Resolvi ir embora, debaixo de chuva mesmo. Eu estava tão ansiosa para chegar em casa que peguei o ônibus errado. É sim, e senti na pele como é ser uma garota imbecil. Quando ele não entrou na entrada da Raposo que deveria, levantei rapidamente e puxei a cordinha. Só que ele parou muuuuitos metros depois do último ponto. Tarde demais. Pensei em atravessar a Raposo e voltar de ônibus, mas seria péssimo. Resolvi voltar a pé esses quilômetros, e percebi que a Raposo não foi feita para pedestres. Ainda mais em chuva. Tudo cheio de lama, sujeira. Dei um graças a Deus por não ter escorregado no meio do caminho. Se eu caísse no acostamento eu juro que não levantaria mais. Ficaria lá, chorando, tenho certeza. Eu andava me xingando. E descobri uma ótima terapia: gritar para carros que te jogam água na chuva é ótimo. Os dois motoristas que passaram me jogando água foram chamados de filhos de uma mulher trabalhadeira. O melhor é que eu era a única pedestre num raio de mil quilômetros na Raposo. Portanto, ninguém me ouviu nem achou que eu era uma má educada por gritar palavrões em público. Caminhei o que me pareceu uma eternidade e cheguei no ponto de ônibus.
Sim, fiquei brava, muito brava comigo. Mas acho que os episódios de He-Man e She-Ra que assisti na infância me ensinaram que todas as experiências me enriquecem.
escrito enquanto estava mordendo tampas de canetas
9.12.02
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