesmo ou o do vizinho de sofá? Calma, faltam poucos dias. A tia gorda perguntando se tá bom, eu fiz com amor, come à vontade, vai sobrar e jogar fora com tanta gente passando fome? Burp! Cê gosta, vai, fala a verdade. Eu sei que cê gosta.
catarro verde

Teu canto volta partido entre as navalhas das horas e as tuas frases em fatia fazem sentido, dessentido, insentido e se combinam e se repartem e se refazem e tudo em mim é um precipício onde ressoas há tanto, em ecos que se fundem e gritam outras coisas, tantas coisas, muitas coisas e nada. Segue em meus ouvidos um jogral de fim e de tristeza, de uma melancolia branca como brancas as madrugadas de abismo e leito seco de rio, duras e secas e cortantes que me ensinaram a ser me, mim, comigo um peito sem abrigo, um campo inimigo para levar sempre contigo.

Não Discuto

Enquanto isso, no mundo real

Pow, ninguém merece tomar toco da chefe em plenas férias, mas eu relevo pq sei como é lidar com idosos, rá. Hoje foi o tal do churrasco-milagreiro dos colégios, ninguém entendeu q santo é responsável pelo milagre (ou seriam os dois?). Como eu não sei chegar no outro colégio, q é no cu do judas, fui encontrar as meninas (q trabalharam e foram pra lá de uniforme, sem noção, só dava elas), e isso foi uma péssima idéia, pq a gente chegou na hora da missa! Aí eu fui pro banheiro (aliás, um senhor banheiro!) e fiquei lá até a missa acabar (pq ninguém precisava aguentar minha cara de tédio, já tinham a própria hipocrisia pra deixar o ar denso, eu no banheiro era uma a menos), e qdo eu achei q tinha acabado saí toda feliz... só q não tinha acabado... poutz, ninguém merece missa por uns míseros pedaços de carne e um copo de cerveja, hahahahah...

milésimo andar

Previsões para 2004

Consigo ver nitidamente.

Ano: 2004

Finalmente, o ser humano consegiu criar a máquina do tempo. A mídia está agitada com a novidade. Mas, como o custo para se fazer a viagem é altíssimo, os cientistas decidiram que iriam fazer um sorteio e apenas um repórter de uma revista poderia viajar para entrevistar Einstein.

Foi feito o sorteio. Ganhou a revista Fofoca!, assim com exclamação mesmo no final. E lá foi o enviado da revista Fofoca! fazer a entrevista com o homem.

Fofoca!: Olá, Einstein.

Einstein: Olá, enviado da revista Fofoca!.

F: É verdade que você tem um affair com Joana D'arc?

E: Hã?

F: A mídia tem falado do seu caso com ela...

E: Olha, eu não tenho um affair com a Joana D'arc. Ela é de uma época diferente.

F: Ah, tá. São apenas amigos?

E: Como?

F: Aquela foto de vocês na lancha no Mar Mediterrâneo?

E: Que foto?

F: Você prefere não falar sobre isso?

E: Bem... acho que sim...

F: Tudo bem, então. E quais são os seus próximos projetos...

E: Olha, eu ainda estou envolvido com a teoria da relatividade e...

F: Nenhum projeto de programa de TV?

E: Hein?? Não, não.

F: Ah... pena. Que tal se a gente tirar uma foto com você de jet ski em Angra, pra capa?

E: Jet ski? Eu não...

F: E tô pensando em colocar na capa algo do tipo "Einstein fala sobre sua fase mais madura com Joana D'arc: - Ela é de uma outra época". Que tal?

E: Ei! Mas eu...

F: Se importa de segurar essa embalagem de sabonete aqui pra uma foto? É merchandising, sabe...

vida ou- (parte II)

22.12.03

Nos filmes sempre torço para o loiro emocionalmente travado que será invariavelmente derrotado por uma mulher vulgar que o abrirá para o amor! e para a vida! Termina o filme com o cara aprendendo as alegrias do rock’n roll, dançando pelado de avental, declarando seu amor no meio do Super Bowl, ou qualquer outra estupidez assim.

Como há gente defendendo a abertura descontrolada dos sentimentos grotescos. Queria uma vez na vida ver um filme em que uma mulher latina, cafona e caliente, aprendesse com um alemão rígido as alegrias da repressão emocional.

Alexandre Soares Silva

INCIDENTES

Certa vez, Ademir quis deitar-se e tirar uma boa soneca, mas ao tentar errou a cama. Atingiu o chão com tanta força que ficou ali deitado, sem conseguir se levantar, tamanha a dor sentida.
E então Ademir fez um esforço supremo e conseguiu ficar de quatro. Mas sua força o deixou e ele, novamente, caiu estatelando sua barriga. Assim permaneceu, então, deitado.
Ademir fica deitado no chão por cinco horas ininterruptas. Primeiro ele apenas esperou que a dor cessasse e, devido esforço, acabou por cair no sono.
O sono restaurou a energia de Ademir. Ele acordou totalmente recuperado.Levantou, caminhou por todo o quarto e, com cuidado, deitou na cama. "Bem" - pensou Ademir - "Agora eu vou tirar uma soneca". Mas ele não sentiu sono algum.Ademir virou de um lado para outro, e não conseguiu dormir de jeito nenhum.

.INUTILIA.VINAT.

21.12.03

Começou o Encontro Internacional de Formigas. Todos as formigas do mundo estão reunidas nesse momento, numa grande confraternização de fim de ano. Um evento realmente grandioso. Bem aqui na minha cozinha.

Bocozices

Querido Papai Noel,

Como vai o senhor? Tudo bem? Muito frio ai no Pólo Norte? Espero que não. Pois é, tem tempo que eu não escrevo para o senhor, né? Deixa eu ver se eu lembro... acho que a última vez que escrevi eu devia ter uns cinco ou seis anos. Desculpe-me Papai Noel, mas é que, o senhor sabe, a Valéria... Aquela minha amiguinha lá da rua. Foi ela que acabou com esse hábito. Foi ela sabe, que disse que era tudo mentira... Eu acreditei e sai correndo para perguntar pra minha mãe. Quando a minha mãe disse que ia ter uma "conversinha séria" comigo, logo percebi que a Valéria estava certa. Aliás Papai Noel, o senhor sabia que, sobre você, renas, trenó e até o subir e descer de chaminé, foi essa a primeira "conversinha séria" que a minha mãe teve comigo? Depois vieram tantas outras... Mas então, desde dessa época, não escrevo mais cartinhas para o senhor. Desde essa época, não vou mais ao correio colocá-las naquela caixa enorme de papelão vermelho que tinha escrito "Cartas para o Pólo Norte". Por isso que eu estou escrevendo essa cartinha hoje. É que eu estou arrependida. Devia ter mantido contato. Eu sei que o senhor é uma pessoa muito ocupada e que nem sempre pode respondê-las. Mas não importa. Também sei que naquele ano que pedi de presente uma boneca que falava igual à Emília (tinha que ser igualzinha à Emília, que falasse pelos cotovelos) o senhor não conseguiu atender meu pedido. Às vezes, a gente pede coisas impossíveis, né? Só depois foi que eu descobri. Acho que o senhor entendeu. Mas então Papai Noel, nesse ano eu fui boazinha. Fui mesmo. Olha só: fui às aulas todos os dias. Não respondi a professora (até levei uma maçã pra ela). Respeitei meus coleguinhas. Escovo sempre os dentes três vezes por dia. Ah, e uso fio dental. Também lavo sempre às mãos, antes de comer. Arrumo minha cama todos os dias pela manhã. Obedeci o papai e a mamãe, mesmo de longe. Ajudei aquele pessoal perdido no centro da cidade, achar o caminho. Deixei um chocolate na caixa de correio para o carteiro, no dia do carteiro. Tenho sido uma boa amiga de todo mundo, até mesmo da coleguinha da Alemanha que não perdoa uma. Tenho relevado algumas coisas e sempre desejo o melhor para os outros. E ah, acho que estou me saindo uma boa esposa-dona-de-casa-lerê, né? Então, ai eu queria pedir de presente de Natal uma coisa para o senhor. Aliás, acho que tenho sido uma boa pessoa mesmo, tanto que o presente de Natal não é nem pra mim. É pra ele. Sabe o que eu queria Papai Noel? Será que o senhor poderia trazer, embrulhado numa caixinha (não precisa ser bonitinha) um pouquinho de "organização"? Porque putz Papai Noel, é fogo aguentar cara emburrada e falação, de gente que não sabe onde coloca as próprias coisas. E ainda, depois de dar piti, revirar meio armário, sacudir meio mundo de roupa, tirar todas as malas lá de cima e botar todo mundo doido... quando a gente ajuda (eu não disse que eu era boazinha?), acha-se a coisa bem ali óh. No primeiro lugar que eu disse que estava, e que, segundo contou, já tinha procurado...

Um beijo.
E lembranças à Mamãe Noel.

PS. Há quanto tempo vocês estão casados?
Rapunzeeeeel... jogue suas tranças

das partes

E é de mim que tenho medo. Sobretudo nestas fases em que não estou em mim, anestesiada por não me ter. De repente me pego frente ao espelho cantando canções dos tempos em que uma voz grave e doce me acompanhava. E de repente percebo que esses meus passos vacilantes não levam a lugar algum: ando em círculos, parando aqui e ali, querendo pouso sem ter onde pousar, amarrada a uma corrente que me puxa rumo ao que já foi, não deixando ser o que deve ser fluir como um rio, sempre o mesmo, sempre novo. Liberdade, palavra de ordem, onde estás que não te encontro? Em que recanto escuro se escondeu dentro de mim? E então me lembro que parte de mim ainda está lá, presa e enfraquecida, naquele passado que pinga lágrimas nos meus olhos. E a outra parte, esta que hoje comanda os gestos que me fazem, está aqui, assustadoramente gozando o novo da vida nova e sentindo-se tão velha quanto velhos são os meus temores. E esses pedaços separados brincam de cabo de guerra, fingindo que não sabem que um outro, um terceiro eu, dorme sobressaltado, um olho aberto, outro fechado, aguardando a hora da corda arrebentar. Será que então, neste momento que enxergo azul, serei novamente inteira como jamais fui completamente?

