6.1.03

Nem sei por onde começar, hoje foi um dia daqueles inesquecíveis, não houve um evento, festa ou algo do gênero mas uma coisa muito maior que isso, algo que sem dúvias irei me lembrar por muito tempo como sendo uma das demonstrações de carinho mais calorosas que já presenciei.

Minha amiga M chegou ao laboratório onde trabalho logo após que bati meu ponto, ela sempre foi uma pessoa muito querida, a única aluna de lá que tive amizade, a qual confiei o maior segredo que tenho. Ficamos horas conversando, ela sempre muito sorridente e cheia de afeto, cheguei a mostrei meu blog a ela, cada um trocando experiências, ela se abriu contando que estava muito triste pois levou uma surra de seu pai no dia do seu aniversário, ela me disse que escondia toda sua amargura atrás do seu sorriso, pensei comigo mesmo que ali estava uma das pessoas mais doces que já conheci na vida, pq vi isso tão tarde?

Mi estava muito interessada em como é a vida de um gay, já que não conhecia muito a respeito, começamos a refletir sobre o assunto e cada detalhe que descobria, a moça se mostrava cada vez mais empolgada e encantada com o nosso mundo, disse que admirava muito com o jeito de ser e que admira o tanto de barreiras que temos que vencer para tentarmos ser felizes.

No final da conversa M muito fofa me disse que eu era muito certinho e que admirava isso em mim, me falou palavras lindas que sempre guardarei em meu coração, tentando se esquivar me disse que estava com vontade de ir ao banheiro, disse que tudo bem e seguimos cada um para seu lado, fechei o laboratório e segui seu encontro, fiquei uns minutos esperando sua saída do banheiro feminino, como ela estava demorando muito, resolvi fazer o sentido inverso e esperá-la ao lado da entrada, mas para minha surpresa acabei vendo seu reflexo na porta, ela estava secando suas lágrimas. Voltei ao lugar que estava, ela chegou com os olhos vermelhos mas não falei nada a respeito, preferi ao invés de choro, ver seu sorriso se abrindo a mim, senti vontade de me abrir em prantos ali mesmo.

No caminho devolta pra casa voltamos rindo e conversando, como de costume, senti a dor de que seria a última vez que faríamos aquilo, trocamos telefone, me senti aliviado.

Chego em casa, silêncio, penso que gostaria que ela estivesse aqui.

ingerido do just Like a piLL

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