24.3.03

Agora é fato: pouco falta para os quarenta. Dia 18 de março completei 36.
Houve jantarzinho aqui em casa. Ganhei flores, uma pulseira linda, linda, ganhei uma camisa do Lôro, me dei livros e um par de sapatos de presente. E recebi amor, muito amor.
Minha família organizou uma festinha de aniver para mim, Lôro e minha irmã do meio, chamada por nós cá do Norte simplesmente de Nêga.
Na festinha que minha família organizou também ganhei presentes, mas um dos melhores foi o cartão da minha sobrinha Fernanda. Acontece que eu e Lôro demos a ela um daqueles blocos com imagens magnetizadas e aí ela pode fazer uma série de interferências na imagem, que é a Monalisa. E o cartão que a Fê me deu diz assim: "tio Baba (ela me chama assim desde bebê) te amo de mais (sic), adorei a Monalisa ou Gi... Tô aqui. Fê". Entre as lágrimas de comoção e a bobagem toda que são as festas de aniversário, ri bastante das palavras dela. Em tempo: o "Gi..." é de Gioconda.
E claro que o Fratelo ligou, que a Zel ligou, que a Rose e o tio Mário ligaram, que os amigos que não perdi ao longo da minha trajetória ligaram. É sim, que eu perdi porque deixei muita gente partir acreditando que eu não as desejava por perto.
Então eu preciso dizer, ainda que com atraso, que eu sei bem quando as pessoas partem, eu conheço o que é estar só. E que "I want to be alone" de cu é rola. Eu gosto de ter o meu cardume. Mas vê, eu tou me despindo e ficando cada vez mais nu a ponto de dizer que eu sei dos meus silêncios, sei do meu sem jeitismo com os outros, da minha habilidade em desaparecer dando aos outros a impressão de "não estou nem aí", mas, olha, eu tou aí sempre. É só o que posso dizer.
Estou feliz. A vida é boa pra mim.
Amor, amor, amor.

Um pisciano descrito nas Páginas Íntimas

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