. Ponte sobre o caos .

20.12.03

É que vem chegando o Natal e todo mundo fica bonzinho, pra ganhar presente do papai noel. Então tem não-sei-quantas mil campanhas pra fazer o Natal de várias criancinhas melhor, e aí você vai e dá um presente que comprou no 1,99 mais perto da tua casa não porque você quer dar um presente pruma criança, mas só porque todo mundo vai levar e fica chato você não participar, e vai ficar todo mundo pensando o quê de você se não houver uma sacolinha na tua mão na hora da missa? Pois é, aí tem a caixinha do porteiro também, e pôxa, você já gastou 1,99 no presente da missa, agora ainda tem que colaborar com porteiro, não basta o condomínio que você já paga? Não, não basta, e o prédio todo colaborou na reunião de condomínio, e você só tem uma nota de 10,00 no bolso (mais o um centavo do troco do 1,99), e se não fôr agora não vai ser nunca, e tá todo mundo olhando você com a caixinha na mão, vamos lá, tá na tua hora, vai logo, solta a grana, põe logo aí o dinheiro e passa essa caixa que tá todo mundo te esperando pra acabar a reunião, e você não queria dar essa fortuna que são 10,00. Na miséria você volta pra casa, e a mulher tá com a cartinha da tua filha nas mãos, "papai noel eu queria uma boneca", mas não é qualquer boneca, é aquela que anda, come, chora, fica doente e faz pipi, não, não parece boneca, tá mais prum irmãozinho, tá, você vai procurar a boneca, se enfiar naquelas lojas entupidas de gente se empurrando, disputando um presente, aquela musiquinha (já é natal na leader magazine..) vai ficar no teu ouvido até a ceia de natal, quando o roberto carlos vai cantar são tantas emoções pela enésima vez, o Papa vai rezar a missa do galo e você fica esperando ele falar alguma coisa em português pra se sentir tocado, nossa, um Papa que fala a minha língua, mas você nem entendeu nada porque já não dá pra entender uma palavra que João Paulo diz. Aí todos se reúnem em volta da mesa, os embrulhos rasgados no chão da sala, grãos de arroz caídos pela mesa, a tia gorda que já desarrumou o prato com as rabanadas de tanto que beliscou, vinho no calor de dezembro, coca cola pras crianças, castanhas, nozes, frutas cristalizadas, tá faltando nevar mas neve aqui derrete logo, o calor tá infernal, a ceia tinha que ter abacaxi, manga e melancia. O papai noel chega, tua filha chora de medo, caramba, você lá naquela roupa vermelha fazendo de tudo pra agradar, suando em bicas, a barba te coçando a cara, e tua filha chorando de medo do papai noel e nem sentido a falta do pai de verdade, que nessas horas criança procura logo a mãe. É isso aí, Feliz Natal.

É Natal no Sanatorium

Quando eu era pequena e tinha tempo pra ficar deitada no quintal, olhando as nuvens, ficava imaginando o que ia ser quando crescer e que profissão meu futuro marido iria exercer. As minhas opções variavam entre ser uma astronauta, ou uma cantora de sucesso, uma rainha, uma arqueológa ..... mas o meu futuro marido sempre tinha a mesma profissão: era cozinheiro e só se vestia de cor-de-rosa; dá um desconto nessa parte, porque eu só tinha uns 8 anos quando brincava disso. Hoje em dia eu trocaria, ele teria que ser obrigatoriamente massagista, mas ele também poderia usar qualquer cor de roupa.

Dormi de Rímel Acordei de Sombra

O videotexto (Post XXVI)

Eu estranhei quando vi uma figura meio redonda e branca se aproximando do carro. Não foi possível identificar se era homem ou mulher, mas não acreditei que fosse o Locutor.
A pessoa, a qual eu ainda não havia identificado o sexo, caminhou até a guarita do prédio e me fez rezar quando o porteiro apontou na minha direção.
Não podia ser. Inconscientemente, me fiz de rogada e apertei o botão que fechava o vidro. Pensei em ir embora, mas ele bateu no vidro do carro e me deixou sem muitas opções. Meio atordoada, meio indignada e sem acreditar no que estava acontecendo, tentei ser simpática para não causar traumas na criança. Abri todos os vidros, a porta e deixei que ele entrasse.
Não resisti. Antes mesmo de cumprimentá-lo eu perguntei:

- Garoto, quantos anos você tem?

Ele parecia preocupado e transpirava muito. Parecia que estava fugindo da polícia.

- Dezoito.
- Mentira! Nunca que você tem dezoito anos! Deixa eu ver seu RG.

Eu e minha mania de ver RG.

- Eu juro!
- Fala a verdade!
- Está bem, está bem... Eu tenho quatorze.
- Eu não acredito...
- Eu não disse antes porque achei que você ficaria brava, e eu gosto de você, e achei que você não falaria comigo se soubesse a minha idade, e....
- Não é possível... Menino, como é que você entra no videotexto dizendo que é maior de idade, que trabalha como locutor de rádio, diz uma porção de mentiras?
- Mas é o meu sonho...
- Então diz que é sonho criatura! E onde já se viu mentir a idade? Isso é perigoso sabia?

Por alguns instantes eu fiquei meio abobada. Não sabia se me esbofeteava ou se botava o moleque pra correr dali.

- Olha, não fica brava... eu não posso ficar aqui por muito tempo porque a minha mãe não gosta que eu converse com mulheres mais velhas e eu não quero que ela te veja, porque senão...
- Como assim mulheres mais velhas?
- É que você não é a primeira mulher mais velha que eu conheço.
- O que? Menino, você é louco!

O meu viking era um garoto gordinho, em fase de crescimento e afetado pela desproporção física que os homens sofrem na adolescência. A voz, hora grossa, hora desafinada nas horas de desespero, o fazia quase gaguejar. Não era uma questão de corresponder ou não à imagem que eu havia feito; o que me incomodava era o fato de ter sido ingênua e carente a ponto de não ter percebido antes. Por mais desenvoltura que o garoto tivesse para escrever ou falar no telefone, desde o começo eu tive indícios do que se tratava. Não vi porque não quis e porque aquela era uma forma de fugir das decisões que eu precisava tomar. Me senti uma imbecil e só queria sumir daquela cena.

- Desculpa não ter contado, só não queria que você deixasse de gostar de mim.
- Você mentiu pra mim! E com essa voz... Como eu podia imaginar que você era uma criança?
- Eu não sou criança!
- Olha, eu não vou discutir com você. Vai embora por favor...
- Tudo bem, eu vou. Mas quero que você aceite o meu presente.

E ele tira uma estrela ninja do bolso.

- Foi o meu avô que me deu... Eu tinha cinco anos e ele morreu dois dias depois. Guardei ela comigo esses anos todos e agora quero que ela fique com você para que te dê sorte...
- Eu não quero! Desculpa se parece grosseria, mas você guarda isso e dá de presente para alguém que mereça. Aliás, não dá pra ninguém! Guarda de novo. É um presente do seu avô. Não é coisa pra sair dando. Além do mais, onde é que eu vou enfiar uma...

Antes que eu terminasse a frase fui interrompida por uma ruiva tamanho família que, enfurecida por seus instintos maternais, avançou nos meus cabelos gritando que eu era uma velha tarada querendo corromper o filho dela. Ela não parava de gritar que o moleque só tinha treze anos de idade e que estava cansada da velharada que se aproximava do garoto. Foi então que eu entendi melhor o que aquele menino fazia dia e noite no videotexto. Mas da minha boca só saia um número e uma interrogação: "Treze? Treze? Treze?", como se isso fizesse diferença. Um tremendo banzé! O garoto, dando com a estrela ninja na mão da mãe para que ela me soltasse e eu tentando me livrar das garras da progenitora.
Fui salva graças à serenidade e sabedoria da Sueli. Munida do seu Continental sem filtro, ela viu o zelador do prédio com uma mangueira de água lavando a calçada, pediu emprestado e disparou o jato d'água contra a mãe do locutor mirim.
Mesmo sem nunca ter olhado diferente para o jardim da infância, voltei para casa me sentindo, o que seria hoje, a versão feminina do Michael Jackson e, depois de ter chorado duas noites seguidas, jurei que nunca mais acreditaria em vozes e apelidos sexys. No meio da crise e chorando ao som de Lionel Richie, liguei para a casa do clone e combinamos de nos encontrar. Eu precisava acabar com aquele noivado.

--------------------->> Continua.

Amarula com Sucrilhos

19.12.03

Essa viagem serviu para aprimorar o meu mais novo vício: afanar cabides de hotéis.
Não há nenhuma serventia para mim, não há nenhuma emoção no ato, mas eu sempre TENHO que carregar alguns cabides. Um que seja.
Não sou de subtrair coisas em hotéis. Aliás, há muitas coisas mais interessantes de furtar do que cabides: cinzeiros, toalhas, cortinas, telefones, ar-condicionado, etc. Mas eu tenho que levar os malditos cabides.
Colecionei mais quatro nessa última expedição. Já os juntei ao monte de aproximadamente trinta que está no quarto dos fundos daqui de casa.
Enquanto isso, minhas roupas estão amassadas nas gavetas.

