Nunca movi um dedo para tornar a cultura superior mais acessível às pessoas. Mas moveria todos os dedos de ambas as mãos, as pernas, o corpo todo para torná-la completamente inacessível aos que não merecem prová-la. Esses párias sempre acabam por rebaixá-la qual bando de Midas invertidos.
Hoje a "democratização" da cultura de elite já mostra os seus frutos: professorazinhas da USP dizendo que um Shakespeare e um teatro de marionetes feito por trombadinhas têm o mesmo valor; ou que o pagodinho da esquina é tão "válido" quanto uma ária de Bach.
Ora, a cultura superior deve permanecer com aqueles diretamente interessados nela. Não deve ser borrifada contra as massas. Não deve ser ensinada "aos pobres e aos ricos", mas reservada a quem a procurar. Como, através de leis proibitivas?, perguntaria uma burocrata da USP. Eu lhe responderia: através da seleção natural, ô petista energúmena (s. m. "endemoninhada", etc)
vomitado no capitalismo
6.12.02
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