ÊPAAAAAAAAAA!!!!
AS 12 E 1 NOITES
Noite número 4
E tinha essa minha amiga, chegada numa caipirosa de vódega, que resolveu me tirar de casa, bem numa época que eu estava deprê. Aí a gente foi excursionar pelos botecos do centro, e acabamos parando no que tinha uma bela vista da Rua XV de Novembro, e dos machos. E ótimas mesas de sinuca. Parada obrigatória na "Disney", uma casa de fliperama básica em baixo, e botecão em cima, ali mesmo, entre o Danny's e o Mignon. Mas a cerveja de lá não estava descendo redondo, aí fomos atrás de uma birosca qualquer que tivesse a "marvada" redondinha. Um bar do chinês qualquer, ali na frente da Biblioteca Pública do PR. Caralho! A gente já estava falando alto, rindo de tudo, e achando qualquer macho sem camisa que passasse uns Brad Pitts. Tudo culpa daquele maldito sol forte que nada tem a ver com as nossas ancas brancas curitibanas. Tudo culpa daquele povo careta de Curitiba, que acha "coisa de alcóolatra" que enche o cú de pinga em plena segunda-feira. Nós estamos de férias mesmo, e todo dia é dia de alegria, o bonde está andando, não pode parar! Mas aí deu aquela vontade de mijar. Olhamos pra trás, só vimos moscas, um chinesinho olhando com cara de “essas guria tão travada né?”, e uns mendigos com cara de tarado e a língua de fora...Pagamos a conta e saímos fora do boteco. Rindo. Explodiam flores de todas as cores na nossa vista.
Enxergava tudo mais longe, e em câmera lenta. Vamos atravessar ali no sinaleiro, não queremos morrer sem antes tomar a saideira. Já não conseguia andar em linha reta na minha Grendha-plataforma. Ô sandalhazinha pra virar o pé! E olha lá, no fim da Dr. Muricy, o Largo da Ordem todo ouriçado se esfregando na nossa cara. Filho da puta! O sol forte e nós já nos apoiando de pura alegria uma na outra. Vamos lá? Não, já está tarde. Uma cerveja só. Não, não dá, tá louca. Tô louca pra tomar mais uma cerveja, a saideira pelo menos. Eu tou louca pra tomar alguma coisa mais forte. Tá louca guria? Nem sei mais quantas cervejas tomamos. Cerveja eu não sei, mas bar já foram três. Vamos lá, só pra usar o banheiro e dar uma olhada na área, vai que o amor da sua vida está lá, agora mesmo, de chinelão, sentadão, tomando uma skol, ou levando o puddle pra passear? Que escroto! Pois é, mas tenho que mijar. Eu também. Então vamos porra! Ai, aquele ultimo lance de rua é foda de subir. Quantas garrafas mesmo pesando na bexiga? E essa tua sandália plataforma pesando mais. Chegando no Fire Fox, mijei alaranjado. Ficamos ali, dando risada das frases escritas na porta do banheiro, tá vendo essa daqui? Eu escrevi quando estudava no Unificado e ainda gostava do...Ah! Deixa pra lá! Ah! Não! Vai ter que contar, pra quem escreveu? A para aquele, o do “treze de setembro”, já te falei dele né? Já falou assim, aquele dia bêbada no Estação. Viu só, amo aquele filha da puta só quando estou bêbida. Aliás, quando estou nesse estado, amo todo mundo. Fomos lá pra baixo bolinar os garçons.
Aí chegou esse guaratubano, bonitinho até, sei lá eu quantas garrafas de cerveja tínhamos tomado, nas minhas idéias era passado de uma dúzia, e ele nos convidou para uma “roda de viola” ali mesmo nas mesinhas do bar. Cara, a gente só podia estar muito cozida, pra aceitar ficar numa roda de viola, mas foda-se, nem pisquei, nem pensei, nem perguntei pra amiga, se ela queria ficar, quando vi, ela já estava sentada e instalada do lado do gaúcho de olhos verdes, simpático, alto, magrinho, lolitinho, eu até ficaria com ele nessas condições. Aliás, nessas condições, todos os homens são lindos, maravilhosos. Então, eu nem tava interessada em ficar com esse guaratubano, de 31 anos, praticamente um Tio Sukita. É, tiozão assim nem é a minha praia. E ele tava de chinelão, tenho pavor de homem de chinelão. Mas sempre aberta a novas experiências. Daí ele começou a falar que gostava dos grandes pensadores e blá, blá, blá. Tipo papo cabeça manja? Só pra fazer média. Se liga, fazer média com uma bêbada-louca-por-festa que nem eu? Cara, que saco, homem não tem que falar papo cabeça, homem tem que chamar o garçom e mandar descer mais uma cerveja!