Quai num gosta

Sonhei que estava dirigindo em alta velocidade pela marginal Tietê na madrugada, na pista oposta à do prédio da Abril, quase na Lapa. Algo fez com que o carro escorregasse, batesse no pneu dum caminhão na faixa de tráfego ao lado, e capotasse várias vezes, no comprimento, como se desse várias voltas no Enterprise do Playcenter. O carro continuou girando, até bater num pilar duma ponte e parar. O cenário mudou imediatamente para a Ipiranga - a avenida mais parecida com as marginais no meio rural - na frente da Zero Hora. Desafivelei o cinto, desliguei o rádio do carro (que estava de pé, apoiado na vertical a um poste) e pulei pra fora. Lembro de ter olhado pro céu estrelado e visto algum luminoso anunciando coca-cola ou outra merda assim. Fiquei olhando para o carro, um três volumes enorme, quase um opalão, mas modernoso, algo que eu jamais compraria (pensei, no sonho) e procurei com os olhos o posto de gasolina na esquina oposta à da Zero Hora. Ninguém parecia, na madrugada, ter reparado que eu acabara de destruir o carro depois de capotar a traquitana várias vezes. Saí dali pela Lima e Silva pra achar um bar onde tomar pisco ou rum e comprar cigarros. Acordei suado, abraçado na minha namorada. O que me intriga é não lembrar o que estava tocando no rádio.

In Opio Veritas et Circenses

Drops

- Será que Deus apiedar-se-ia de minha alma se eu me regenerasse de vez?
- Depois dessa mesóclise, provavelmente não.

* * * * *

- Amor, perceba: foi apenas uma foda. Com você, eu faço amor. E isso faz toda a diferença.
- Diferença é o que você vai ver na sua conta bancária, depois da pensão que vou cobrar na Justiça depois do divórcio!

* * * * *

Quem diria. Depois de tanto tempo, você ainda é a mulher mais linda de todo o universo. Eu ainda me lembro de quando éramos namoradinhos de infância e andávamos de mãos dadas, os braços balançando como se fossem pêndulos de um relógio de parede. Será que você ainda se lembra de que brincávamos de esconde-esconde com a lua, e ríamos ao constatar que ela sempre nos encontrava? Sim, mocinha, você ainda tem o poder de mesmerizar meus sentidos. Mas agora você é casada, eu também, a vida nos separou e eu não quero lembrar dos porquês, agora sou feliz com minha esposa e meus três filhos, e eu jamais terei a coragem de dizer que em meu mundo nostálgico de céu azul e lembranças edulcoradas você ainda usa marias-chiquinhas, tem aparelho nos dentes e será para sempre a mulher da minha vida.

* * * * *

- Eu sou um babaca, eu sei, nem precisa me falar.
- ...
- Sei lá, acho que ainda sou muito imaturo pra mergulhar de cabeça num relacionamento.
- ...
- E, pôxa, você merece alguém muito melhor do que eu.
- ...
- Eu só espero que você possa pensar em mim com carinho.
- Olha Carlos, se você me prometer que vai calar a boca, enfiar esses teus clichês de fim de relacionamento no meio do seu cu, sair desta casa neste exato momento e nunca mais olhar para trás, talvez eu possa apenas te mandar à merda em vez de desejar que uma manada de elefantes sapateie em cima do teu saco. Porra, você consegue me deixar mais desbocada que filme brasileiro!

* * * * *

- Depois dessa, fiquei com a consciência pesada.
- Nem me fale. Se você conhecer um endocrinologista para a alma, me avise.

Pensar Enlouquece. Pense Nisto.

Um dia Deus disse:
– Quem quiser ser feio, dê um passo à frente!
Eu tô andando até hoje.
Puta que pariu.

Jesus, Me Chicoteia!

www.quiabo.blogger.com.br

Terça-feira, Dezembro 16, 2003 :
Eu tenho uma pasta no meu micro que é só de coisas do meu blog....rascunhos, imagens, posts em html....quando invadiram meu blog antigo e meu computador, roubaram minhas senhas e todas as minhas pastas do blog que continha os meus posts não publicados
A pessoa que roubou chama-se Gabriel, mais conhecido por moskito. Fiquei sabendo que o irmão dele morreu de Aids pois era homossexual. Desde então ele ficou revoltadinho com o mundo
Esse carinha, vulgo moskito, irmão do viado falecido, invadiu o kiabo e meu computador , a primeira coisa q ele pegou foi essa pasta e meu arquivo de senhas. Pegou alguns dos meus arquivos de rascunhos e espalhou pra outras pessoas, uma coisa do tipo

Resultado: quem le o blog desse carinha, vai encontrar lá posts que estavam na minha pasta
Por causa disso o provedor dele o proibiu dele acessar a internet por um bom tempo.
:: DOUG 11:40 PM


Isso aí que tava escrito no blog Kiabo Babante.

Não, não me importo com falsas acusações e nem com quem veio até aqui pra comentar que eu inventei isso também. Como se fosse muito dificil entender que por trás de um site existe alguém. Pessoas. Famílias.

E esse cara ta colocando minha família na história.
Meu irmão morreu há 4 anos num acidente de carro. Desde essa data eu tenho que escutar a minha mãe chorar toda maldita noite enquanto segura um retrato dele. Eu tenho que fingir que gosto de ir a igreja, só pra que meus pais se sintam melhores sabendo que eu rezo pelo meu irmão. Há 4 anos eu tenho que ver meu pai chegando em casa as nove horas da noite pra ganhar um misero sálario mínimo, porque quem mantinha a família era meu irmão e depois que ele morreu as coisas complicaram.

A minha vida já tá uma grande merda e eu tento ser feliz mantendo um site na internet. Pra que? Pra vir uma pessoa que não tem honra, carater e sensibilidade de notar que não pode sair por aí falando sobre coisas que não conhece. Pra que uma pessoa que acha engraçado e polêmico colocar parentes dos outros em histórinhas, pessoas que já morreram e não tem nada a ver com o roteiro. Pra que uma pessoa sem moral agrida minha família.

Família é coisa séria.
Blogs eram brincadeira, até o início deste post.
Agora mudou.

¿dequejeito? - um blog do Acre

Eu não tenho medo de me tornar mamãe, acho que tenho essa vocação e o resto eu vou tirar de letra. A ansiedade é somente porque falta pouco tempo e nós (o casal) somos desorganizados pra diabo, seja por falta de tempo, $$$ e outros bichos, e por sermos meio relaxados mesmo... se eu não relaxo ai que eu explodo.

Comecei a sentir vontade de abraçar essa menina que mora dentro de mim, antes eu sempre quis, mas agora eu quero é concretizar tudo, e seria absurdo, seria prematura, e nem tem a caminha dela, o cantinho dela... mas a vontade é irracional e fico feliz em ter essa vontade, é um ótimo sinal.

E' lindo ter barrigão, eu confesso, mas é ao mesmo tempo pesado e não é um peso físico, é moral. As pessoas mudam, enquanto você está numa boa curtindo seu momento grávida em paz tem gente fazendo perguntas imbecis e eu juro que nunca perguntei imbecilidades pra uma grávida. Nunca. Então não vou sempre considerar normal.

E' também um momento estranho: adoraria me isolar e não ter que trabalhar, me irritar, etc, mas ficaria me sentindo ainda mais triste sozinha em casa, lembrando do que eu tenho que fazer - e não posso - pra sua chegada. Então trabalho, reclamo, sou compreendida, não sou compreendida e bola pra frente. Tem dias que eu me dou conta que o peso é grande pra quem tem que me suportar, eu não fiquei mais doce com a gravidez, não, somente com meu marido e minha filha eu fiquei doce, eis a verdade.

pulce.org

17.12.03

As Mulheres Querem Tudo, Parte IV, Final:
Lutando Contra o Príncipe Encantado

Uma das grandes diferenças entre homem e mulher (a muitíssimo grosso modo, obviamente) é que os homens, emocionalmente menos complicados, sabem bem o que querem em termos de mulher, encontram rápido, ficam felizes com a descoberta e se acomodam.

Já as mulheres nunca sabem com certeza que tipo de homem estão procurando.

A maior prova disso: os homens, quando reclamam de suas mulheres, é porque elas mudaram.

As mulheres, por outro lado, dizem: mas esse homem não muda nunca!

O problema está na educação.

Ninguém nunca diz pra um menino que mulheres são perfeitas, nem mesmo que deveriam ser perfeitas e, muitíssimo menos, que ele deveria esperar por uma mulher perfeita.

Pelo contrário, a educação de um menino entatiza, quando muito, quantidade, nunca qualidade. Pra que esperar pela mulher perfeita, se você pode passar o rodo nas imperfeitas, que são muito mais divertidas?

Enquanto isso, as mulheres sofrem uma perversa lavagem cerebral: o paradigma do príncipe encantado lhes é enfiado goela abaixo. Não interessa se é culta ou ignorante, pobre ou rica, todas as mulheres, em algum momento, terão que chegar a um acordo com o príncipe encantado: ou o rejeitam ou sucumbem a ele. De qualquer modo, ele está sempre ali, sempre assombrando.

Antigamente, as mulheres primeiro se guardavam para o príncipe e, depois, ou viravam solteironas, ou acabavam se sujeitando a casar com meros plebeus.

Hoje, as mulheres se divertem enquanto o príncipe não aparece em suas vidas, mas ainda assim planejam, em algum momento, assentar residência com o príncipe e virar mulheres sérias.

