Passada a fantasia na Festolândia, vulgo Sampa, de volta à torre e aos dias de todo o dia. De volta ao mecanismo quente e torpe, de volta a ver pessoas em caixinhas ou endereços distantes.
De volta a pensar. E a pensar e a pensar. E de volta essa vontade de fazer uma loucura de qualquer natureza, principalmente afetiva. Mas tenho andado trancada. Não sei bem ao certo dizer como e por que, os grandes questionamento que assolam pessoas como eu.
Tenho vontades mil, de fazer isso e aquilo e mais aquilo outro; de dizer e aparecer e me fantasiar e me colocar numa caixa e me mandar entregar. Assim, vontades que nem sempre querem ou nem sempre têm coragem de pular daqui de dentro para serem mais do que vontades. Para serem fatos.
E isso deveria ser como o processo da menstruação todos os meses: viria sem pedir permissão. Deveríamos ser obrigados a aceitar que loucuras viram atitudes pelo menos três ou quatro dias no mês, quem sabe sete. Para homens, mulheres e genéricos e transgênicos. E quando não viesse, ficaríamos preocupados e pensando: o que eu fiz de errado nestes trinta dias para que o fato não acontecesse ? Será que esqueci de tomar a pílula de criatividade ? Será que encapei os pensamentos com aquela borrachinha do medo ? Algo saiu da rota.
E com o tempo nos acostumaríamos, até engravidarmos de incertezas. E se elas crescem, é difícil agir de forma coerente, sendo o aborto nesse caso algo imprescindível e providencial.
(...)
A cada palavra, em cada linha, percebo que você tem muitos degraus a descer ainda, mas não, eu não vou junto. Não sou a inconsequência em forma de gente como pensas. Como dizes. Não percebe que eu quero distância de ti ? Que toda vez que vc se aproxima a minha vida sai dos eixos para se arrebentar no muro ? Não enxerga que sou e estou muito melhor sem a sua prepotência a me interrogar ? Não, não enxerga. Não percebe. Não vê. Não sabe.
Um dia eu acreditei que você tinha na manga o truque para me fazer bem e feliz. Para me fazer sorrir de um jeito diferente e ver a vida de outro modo. E acertei, porque vc fez com que eu me sentisse assim por um breve espaço de tempo; eu só não imaginava que a literalidade de "truque" seria levada tão ao pé da letra...
Era tudo falso. Tudo mágica de mentirinha, que só engana criança boba - como eu sou quando me apaixono. Porque quando acabou o show de circo, a lona caiu, o trailer se foi e eu sobrei com os olhos fixos no picadeiro, achando que ia ter bis do mágico. Não teve.
menina da torre
13.2.03
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