18.12.02

Estou mais do que acostumada a ver o mundo, durante o dia inteiro, por esta janela de computador. Por isso, sempre que posso, aproveito a oportunidade de estar longe desta "window" e enxergar o que acontece, de verdade, lá fora.

Sempre prefiro mesas na calçada, por exemplo, apesar do calor carioca. Hoje, enquanto almoçava, assisti a algumas cenas engraçadas:

- Um sujeito falava sozinho na rua. Na verdade, ele falava no celular, mas usava aquele fone de ouvido quase imperceptível. Durante todo o tempo que eu levei almoçando, ele ficou andando de um lado para o outro na calçada em frente, gesticulando, argumentando.

- Uma mulher saiu de uma pet-shop com um cachorro de banho tomado, imaculadamente branco. Veio um homem uniformizado, o motorista, levou o cão para o carro e trouxe para a mulher a sua filha, numa espécie de "troca de bastão". As duas saíram caminhando e conversando pela rua.

- Duas mulheres vieram me perguntar onde tinha um restaurante em que elas pudessem comer. O estranho é que eu estava num restaurante. Imediatamente caiu a ficha: as duas não tinham dinheiro nem status social para sentar ali e almoçar. Indiquei o galeto da esquina e elas saíram, felizes da vida, sentindo-se totalmente compreendidas em suas aflições.

entrevisto por elasporelas

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