O princípio é radicalmente o mesmo: há sempre um ponto bem definido no futuro em que haverá essa tão esperada ruptura entre o presente imperfeito e uma espécie de nirvana que se seguirá ao encontro com o homem perfeito.

Os homens se casam com suas mulheres pelo que elas são ou, pelo menos, pelo que acham que elas são. Por isso, sua reclamação principal é que elas mudam: quando casei com você, você não era assim, você não fazia isso, você está ficando uma megera igualzinho à sua mãe. E com as mesmas ancas da sua mãe também!

Já as mulheres se casam com os homens apesar de seus defeitos. É quase como se tivessem desistido de encontrar o príncipe encantado, mas não de fabricá-lo. Já que a porra do príncipe não surgiu, eu mesma faço o meu, pronto!

Então, se casam com alguém desejável, mas com defeitos já visíveis, quase sempre já identificados e catalogados, na esperança de conseguir, aos poucos, mudá-lo de acordo com o ideal de perfeição do príncipe. Com o tempo, já que o homem não muda, as frustrações vão crescendo.

O mais engraçado é a falta de comunicação.

Eu já vi homens sinceramente estupefatos: como ela pode ficar tão furiosa de eu fazer isso e aquilo se eu sempre fiz essas coisas, durante o namoro, durante o noivado, durante os primeiros anos do casamento, e ela nunca disse nada?

Simples, meu caro. Ela sempre odiou isso, mas casou com você apesar disso, casou com você porque achou que você iria mudar, amadurecer, que ela iria conseguir fazer você parar com isso.

E as mulheres também ficam sinceramente estupefatas: mas eu não entendo isso, esse homem está com quase quarenta anos e continua largando a toalha em cima da cama e querendo encher a cara com aqueles cachaceiros amigos dele, quando ele tinha vinte anos, tudo bem, mas será que ele não vai amadurecer nunca?

Naturalmente, ambas as lógicas (sic) são mutuamente incompreensíveis.

As mulheres têm todo o direito de casar com um neandertal e depois decidir que querem um cro-magnon. Mas então que troquem de modelo. Maldade é querer exigir que um bruto, com quem casaram por ser um bruto, de repente tenha rompantes de lorde.

Liberal, Libertário e Libertino

16.12.03

Ouvi e achei otima .

Menino pequenininho ia sempre na casa dos avós e ficava vendo aquela vida mansa, tranquila, enquanto ganhava presentes, bolas e bombons. Tudo tão diferente da dos pais que estavam sempre correndo pra trabalhar e nunca tinham dinheiro pra nada.
Aí um dia Papai inventou de perguntar "Menino, o que cê quer ser quando crescer?"
- Aposentado.
...

Foi verdade, foi sim.

Arroz-de-Leite, agora com cheiro de caju!

Como maçãs como quem beija tua boca.

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Bom para lavar a alma

banho de chuva.

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A alegria usa pantufas.

A Caverna da Ogra

Eu quero comprar um contact. Um plástico contact. Transparente. Ou de quadradinhos vermelhos, com o do meu caderno da sétima série, quando eu só tirava dez. Eu quero pegar esse rolo de contact e encadernar cadernos novos. Quero ir na papelaria e comprar um estojo. Colocar canetas nesse estojo. E lápis, e um apontador afiado. Quero uma lancheira nova. Um avental novo, um tênis bamba zerado e um conga azul. Quero três camisas do uniforme de educação física e quatro do uniforme normal.
Quero que tudo que eu preciso caiba numa lista.
Quero saber do que preciso para o ano que vem correr bem. Que livros devo ler? Que matérias aprenderei? Quero saber. Quero saber o dia de amanhã. Quero entender pra onde estou indo.

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Acabei de matar uma baratinha que estava subindo no meu monitor com um livro do João Cabral de Melo Neto de capa dura. O Mário Faustino era de capa mole, fiquei meio assim.

\o/ BLoGGeTe

Canibal Alemão

Louco?

Louco pra mim é quem só come verduras e legumes. Esses sim, deveriam parar na
cadeira elétrica! Mas sem torrar muito, ao ponto pra rosado por favor.

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Primeira Lei Do Motociclismo:
- Ande sempre de boca fechada.

Segunda Lei Para Preservação dos Insetos:
- Ler a Primeira Lei Do Motociclismo.

surra

Vida de Casal

- Ela só fez o que toda mulher deseja, mas não tem coragem. No fundo, no fundo, a maior parte das mulheres adoraria sair pelada na Marquês de Sapucaí do jeito que ela saiu.
- Com uma coleira com o nome do marido? Sei...
- Facilmente. Toda mulher quer sentir que tem um dono, inclusive eu.
- Até receberem a primeira ordem.
- Vocês homens têm uma dificuldade enorme de compreender esses detalhes simples do universo feminino. Ser dono de uma mulher não significa mandar na vida dela, mas deixar claro que ela é sua.
- Você sabe que não é simples assim.
- É sim. Ter uma mulher é como administrar uma empresa. Por exemplo, se um dia a gente se separar, o fato de você ter sido casado com uma Votorantim fará você tirar de letra qualquer Editora Gênese que aparecer na sua vida.
- Sabe que você tem razão? Eu sou o próprio Antônio Ermírio de Moraes! Só trabalho, não tiro férias há anos, não me envolvo mais com política e vivo andando pelo centro de São Paulo, descabelado e mal vestido.

Amarula com Sucrilhos

15.12.03

Algumas das mentiras mais comuns do mundo (partes 1 e 2)
Dito pelo povo, espalhado pelo vento e reunido por kingloko

ADVOGADO: - Esse processo é rápido.

ALCÓOLATRA:- Só um pouquinho...estou parando de beber...

AMBULANTE: - Qualquer coisa, da próxima vez a gente troca.

ANFITRIÃO: - Já vai? Ainda é cedo!

ANIVERSARIANTE: - Presente? Sua presença é mais importante... Par de meias??? Realmente você advinhou... Transmissão de pensamento ou você é a minha alma-gêmea!?

ASSISTÊNCIA TÉCNICA: - Foi o carvão do motor e problema de pico na fonte.

BALCONISTA DE PADARIA: - Este foi feito hoje...

BÊBADO: - Sei perfeitamente o que estou dizendo.

CACHACEIRO:- Agora a primeira saideira!

CASAL SEM FILHOS: - Visite-nos sempre; adoramos suas crianças.

CHATO: - Acho que vou embora, já é tarde né!?

CHEFE:- Estamos passando por um fase temporária de contenção de despesas...

CORRETOR DE IMÓVEIS: - Em 6 meses colocarão: água, luz e telefone.

CRIANÇA: - Num fui eu!!! Foi ele!

DELEGADO: - Tomaremos providências.

DENTISTA: - Não vai doer nada.

DESILUDIDA: - Não quero mais saber de homem.

DEVEDOR: - Amanhã, sem falta!

ENCANADOR: - É muita pressão que vem da rua.

FILHA ADOLESCENTE: - Dormi na casa de uma colega.

FILHO ADOLESCENTE - Antes das 11 estarei de volta.

GALINHA: - Ah...Se minha família fica sabendo o que estou fazendo com você...

GERENTE DE BANCO: - Trabalhamos com as taxas mais baixas do mercado.

INCOVENIENTE:- Você se importa de eu me sentar!?

INIMIGO DO MORTO: - Era um bom sujeito...

INTERNAUTA VICIADO:- Só vou baixar os emails e desconectar... Tec tec tec

JOGADOR DE FUTEBOL: - Vamos continuar trabalhando e forte...

LADRÃO: - Isso aqui foi um homem que me deu.

LOCUTOR DE TV: - E até a próxima semana, neste mesmo horário.

MARGINAL CÍNICO: - Nada a declarar...

MECÂNICO: - É o carburador.

MÉDICO: - Depois de algumas sessões de quimioterapia você se sentirá um adolescente.

MUAMBEIRO: - La garantya soy yo!!! Traducao: Tá ferrado...


Homem Chavão

Perfume & chorume.

Uma festa.
Uma francesinha.

Dia seguinte:
- Le lixo... aide-moi, mon amour?
Sacos plásticos pretos, meio-dia, ressaca, rua.

Um beijo.
Ele semi-sorri:
- Também fico aqui?


.FAKERFAKIR

Concurso "Piores Contos"

1º) lugar

Minha História

Nasci como todo mundo, depois de uma gravidez completa de minha mãe. Não foi muito agradável todo o tempo que fiquei em sua barriga. Ela sentia muita dor e o peso era insuportável. Mais os enjôos seguidos de vômitos, sempre perto de quem estava, deliciosamente, saboreando uma refeição.
Vim bem magra e comprida e chorava desesperadamente de fome o tempo inteiro. Minha mãe não tinha um pingo de leite, também pudera, meu pai, aquele calhorda, vivia de porre e sacaneando ela o tempo inteiro. Ele era um cara derrotado, que não conseguia trabalho. Minha mãe, quando casou com ele, tava muito apaixonada e achava que tudo ia mudar. Mas bem que a mãe dele tinha avisado que ele sempre tinha sido assim e que "pau que nasce torto não conserta". Mas, sabe como é, quem ouve os outros quando está apaixonado!

