Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Filosofias à parte, há uma diferença bem grande entre trabalhar em um lugar e visitar o mesmo como um turista.

Quando digo que trabalho no Egito, normalmente a pessoa fica toda animada: "Nossa! Que legal! Deve ser lindo! Eu sempre quis ir para lá!"

Eu nunca quis vir ao Egito. Ou melhor, eu nunca pensei ou planejei em vir para cá algum dia. Esse negócio de pirâmides ou ao menos o lado "místico" da coisa nunca me interessou. Eu, na verdade, queria ir para um lugar do tipo Europa, ou algum país da América do sul. Coloquei isso como minhas preferências e daí disseram:

- Ah, e mais uma coisa... você vai para o Egito.

Depois de um ano e meio no Egito, posso dizer com certeza: eu não gosto do Egito. Não é um ódio mortal como às vezes eu possa soar e também não estou desesperado para sair do país, mas definitivamente, há outros lugares em que preferia estar.

Eu acho que a razão principal para meu desgosto são as pessoas. É claro que toda generalização é perigosa e há sempre exceções, mas há aqueles que estragam o bando inteiro. Ao menos para mim, é uma dificuldade IMENSA trabalhar com egípcios.

Em geral metidos, os donos da verdade. Isso os tornam teimosos. Reclamões, briguentos e mal-educados, não sabem falar, apenas gritar. Falsos, fazem-se de amigos mas dizem todas quando se vira as costas. Preguiçosos e muito hipócritas.

Por estas e outras, trabalhar no Egito é bastante difícil. E tenho descoberto neste curso que até os vizinhos árabes também não vão muito com a cara de egípcios.

E por estas e outras também, eu não recomendo a nenhum de meus amigos uma viagem ao Egito. A não ser que este negócio de arqueologia realmente seja a sua paixão, há lugares bem mais bonitos (e limpos e de pessoas mais educadas) que aquele lá.

hieroglifos do bar do Moe