30.11.02

Estou placidamente sentada no sofá à tarde conversando com minha mãe e uma amiga quando toca o meu celular. Atendo.

- Alô?
- Alô. Quem fala?
- Com quem o senhor deseja falar?
- Quem fala?
- Meu senhor, com quem o senhor deseja falar?
- Meu nome é Onofre e eu estou te ligando porque minha mulher achou o seu número de telefone no meu bolso e está dizendo que é da minha namorada.
- Mas não é não meu senhor porque esse número de telefone é meu e eu não tenho namorado.
- Eu disse a ela, mas ela insiste que é da minha namorada e por isso eu liguei.
- Onofre, eu achei esse número escrito com sua letra, no seu bolso.
- E está dizendo que é da minha namorada.
- Eu já disse que não é, porque esse telefone é meu e eu não tenho namorado.
- Mas estava no seu bolso Onofre, e escrito com a sua letra.
- Sabe o que eu acho engraçado? Vcs começam essa briga e se acham no direito de me ligar e me fazer passar por uma situação constangedora dessa. Eu que não conheço nenhum Onofre e nem sou namorada de um.
- Eu disse a ela, mas ela não me acredita.
- Escrito com sua letra Onofre e no seu bolso, foi lá que eu achei.
- Além do que o senhor nunca poderia ser meu namorado porque eu sou sapatão.
- Como é que é?
- O senhor nunca poderia ser meu namorado, simplesmente porque eu sou s-a-p-a-t-ã-o.
- Desculpe, mas eu não estou lhe entendendo.
- É o seguinte meu senhor: eu sou lésbica, eu gosto é de mulher e portanto jamais poderia namorar-lhe.
- Ah! então, tá vendo?
- Mas estava no seu bolso Onofre!
- Ah! quer saber? Vcs dois se resolvam ai e por favor não me encham mais o saco.

Agora me digam: como é que meu número de celular foi parar justo no bolso desse tal de Onofre?

contado pelo Depois Eu Penso Nisso

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