Gente, eu tava falando da fome que sentia e da falta de leite da minha mãe, não era? Sabe como é, um assunto puxa outro... Esse negócio de um assunto que puxa outro também é engraçado. Falando nele, lembrei que tem gente que não pode encontrar outro que já começa a falar da sua vida, não é? E pior! Fala de coisas desagradáveis como dores, enjôos e vômitos. Como é que pode?
E quando começa a falar mal do pai, aí não há quem agüente! Sempre nas histórias tem uma mãe sofredora e um pai que não presta o ar que respira. Que coisa mais desagradável!
Mas também tem muito homem safado neste mundo, não é? Outro dia soube que o marido da Anete, aquela que fornece quentinha, tinha dado uma surra nela. E sabe qual foi o motivo? Ela tava com uma roupa um pouquinho curta.
Nada demais. Mas pensando bem, ela é meio alegre demais. Uma mulher daquela idade com as coxas de fora!
Detesto falar da vida dos outros!
De que que eu tava falando antes mesmo?
Ah, deixa pra lá. Não tenho mais tempo de conversar. Até mais ver.

-- Maricleide de Jesus

Prosa Caotica

Teu olhar abre as portas de um calabouço e de lá escapam serpentes e salamandras, gritos e pragas e um cheiro de incenso que me toma nos braços e me arrasta por galerias inundadas, salas escuras, escadas íngremes, pontes instáveis. O pavor adere à minha pele, mas tudo em mim pede a perdição do teu colo, o inferno dos teus lábios, a loucura das tuas palavras. Tudo em ti são promessas de calamidade ecoando em meu átrio vazio de bom senso. Quem me dera estar enganada.

Não Discuto

12.12.03

O ônibus soltou um guincho. Animal ferido, luzes apagadas. Um grupo de meninos negros desce fazendo algazarra. São meninos, mas para quem os vê assim em bando, são sobretudo negros. As mulheres disfarçadamente (ou não) apertam as bolsas contra a peitaria, enquanto os homens (velhos, em maioria) lançam olhares de esguelha. Fiel aos meus pré-conceitos aperto a bolsa também. Um dos meninos passa por mim e sorri. Sorrio para ele, de canto, de terror (sou infinitamente covarde) e recebo como resposta a frase-chavetia, a gente só robá de boy. Descubro segundos depois que não se trata apenas de retórica. Na direção contrária um menino, talvez da mesma idade, talvez até do mesmo bairro, segue em direção ao grupo. Branco de medo, sem trocadilho. Cercam-no e ele ainda tem tempo de explicar que não tem dinheiro, que está saindo do trabalho e. Um tapa explode na sua nuca e vejo o menino do sorriso com a carteira do outro na mão. Não fiz nada, nada disse, nada pensei enquanto o menino roubado passou por mim contendo as lágrimas. Definitivamente não existem vencedores, só vencidos.

Mulherzices

Na minha mão não há mais ameixas nem cigarros, só dados estúpidos de compradores de pneu estúpidos.
Acabe, trabalho, acabe por favor.
Acho que eu só iria usar um dos pedidos pras pessoas extremamente inconvenientes que roqueiam meu mundinho e depois diria pro gênio fazer as malditas tabelas todinhas pra entregar até as seis da manhã de amanhã. Daí eu via se ele me dava muito dinheiro, mandava construir um caixa forte igual ao do tio Patinhas ao lado dos templos da Indonésia. Kiss my ass buda. Com o que sobrasse eu viajava pra Coréia, comprava um tigre de bengala, um triplexzinho aconchegante...
É, isso seria bom.

Agora, de volta às tabelas.

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Não gosto de me mudar.
Por mim tudo bem em deixar pra trás os lugares e as pessoas, o problema é encaixotar, ter que rever todas as coisas que estão enterradas no meu armário. Cada vez que eu abro uma gaveta, morro um pouco. De raiva, de tristeza, de saudade, de vergonha. De vontade de queimar tudo, de jogar fora, como se estivesse eliminando a parte da minha vida que cada carta, cada foto, cada objeto representa.
É péssimo seguir caminhando com muita carga nas costas, mas o bom das lembranças é que elas têm o peso que se quer dar. Claro que algumas coisas não se esquece nunca, mas sempre dá para relegar alguma coisa a umas paragens distantes da mente, sei lá.
Só não dá pra ficar parado, porque milhões de mãozinhas empurram pra frente. Além disso, eu quero ir.
E é aqui que entra o mas, só que eu quero mais é que o mas se foda.

The real folk blues

11.12.03

So doi quando eu respiro

Pode ser a TPM, pode ser o Natal que se aproxima e com isso me vem à mente a imagem de Simone cantando "Então é Nataaaal" com os olhos fechados e coração contrito. O motivo desconheço, mas ha tempos, ah, ha tempos que me emociono com qualquer coisica.

Noutro dia acordei com uma dor de cabeça devida ao sagrado vinho barato que tomara na véspera. Era uma daquelas malditas que doem so de piscar. Dor, dor, muita dor, mas fui trabalhar e pensando que no caminho compraria uma nelsadina, uma aspirina ou qualquer outra ina que exterminasse aquela dor, dor, dor. Insistente, inclemente, persistente e péla-saco.

Tomei rumo em direção ao trem que me levaria à capital e logo, ao longe, avistei dois musicos estilosos que, mais pra frente saberia, embarcariam no mesmo vagão que eu. E pensei, e a dor, dor, dor? Eles vão tocar e ela vai explodir em jubilo mostrando-se mais forte do que eu. Não toquem, não toquem, piedade dois senhores. Mas eles desconsideraram meus apelos mentais e se puseram a tocar. La, la, la, la, vai minha tristeza e diz a ela que sem ela não pode ser, la, la, la. Êpa! Mas é a bossa que eles tocam. Linda, boa e saudosa bossa que fez com que ela, a infeliz que me acompanhava, desse um tempo em sua insistência.

Minha felicidade e emoção eram tantas ao ouvir aqueles acordes, que quase me pus a chorar e comecei a cantarolar timidamente à beira de juntar-me a eles e formar um trio. No final da cantoria e ja chegando a meu destino, recompensei aqueles dois errantes com três moedas das mais pesadas. Três moedas que guardava preciosamente para comprar o antidoto contra a outra que me perseguira e como eu bem desconfiara, so havia dado um time, para voltar com força total, dez minutos depois. Azar o meu que fiquei com a maledeta e sem as três moedas que seriam a minha chance para aniquila-la.

Alto lá, cara pálida

Classificados Cerveja Blog:

Sheila - Lindíssima, irresistível, seios fantásticos, bumbum de ouro, corpo escultural, nível universitário, poliglota, educadíssima, super-carinhosa.
Tenho tantas qualidades que nem sei porque é que fui virar puta.

BMW 0KM - Apenas 5 mil reais. Direto del Paraguai. Documentación completa, mas aconselho trocar la placa. Nao és preciso nueta fiscal, la garantia soi yo. Tel: 6346344-434.

Cerveja Blog

Fui deixar minha tia no aeroporto e na volta paro num daqueles quiosques de massagem e fico lá quinze minutos, saindo com mó cara de endorfina. Saindo do aeroporto, já estava com uma dor debaixo da omoplata (o osso que liga as costas com o braço) esquerda. Entrando no carro, comecei a parar de sorrir. Dentro do carro, voltando pra casa, comecei com um pequeno soluço. Quando saí do carro tava com uma puta dor de cabeça. Quando saí pra ir no cinema, estava com um soluço MUITO forte (fui a diversão da fileira de trás, que nem deve ter conseguido ver o filme de tanto rir por me ouvir soluçando). Saindo do cinema, estava com uma tosse daquelas que arranham a garganta e deixam a gente seco.

E tô soluçando até agora, tossindo até agora, com dor de cabeça até agora, precisando ir pra faculdade e fazer dois trabalhos, pra quinta e pra outra terça.

Como uma pessoa consegue soluçar de três e meia da tarde de domingo até as dez da manhã de segunda? Cheguei num ponto crítico: vou fazer o que meu instrutor de auto-escola sugeriu e beber água ao contrário (Não, isso não quer dizer que eu vou beber a água pela parte do meu corpo onde ela deveria sair). Depois digo pra vocês se funciona.

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Caráleo! Soluço de merda, hein? Pqp... ainda estou com soluço. Pára por meia hora, uma hora e meia no máximo, e volta com força total. Perdi a vontade de falar, porque cansa ficar sendo interrompido pelo seu próprio corpo. Aí eu decido que quero dormir, ler, ver tv, mas esse soluço atrapalha tudo! Meus ombros tão doendo de tanto eu subir o peito enquanto soluço, minha cabeça dói...

Galera, tô soluçando desde três e meia da tarde de domingo. Isso dá TRINTA HORAS! Me faz lembrar do Unibanco, com a diferença que soluçar não é tão bom quanto ter dinheiro.

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Cecília, valeu mesmo a dica do soluço! Passou! Pelo menos por enquanto, já que respirar dentro de um saco plástico, beber água o contrário, prender a respiração com a barriga descontraída e bater na minha própria barriga (quando o Zanier se ofereceu pra fazer isso hoje de tarde, achei que não seria exatamente saudável) também funcionaram e depois o soluço voltou... mó Highlander, esse porra. Se sua técnica não der certo a longo prazo, vou ter que arrumar um lugar que não seja solo sagrado e passar a faca no pulmão, usar meu treinamento de kendoka pra fazer harakiri...

Ficou uma sensação estranha, como se o músculo tivesse meio pra frente... ele deve ter se acostumado a ficar errado durante o dia todo, e agora consertado eu me sinto estranho. Mas antes estranho do que soluçante e dolorido. Quem me conhece sabe que pra eu ficar calado, o incômodo tem que ser muito grande...

