Estava me lembrando de amigos queridos, de pessoas que passam, mas que deixam marcas.
Eu tinha uma amiga que conheci na 6ª série. Ela se chamava Tati. Hj pensei muito nela.
A Tati era uma grande amiga. A gente compartilhava a ira de ser magrela. Naquela época éramos fãs alucinadas e dementes pelo Jon Bon Jovi. Não tinha CD, só vinil. Depois da aula, íamos para a casa dela, onde seu pai, o seu Antonio, preparava uma sopa deliciosa, para curtir o som do disco. Ainda me lembro que ele estava tão riscado que parecia estouros de pipoca. E ao som das músicas dos caras, a gente viajava, sonhava alto. Aos dezoito anos íamos morar num apartamento super legal. Seríamos modelos, namoraríamos o Jon... epa! nessa hora começava a guerra. Então a gente arrumava outros moços. Era divertido.
Os maiores programas era passear no shopping. Ainda mais que num das lojas tinha um cara chamado Ivo que era a cara do Jon Bon Jovi. Era delírio! E a gente nem se importava pela idade do cara. Qta coisa boa! Só a vida sempre vai por caminhos esquisitos. E o que é mais esquisito: é a gente que faz isso!
Faz muitos anos que não vejo a Tati. Qdo a gente tinha mais ou menos 15 anos ela começou a namorar um cara super legal, gatinho. Naquela época eu já trabalhava e o cara, o Jr, trabalhava pertinho de mim. E éramos amigos, íamos juntos. Só que comecei a notar que ele era um tanto estranho. Eu era uma menina até que bem ingênua... demorou para perceber que ele estava me cantando. Até que ele foi descarado.
Eu, lógico, mandei ele pastar e contei tudo para a minha amiga. Ela ficou arrasada. Alguns dias depois, toca acampainha de casa. Era a Tati e o Jr. Foi aquele "fuá"! Ele me chamou de tudo qto era nome e a forçou a dizer que nunca mais falaria comigo. Ela chorava muito. E disse.
E assim foi. Nunca mais nos falamos.
Fiquei sabendo, um tempoinho depois, que a Tati tinha engravidado e casado com ele. Depois de mais um tempinho, fiquei sabendo do nascimento do segundo filho.Nunca conheci nenhum dos dois.
Aos dezoito anos, eu morava sozinha. Na minha casa... com meu filho. Havia me separavdo do pai dele e estava muito feliz, embora ainda "zureta" com a situação. Hj penso: puxa... eu só tinha dezoito anos, devería estar curtindo e já tinha tantas responsabilidades. Pois é... E a Tati tb nunca viu o meu filho.
Na minha gravidez senti vontade de tomar a sopa do seu Antônio... mas não tive coragem de ir até lá para pedir sopa. Ainda bem que meu filho não nasceu com cara de sopa! Mas alguns anos depois... nas últimas eleições, encontreo o seu Antônio. Eu o chamava de Peixe, pq era santista. E ele me chamava de Palmeirinha. O seu Antônio estava sentado na calçada da escola onde eu estudei, onde estudou a filha dele. Quase não reconheci.Era um mendigo.
Aquilo foi tão triste. Eu cheguei bem perto e disse um oi. Ele estava bêbado, mas me reconheceu. Deu sorriso e falou: 2 a 0. Não entendi, mas acho que deve ter sido por causa de algum jogo do Santos e do Palmeiras. Foi triste pra caramba!
Nem sei pq estou escrevendo essas coisas... Como crescer é foda, né?! É... Mas nem tudo foi ruim! Crescer foi muito bom em outros sentidos. Eu sei dirigir, tenho um filho de seis anos maravilhos, sou dona do meu nariz, trabalho, estudo, viajo, tenho amigos maravilhosos, um blog para escrever sandices, tenho minhas crenças mais fortes do que nunca, etc.
Sem contar que eu cresci até bem. Até fiquei com o Ivo, o Jon Bon Jovi Cover.
Foi a minha glória.
rememorado no Blog dos PIC WICCAS
1.12.02
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