Começou a bater saudades de qualquer guri de dezessete anos, que fala, fala, fala, um milhão de asneiras, mas que te faz rir. Quando eu bebo, eu quero rir, não quero ficar filosofando porra nenhuma. Mas aí eu bebia, e bebia mais, a maldita embriaguez traiçoeira, e começava a achar o cara mais bonito, a boca mais atraente, e dava vontade de falar, cara, cala essa tua boca, e beija. Eu vim aqui pra beber e beijar. Eu não sou a futura mãe dos teus filhos. Se liga! Você pode ate encontrar a mãe dos teus filhos aqui no Fire Fox, mas com certeza não vai ser eu a incumbida dessa tarefa. Aí o cara começou a me dizer que eu estava na idade de ter filhos. Ai eu ri, bem alto, bem escandalosa, bem vaca mesmo, pra ele se arrepender do que tinha dito: RÁ-RÁ-RÁ! VAI SE FODER!!!GARCOM MANDA MAIS UMA SKOL! Sério, meio chateado, ele me perguntou: Por que é que você é tão despirocada? Você é legal guria, nota-se que é inteligente, pois destrincha vários assuntos, mas porque é tão despirocada? Porque você é um caretão! Eu? É sim! Vem com esses papos de casar, papo de grandes pensadores, de querer me concertar. Sabe quantos antes de ti já tentaram isso? Se eu estou “estragada” precisando de concertos, vai-te à merda! Procura uma guria perfeita, uma que já venha com garantia de fabrica. Ah, mas não fica assim, eu não disse por mal. Que? Eu não estou nem aí, eu não ligo. A hora que eu quiser me concertar, eu me concerto baby. Bebe aí, e larga mão desse papo-boi de ter filhos, e casar, e blá, blá, blá. Ou conversa com a mãozinha. Parece que está desesperado para que eu seja a sua companheira. Que coisa mais Lula! Bebe, bebe, se embriaga, só não me enche o saco, que para encher meu saco eu já tenho o meu pai. Ele tem vinte anos a mais que você, só que você já esta ganhando dele em torrar minha paciência. Aí, tentando desvirtuar a conversa, perguntei no que ele trabalhava. Ele disse que era “guarda-municipal”. EPAAAAAA!!!!!
Você é um daqueles filhos da puta que ficam virando os nossos garrafões de vinho, quando a gente está se embriagando, curtindo um “paz e amor” numa buena, em noites frias e estreladas? Não acredito que você é um gambé!!!! Você é um daqueles filhos da puta que não deixam bêbados indefesos vomitarem em paz, nas esquinas das casas noturnas, que já enquadram? E chamam pai, e chamam mãe, e fazem seu servicinho escroto? Você que não deixa ninguém se aproximar das plantinhas na rua? Bléééééé’!!!!!!!! Sério, mesmo bêbada, a vontade era de desistir, ainda estava em tempo de dar uma volta e agarrar um guri de 16, 17 anos, bem mais engraçado e menos forçado que esse tiozão, querendo estabelecer regras de bom comportamento. Daqui a pouco, ele estaria me dando voz de prisão. Será que ele não aprendeu que pau que nasce torto, só se endireita quando lhe convém. Aí pedimos mais bebida, e a conta, garçom meu querido, passa a régua. Aí, o nervosinho do meu lado se queimou. Ai, a conta isso, a conta aquilo, cruzes nega? Não se estressa, se você não tem um real a gente inteira. Ah, mas é que eu sou muito certo com as minhas contas. Odeio homem que tem chilique na hora de pagar. Sabia da existência deles, mas nunca tinha presenciado um ataque. Só olhava pra amiga e para o gatinho dela, onde é que eu fui me meter, cara mala! Pega esse dinheiro, e paga essa porra, não vai morrer de fome por causa disso. Era só o que me faltava um marmanjo de 31 anos tendo chilique na hora de pagar a conta. Aí, eu lá, já vendo estrelinhas púrpuras, e o cara me contou que tinha sido criado pela avó. Tadinho. Isso explicava todas as frescuras bestas daquele ser. Talvez explicasse até o desespero dele, em encontrar logo uma doida que topasse casar, ter filhos e tira-lo de casa. Mas peraí, eu sou doida, louca, pirada, esquizofrênica, mas tudo em meu favor hein? Aquele bosta que já estava me vendo no futuro, na beira do tanque esfregando as cuecas freadas dele, e limpando o ranho da meia dúzia de filhos que ele queria ter, era criado pela avó. E aos 31 anos de idade, ainda morava com a avó. Nunca tinha ficado com um cara criado pela avó. Nunca mais vou ficar com um cara criado pelo avó. O cara da avó, credo!
surrupiado do LLII
21.1.03
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