~Os Mágicos de Blogz~

Aqui estou eu, na frente do meu computador, encarando meu fundo de tela, ouvindo Radiohead enquanto nada acontece ao meu redor.
Sinto que, se algo realmente acontecesse, eu simplesmente surtaria, e cobriria de porrada, quem quer que fosse.
Acho que são essas horas de agonia e desamparo que são as melhores da vida.
Sinto que nada acontece.E isso é tão bom.
22:00.
A música troca.Mais uma música melancólica.
Desta vez acho que está tudo errado.Tudo.
Pra quê estou aqui?
I don't belong here.

Bem, hora de encarar meu fundo de tela, enquanto ela não chega.
Ou enquanto eu durar por aqui.

BLÉ!

E eu não paro de questionar sobre as voltas que a vida dá...

10.12.03

Contrição

Acredito em amor, em aleatoriedade, em destino e em tudo que de tão etéreo se prove inevitável. Dia sim, dia não, rezo pelo missal dos acidentes. Também creio na razão, na prudência e na nobreza, mas é comum me enxergar em meio aos frutos tardios dos tropeços de minha ponderação. Pior, tenho fé na open society ao mesmo tempo em que deposito todas as minhas esperanças nos happy few. Bebo, mas cultuo a clareza. Sou o ingênuo mais malicioso que conheço, paciente como o Cão, suspeitíssimo confrade da Fortuna. Vivo meus dias - por bem ou por mal - no tarde demais. Não sei dançar; todo meu movimento é bélico, contra inimigo nenhum, sem raiva alguma. Sou o autômato de meu próprio planejamento anterior, do qual muito pouco suspeito. Minto por ofício mas sou incapaz de desdizer o óbvio fora dos mundos que invento, os quais, obedientes, nunca saem do papel. Ando precisando praticar a descrença, mas puxa, como é complicada.

Daniel Pellizzari failbetter.

Sinais de Vulgaridade II

Strippers brasileiras, com cara de Macabéa, dançando desenxabidamente ao som de George Michael. Propagandas de disque-sexo (grafado, é claro, disk-sexo). Juro que uma vez vi uma em que uma mulher banguela, rolando numa cama, dizia: "Nóis semo perversa". Uma outra, sentada aos pés da cama, olhou para a câmera e disse: "Ai, ai...".

Em filmes, a aura religiosa em torno de certos presidentes americanos. Em alguns desses filmes só se vê a nuca do Presidente. (O pequeno Jimmy, vestido de escoteiro, bate continência e diz: "Sim, Sr. Presidente! É pra já!". O Presidente ri benevolamente. Queria ter tempo de jogar beisebol com o pequeno Jimmy, você sabe - ele é um homem simples...)

Romances brasileiros históricos em que D. Pedro solta pum, a Marquesa de Santos arrota, etc. O texto na contracapa desses livros: "uma visão irreverente dos grandes episódios da história nacional, muito diferente daquela que nos foi contada nos bancos escolares", etc.

Buzinas que dizem "Sai da frente". E as pessoas que acham graça disso.

Em fotografia: foto de mendigo, foto de criança africana com mosca perto da boca.

Filmes em que atores mirins, sinistramente precoces, se mostram bravos ante calamidades ("Oh, Jimmy, você não tem que ser um herói pra mim!")

O desenho jateado da silhueta de uma mulher nua num espelho de motel. Não melhora muito se a mulher for substituída por um cavalo. E os nomes dos motéis: My Flowers, Princesa, Faraó's...

A expressão "Um beijo no coração".

Gente que "prestigia o cinema brasileiro"; pior ainda, "prestigia o nosso cinema" ("Gente, se a gente não prestigiar o nosso cinema, quem vai prestigiar?")

As expressões "nossa literatura", "nosso cinema", "nossa gente", o "nosso Brasil".

A marca distintiva do pseudo: o termo "escritura".

O verbo "passar" em "tal coisa não passa nada de bom", "sua atitude me passou uma confiança..." - ou "acrescentar" em "tal texto não acrescenta nada".

O vulgarismo empresarial "otimizar". O ambiente empresarial como um todo - perto ou longe da maquininha de café.

A palavra "muita" seguida da palavra "adrenalina"; "gente" seguida de "bonita"; "muito" seguida de "louco"; "esporte" seguida de "radical"; "pessoa" seguida de "humana".

A palavra "famosos" como substantivo: "O estilo de vida dos famosos", etc.

Um vulgarismo acadêmico: a conversão de todo nome de autor em adjetivo. "A estética poundiana", "O universo rosiano", etc. (Acredite, não é preciso...)

Outro vulgarismo acadêmico (há muitos; quase tudo que é acadêmico é tão vulgar quanto um bingo): o título de teses. Seguem uma fórmula: Nome Pretensioso: Algo em Algo + Nome de Autor Adjetivado. Por exemplo: Tempo Redivivo: A Experiência do Ego Fragmentado na Obra Rilkeana.

Ainda outro vulgarismo acadêmico, de origem francesa: o uso descontrolado de verbos no infinitivo, no papel de substantivos: "o escrever", "o rir", "a teoria da recepção no ler weberiano", etc.

A expressão (juro que ouvi, num discurso político emocionado) "este interiorzão brasileiro de meu Deus".

As expressões: "cerva", "loiraça" (em qualquer sentido),"brazuca", "sampa".

"Reflexões" e "pensando", em nomes de palestras ou seminários: "Pensando Foulcault", "Reflexões e Apontamentos: Pensando Marcuse", etc.

A expressão "enlatado" para designar séries ou sitcoms americanas ("ianques").

O termo "intelectualóide" (que jamais, na história da humanidade, foi dito por alguém que não fosse imbecil).

Esta vai doer (desculpe): a expressão "Rasga coração".

O uso da palavra "após" ao invés de "depois". Sempre.

Alexandre Soares Silva

Da série "Meu pai" .

Passa perfume assim: mãozona esquerda em concha, vidro de perfume na direita e... chuááá.
Esfrega uma na outra.
Depois no pescoço, no rosto, dentro do nariz.
- Pai, diabo é isso de passar perfume dentro do nariz?
- E eu vou passar perfume só pros outros sentir? Eu quero é sentir também.
(sorriso superior e uma fungada)

Arroz-de-Leite, agora com cheiro de caju!

8.12.03

Febre assim me lembra das noites aquela que foi quase a primeira, encerrada num tempo diverso em que o calor era só por dentro, em que o ar me batia gelado em nacos de pele ardente e tudo parecia suspenso numa dimensão de irrealidade. Me lembra de quando o tempo escorria viscoso das paredes cheirando a mofo e meus sentidos todos se eriçavam num alerta que estranhamente retumbava atordoamento. Era eu e eram todas ali entre mãos e beijos e línguas, não havia foco nem rumo no caldo de sentipensamentos. Lembra a noite que hoje me volta como sonho, que quase me assombra as madrugadas, a noite quando numa cautela que nunca mais eu dei as costas para o abismo e ele não deixou mais de chamar meu nome daquele momento em diante.

E era o abismo mesmo de sempre que ontem uivava sob o meu corpo outra vez febril quando eu te pedi falo e âncora, quando eu quis em mim a marca inexorável do presente em suor, em porra. Quando eu te desejei em todo fluido que pontuasse o antietéreo, o barro espesso cotidiano. Eu e não mais as outras todas. Vida, a nossa vida que eu busco depois de todo o vôo, todo mergulho.

Agora uma brisa fura a massa quente da noite, eu penso no peixe luzidio que me perturbou o sono, transpiro à tua espera na modorra do apartamento e mordo o azedo da fruta que a geladeira congelou.

LadoB

time for heroes 

qual o sentido de uma casa na qual preciso cheirar o edredon e o futon todo dia antes de dormir, centenas de litros d'agua se esvaem por uma torneira quebrada, o gato caga e mija no quarto dos filhos, os cômodos cheiram mal, na qual as imagens que deleitam minha mente são contaminadas pela visão diária de massas disformes de restos de comida tomados por formigas assiduas e fezes moles e fedorentas sobre caras de merda num jornal? estragos estéticos. meus sentidos parecem embotados. o sofá está com pêlos, uma poltrona em farrapos me encara numa metáfora-alerta: lute ou terminará como eu! os móveis, outrora de charme improvisado, agora caquéticos, repousando sobre o chão riscado e escondendo em suas entranhas mais urina agressiva do mesmo gato, uns poucos copos de cristal para os vinhos que não posso tomar e aparelhos de raclete. sobre a mesa, jornais jogando necessidades urgentes na minha cara. quero comprar tudo, não tenho dinheiro para comprar pão.
o espelho entrega o corpo disforme, cansado e com nódulos, magoado pelos gozos mortos em minhas mãos. precisando de água salgada e a tempestade silenciosa dos tubos para voltar ao prumo. escondo essa bosta num terno de lã e me vou. uma escada cinza de degraus quebrados, adornadas por portas com flâmulas de times de futebol e placas de automóvel com datas de nascimento. weird. uma agressão atrás da outra. um dias desses cruzei com uma barata em decúbito dorsal, masturbando-se com todas as patas antes de morrer. Henry Chinaski mora aqui. não tenho bebido. entre licores mortos, vinhos pobres e garrafas baratas de rum e vodka de segunda, prefiro a sobriedade. um espumante repousa na geladeira aguardando alegria. não gosto de ir a casa dos outros. parecem sempre mais limpas do que a minha, mesmo que eu saiba que atrás do cheiro de perfume se encontra a sujeira da mentira, do ciúme e do medo. não gosto de mentira, de dissimulação. de omissão. não gosto de ficar preso em prol da liberdade alheia. onde trabalho, a morte me cerca. ok, outros trabalham aqui também, mas estão anestesiados. alguns pela burrice automática de suas vidas. outros, pelos câmbios automáticos de seus carros. escarros.
preciso de um boquete. uma chupada bem dada, babada, com olho no olho. preciso comer um cu. gozar na cara, rir, de putaria. hedonista não ama, fode. e tento acreditar nisso pra seguir em frente. na rua, dois carros bateram. carros de fodidos como eu: um taxista e um funcionário da prefeitura, caça mosquitos, sabe? quando meu velho carro italiano comprado em 48 vezes ainda não tinha sido devolvido para a financeira eu costumava ter medo de bater. não tinha seguro, portanto, não podia matar ninguém e dar indenização depois. sempre tive muita vontade de bater no carro dos outros, de matar o que não gosto. todo mundo tem, mas ninguém fala. só falam de coisas bonitas. eu não. eu falo de merda também. e dos merdas. como tem gente de merda nesse mundo, que quer tudo e só olha a porra do próprio umbigo. eu quero ver a minha porra no umbigo dos outros. meu passaporte venceu e não tenho vontade de fazer outro. não vou a lugar nenhum. de vez em quando vou a outra cidade comer uma boceta. um cu. tomar uma cerveja. ver alguma exposição. pra surfar, não tenho viajado. não é importante. só pra mim. tenho R$363,00 ( surreal...) que precisam durar até o fim do mês. o aluguel já paguei. ufa! sobre minha mesa, as fitas do último documentário que dirigi. bons tempos. me vejo inerte, antes criava e lutava por isso. hoje, crio caso comigo mesmo. loser. é uma sala fria, triste. machos fodem na tela, machos fodem minha sensibilidade com suas bravatas e autoridades. vou olhar a rua. muita polícia. vai ter tiroteiro. tiroteios diários. todos acham normal. adoram contar para os amigos que os vidros do prédio são "praticamente intransponíveis". cuzões! vão morrer todos, seus putos arrogantes.
melhor relaxar, escutar The Libertines. "Time for Heroes".

L'ENCRE INVISIBLE

7.12.03

As Banhistas

Quando tinha 7 anos, fazia natação no clube do bairro, o Grêmio Náutico União. Não estava preocupado em nadar. O mais delicioso era deixar a água e se arrumar. Suportava os lábios roxos e os pés murchos para me aquecer no bafo do vestiário. Minha mãe me levava para o banheiro feminino. Enorme, meninas, moças, mulheres e idosas nuas circulavam impunemente. Desviava o olhar para o tapete e levantava pouco a pouco, tal lona de circo. Mexiam nos meus cabelos, um bibelô em cima do banco de pedra. Privilegiado e inofensivo. Não sei como minha sensibilidade não ficou vesga. Seios fartos, pequenos, mínimos, médios. O trânsito das portas e das duchas paralisou meus sonhos até a adolescência. Estou parado anos nesta lembrança, fixando uma por uma das nuances para me lembrar do que não vi por timidez.

Fabricio Carpinejar

Puxando o saco de deus

O que leva todo santo a abrir mão dos prazeres deste mundo é a esperança de se dar melhor que nós pelo resto da eternidade. A santidade é o cúmulo do interesse.

FDR

FILOSOFIA MUSSUMANA

"O bom sensis é a coisa mais bem distribuída do mundis. Todo mundis pensa que está cheio de bom sensis. Mesmo aqueles pentelhis que nunca ficam satisfeitis com nadis não querem mais bom sensis do que já têm. Todos querem encher a cara de mé, mas ninguém quer uma gotinha de bom sensis. Como não é possível que todo mundis esteja enganadis, acho o seguintis: isso prova que qualquer ser humanis tem capacidade de distinguir o verdadeiris do falsis. E isso é bom sensis. Só quando a gente bebe demais acha que cerveja e Diabis Verdis é tudo igualzis. Não é: se a cerveja for Kaiser, Diabis Verdis é melhorzis. Vai por mim, meu filhis."

(Trecho do "Discurso do Mé", texto central da coletânea "Cacildis! Ensaios Reunidos", de Antônio Carlos Bernardes Gomes. Como se nota, Descartes, aquele plagiador, tomou emprestadas essas reflexões e tentou disfarçar chamando-as de "Discurso do Método". Façamos justiça à originalidade do pensamento mussumano.)

puragoiaba

Remorso

E no meio da festa ele parou todas as suas brincadeiras e me perguntou o que tinha mudado, que de uns tempos pra cá estava cada vez mais rude e indiferente a ele. Que não dava atenção às suas idéias e seus sonhos. Me perguntou o que ele tinha feito de errado.
O que ele fez de errado foi me fazer apaixonar por ele a oito anos atrás e tratado meus sentimentos como brinquedos, minhas carícias como apenas passa-tempo, e me sonhos com total indiferença. Sou o reflexo de suas atitudes passadas, e não é de propósito, mas criei uma forma de auto defesa para que ele não me machuque mais como fez tantas vezes.
Não quero mais migalhas de amor, nem dividir sentimentos que achei serem fortes o bastante pra nós, não quero mais andar de mãos dadas, nem olhar as estrelas deitada numa rede ao lado dele. Já não tenho os 18 anos, que tive durante 6 anos da minha vida. E descobri que ela não é vazia como ele tinha me convencido que era.

Já chorei demais, e sorri demais sem ser consolada nem correspondida. Não sinto raiva nem amor, é apenas indiferente.

Não disse uma palavra, não expressei nenhuma reação, me levantei e fui procurar meu par, olhei dentro dos olhos e vi o amor que eu sempre procurei e que me faz inteiramente feliz.

Em caso de coma - Me coma!

Cheguei em NY ontem. Mais frio do que em Londres mas eh um frio mais suportavel, menos umido e mais importante , sem chuva e ceu nublado todo o tempo como o miseravel inverno londrino.

Dessa vez viajei com a British Airways. Voo nao tao confortavel; para comecar estava overbooked e so me deram um lugar poucos minutos antes do embarque. E o servico nada amigavel. Nem parecia a BA.

Vou trabalhar aqui so para ter uma ideia de como funciona. Faco um shift amanha num stripclub pequeno. Estou curiosa e ansiosa

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Ontem no club foi paradao; segundo as outras meninas eh quase sempre assim nos shifts diurnos, das 12 as 8. Mas no final nao voltei de maos vazias nao. Estranhei nos primeiros momentos; mais de uma menina no palco e mais desfilando do que dancando, as notas que sao todas do mesmo tamanho e cor e ,mais que tudo, o tal do champagne room, que eh tipo um Vip room. E claro, dancar topless, que ha muito tempo nao fazia, ja que em Londres eh nudez total na grande maioria das stripjoints.

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Pois eh, andaram me perguntando como foi que ja cheguei aqui e consegui trabralho assim de cara. Foi dica de alguem que conheco que trabalhou nisso aqui antes.

Eh assim que funciona com as strippers que gostam de ir a outros paises. Alias,alem de Londres, onde moro e trabalho a maior parte do tempo, ja fui trampar na Irlanda, Portugal, Noruega e Islandia.

Diferenca entre Londres e NY que estou amando eh a tal da proibicao de fumar em lugares publicos fechados. Que delicia para nao-fumantes! Bom tirar umas ferias daqueles fumacentos pubs londrinos.

Naked Emotions

5.12.03

Acontece nas melhores famílias

O ceguinho bom de papo um dia pediu à ela que o levasse até a Caixa Econômica. Topou e lá foram eles, de braços dados papeando de tudo um pouco. Em determinado ponto, a conversa estava tão animada, davam gargalhadas tão altas entre os pedestres, que por um instante ela esqueceu que o ceguinho era cego, e por um descuido ele deu de cara com o orelhão. Doeu mais nela.

::...alma literata...::

Descobri mais uma lei universal: boas idéias para textos duram até cinco segundos antes de você chegar ao micro.

Letra Morta

QUEM FICA [ OU A IMORTALIDADE LITERÁRIA POR ROBERTO BOLAÑO ]

Não sei como há escritores que ainda crêem na imortalidade literária. Entendo que hajam aqueles que acreditem na imortalidade da alma, inclusive posso entender os que crêem no Paraíso e no Inferno, e nessa estação intermediária e acolhedora que é o Purgatório, porém quando escuto um escritor falar da imortalidade de determinadas obras literárias me dá ganas de esbofeteá-lo. Não estou falando de agarrá-lo e sim de dar-lhe uma única bofetada e depois, provavelmente, abraçá-lo e confortá-lo. Sei que nem todos concordarão comigo por serem pessoas não violentas. Eu também sou. Quando digo dar-lhe uma bofetada estou mais é pensando no caráter lenitivo de certas bofetadas, como aquelas que no cinema são dadas nos histéricos ou nas histéricas para que reajam e deixem de gritar e salvem sua própria vida.


HOTEL HELL

O videotexto (Post XXV)

É incrível a quantidade de bobagens que fazemos quando estamos perdidos. Sabem aquele ditado que diz "pra quem não sabe pra onde ir qualquer vento é bom"? Papo furado. Se você não sabe onde ir, fique em casa. Se possível, durma! Esqueça o caminho, o vento, os ditados e tire uma soneca. Era o que eu deveria ter feito naquela noite. Que idéia estúpida, ficar de teretetê no videotexto! Ainda por cima com um moleque! Um sujeito com aquela voz... e bundão! Ele me ligava nas horas mais estranhas, desligava sem dar tchau e, como se estivesse fugindo da polícia, falava sussurrado a qualquer hora do dia. E mais, vivia dizendo que não podia me encontrar pessoalmente porque precisava cuidar da avó.
Eu deveria ter desconfiado quando pediu que eu não ligasse pra ele. Justificou o pedido com a desculpa de que a avó tinha problemas mentais e não suportava o barulho do telefone. Um papo louco! Passei um mês achando que estava apaixonada por uma voz que me fazia esquecer o ex e me dava forças para romper o noivado com o clone, mas que vinha de alguém que parecia mais esquisito do que o Adolfo. Um mês querendo conhecer o garoto da voz grossa e ele se esquivando.
Um mês envolvida neste pesadelo até o dia que acordei com o ovo atravessado e decidi mandar os três para o inferno. Mas não antes de ver o loiro cabeludo de perto. Contrariando o pedido dele, eu liguei.

- Ou você me dá seu endereço agora ou nunca mais fala comigo.
- Mas...
- Ou isso, ou me esqueça.
- Por que não podemos ir com calma?
- Porque não. Eu tenho que casar nos próximos meses e estou de saco cheio de você me evitando e ao mesmo tempo dizendo que me adora. Se gosta de mim, deveria querer me conhecer.
- Mas a minha avó...

Eu tinha vontade de esganá-lo quando ele metia a avó na história...

- Você me dá seu endereço, eu te dou um abraço, vou embora e juro que nunca mais te incomodo se você não quiser. Mas não falo mais com você sem saber quem você é.

Ele deu o endereço com a condição de que eu estacionasse o carro na frente do prédio onde ele morava e conversássemos dentro do carro. Eu aceitei, anotei o endereço e combinamos de nos encontrar duas horas depois. Bizarria por bizarria, eu aceitei, mas achei melhor ir prevenida. Como medida de segurança, chamei meu melhor anjo protetor: a Sueli.
A Sueli era a minha amiga que não fazia perguntas, uma espécie rara no universo feminino. Uma garota fantástica que eu conheci na época do ginásio e que se tornou uma grande amiga de favores absurdos. Dessas que eu podia ligar no meio da noite, pedir pra ela me seguir de carro até um determinado lugar e chamar a polícia caso o locutor fosse uma roubada. Ela era tão incrível, que ouvia os meus pedidos com a cara mais tranqüila do mundo, levantava uma sobrancelha vez ou outra, mascava seu chiclete e dizia somente: "Ok". Nenhuma pergunta. Uma menina tão surpreendente, que me deixava constrangida de expor a minha natural curiosidade quando era ela quem precisava de mim. Precisei de alguns anos para me adaptar à praticidade e amizade quase masculina da Sueli. Nos tornamos a amiga-quebra-galho uma da outra. Mentiras, desculpas esfarrapadas, ligações investigativas, amiga álibi, armação de tocaias, perseguições, me vigiar com o intuito de garantir a minha segurança e jogar água fria em uma mulher louca, era com a Sueli e o seu fofinho (um fusca verde cheio de adesivos heavy metal).
Conferi pelo retrovisor a chegada do fofinho, ajeitei o cabelo e os brincos e pedi para o porteiro avisar no 802. Conforme combinado, aguardei ansiosamente que o viking da voz de veludo aparecesse, entrasse no meu carro e mudasse os rumos da minha vida.

--------------------->> Continua.

Amarula com Sucrilhos

Nos dias de verão, sonho com isso

Por mim, nas sextas e sábados, iríamos a bares de nescau gelado, batido, com bolhas. Oh, nescau, nescau - grosso sangue do deus cujo corpo é chocotone! As mulheres só seriam perfeitas se saísse nescau gelado de seus mamilos.

Alexandre Soares Silva

3.12.03

Será que o fato de eu ser uma mulher me enquadra na categoria dos que têm pênis pequeno?
Em menos de dois dias recebi quatro e-mails sobre aumento de pênis e sobre como fazer uma mulher chegar ao seu máximo na cama.
Será que sou gay e não sei?
Admirável Blog Novo

Vou apertar mas não vou acender agora..

Quando eu era pequena uma das coisas que eu mais gostava de fazer era jogar inseticida no quarto inteiro e fechar a porta, comigo dentro.
A lingua até formigava, e eu ficava ali respirando até minha avó me arrancar do quarto.
Essa madrugada eu fiz o mesmo e descobri que não tem mais a mesma emoção depois que inventaram esses inseticidas sem cheiro e que não dão mais barato nenhum.
Sei lá, tem um baygon em espiral ali e talvez eu acenda um só pra ver se compensa, se não der a mesma sensação formigante, pelo menos mata os pernilongos, menos mal.

Casos e Acasos Virtuais

Como se alcoolizar absurdamente
Explicação em exemplos.

19:15 - Deixo a namorada no cabeleireiro. Ela me informa que em cerca de 45 minutos estará pronta.
19:50 - Começo a preparar uma LEITEIRA de caipirinha para esperá-la. E iniciar os trabalhos.
20:00 - Nada dela chegar. Me sento na sala com a caipirinha e começo a bater papo com a sogra. E beber.
20:15 - Nada da namorada chegar. E bebendo.
20:30 - Nada. Continuo bebendo.
20:45 - Subo pra fumar um cigarro, mando uma mensagem pra galera pra avisar que iniciei os trabalhos. Chegarei no bar alcoolizado. E continuo bebendo.
20:46 - Um dos meus chefes me liga me xingando porque eu não chamei ele pra beber também. Explico. E continuo bebendo. Digo pra ele vir depois, e trazer: ou gelo pra mais caipirinha, ou cerveja.
20:48 - Ligo pro Salão de beleza. Pergunto pela minha namorada. Ela pede pra eu ir buscar ela.
20:55 - Chego no Salão de beleza. De chinelo, bermuda, sem camisa, e com uma leitera de caipirinha na mão. Maior chinelagem, impossível.
21:30 - Acaba a caipirinha (acho que já era a segunda leiteira). Decidimos então tomar mais cerveja.
22:00 - Saimos para deixar a sogra e uma amiga na noite (elas também tavam afim de festa).
23:30 - Um dos chefes tenta encontrar a casa da minha namorada para bebermos (mais) antes de sair. Não encontra.
23:35 - Continua procurando. Continuamos a explicar onde é.
23:40 - Continua não encontrando. Há 10 minutos estava numa rua paralela a nossa. Agora está em Plena Lima e Silva engarrafada. Mandamos ele parar por ae. Já iremos encontrar ele.
23:50 - Encontramos ele na Lima e Silva. Rumamos para o Druida´s Bar. Antes de entrar, terminamos com mais uma caixa de long neck.
1:20 - Decidimos sair do Druida´s. Rumo ao Cabaret Voltaire. No caminho, brincando de zigue-e-zague com o carro, dou com a cabeça no "puta-merda" do carro.
1:35 - Chegamos no Cabaret. Vazio. Muito homem. Ao menos dá pra continuar bebendo. E dançando.
3:00 - Dor de cabeça batendo. Talvez por causa da cabeçada no carro.
4:00 - Como dois bêbados "pesados", eu e minha namorada começamos a encher o saco do meu chefe, que num canto silencioso do bar encontra-se rasgando uma gatinha.
4:45 - Hora de ir embora. O carro foi colocado no piloto automático (esse é o bom dos carros modernos). E chegamos em casa vivos. E bêbados. Muito bêbados.

::: Cerveja Blog ::: Porque aqui todo papo é de bêbado... BUUUURP (ops.. desculpe...)

fim dos tempos

Então ontem eu descobri que existe um vibrador com a cara do Patolino.

Não respeitam mais nada. É o total deboche para com as instituições. O mundo tá perdido.


perolada

Quem fala o que quer...

Nojento passa por Renata e diz: Ai, como eu queria ser esse picolé
Em seguida ouve: Pra que? Quer morrer no pau é?

Barrigudo segurando o braço de Renata: êêêêêêê saúde.
Renata dando tapinha na barriga: êêêêêêê doença.

Engraçadinho encostado num carro vira-se para o amigo: Pra eu ter uma morena dessa, meu irmão, tenho que ter muito dinheiro
Renata, enfurecida: Com certeza, meu filho. Só que muito mais do que dinheiro, você vai precisar de um cérebro.

..::Eu tô que tô::..

2.12.03

Montamos a árvore de Natal hoje. Eu não queria, porque acho uma coisa tão besta e sacal, mas a Marina insistiu. Não quero que ela um dia vá reclamar de mim por aí e dizer que é traumatizada porque a mãe dela não gostava de Natal hahahhahah.

Não é aquela coisa de filme americano (Grinch), tipo que eu tenha ficado sozinha nas noites de Natal, ou que alguém tenha morrido no Natal, ou que eu nunca tenha ganho presentes. Ao contrário. Geralmente ganho muito mais presentes do que dou (ha ha), sempre tive a família por perto e nada de terrível me aconteceu nunca, muito menos no Natal. Só não vejo sentido em nada disso, não combina com verão e não sou cristã. Não significa nada pra mim. Deveria ser abolido e pronto. No meu governo, será abolido hahahahaha. E eu serei impeachada. Péssima idéia.

Mas o que mais me irrita nessa árvore são os fiapinhos que caem pela sala e se espalham pela casa inteira. Devem ter diminuído agora, porque ela já tem alguns anos, mas sei que eles vão aparecer.

As luzinhas são 110 e não me lembro como fiz no ano passado. Devo ter colocado um transformador. Dã. Ai, ai, que saco. Vai ficar sem luzinhas mesmo. Nesse calor dá até engulho pensar nessas luzinhas. Elas funcionam ainda, não sei como. Eu fui testar e falei pra Marina:

- Será que funciona? Funciona. Não funciona. Funciona. Não funciona.

Ela riu. O bom das crianças é que elas não conhecem as piadas velhas.

Calor Demais na Ilha de Siris