15.4.03

Amizade de aparências

Estou enjoada de uma amiga minha. Não aconteceu nada pra eu me sentir assim, não brigamos, não ficamos afim do mesmo cara, não estamos afim uma da outra, enfim não aconteceu nada mesmo.
Mas de uma hora pra outra parece que nossa amizade é tão superficial e puramente por conveniência que enjoei de vê-la. Saímos sempre juntas, gostamos do mesmo tipo de música dos mesmos lugares mas somos muito diferentes. Enquanto eu caio de cabeça em tudo q faço, ela descarta as pessoas e as coisas num instante, e se orgulha de ter esse poder.
Eu não sou santa nem ela é alguém do mal somos apenas diferentes, pensamos diferentes, vivemos diferentes, mas pelo fato das pessoas sempre nos verem juntas nas festas todos acham que somos iguais, e isso está me incomodando muito nos últimos tempos.
Acho q esse sentimento é recíproco mas ficamos quietinhas pra termos com quem ir nas baladas, pois convenhamos q não há nada mais desagradável que chegar sozinha em algum lugar onde não se conhece ninguém. Não existe casamento de aparências? Pois é, nossa amizade também é desse jeito.


Estranhos Apaixonantes

Já me apaixonei de verdade, várias vezes por homens que eu não conhecia. No metrô no ônibus, nas ruas, nas baladas, no colégio. Acredito nesse tipo de amor a primeira vista. Já me apaixonei pelo Maurício, André, Vitor, Bruno, Alexandre. Esses são apenas alguns dos nomes que eu achava que meu amado tinha, idealizava o lugar onde eles viviam e às vezes até ia tentar conferir se eles moravam mesmo onde eu imaginava.
Mas essas paixões não eram cegas, eu também idealizava os defeitos de cada um, a maioria eram exímios mulherengos, mas também tinham os egocêntricos, ciumentos, os drogados - sempre tive fascinação por drogados, mesmo nunca tendo experimentado nenhum tipo de droga ilegal (por incrível q pareça).
Essas paixões são fruto da minha frustração no amor, sou extremamente frustrada por nunca ter um relacionamento do tipo, ligar todos os dias, namorar no sofá no fds, brigar por pensar q ele está olhando demais pro decote de outra garota, procurar uma casa pros dois morarem juntos. Nunca tive um relacionamento convencional, do tipo q a avó pergunta cadê fulano, pq ela fez a comida q ele gosta, q o pai pergunta se o irmão dele já comprou o carro que queria.
Mesmo que todos os homens do mundo me digam que gostam de garotas bonitas mas que sejam independentes, inteligentes e com personalidade, eu não acredito!!!! Por que no fim das contas eles sempre ficam com as não tão bonitas que perguntam quem é a tal de Jú que tem na memória do celular dele. Gosto de ser independente sim, de voar sem rumo, mas queria alguém pra voar do meu lado e me levar também pros horizontes dele, mas os únicos que topam são os meus amados desconhecidos.


Namorado imaginário

Fui uma adolescente bonita e muito inteligente. Minha inteligência sempre assustou os meninos - todos imaturos na minha idade. Isso me causou um grande problema, eu não conseguia ficar com ninguém!!! quando os meninos chegavam com aquele papo de que meu cabelo tava legal, que eu tinha mudado muito, que tava uma verdadeira mulher, etc, etc,etc... Eu perdia minha paciência e deixava o moleque falando. O resultado foi o seguinte, só dei o meu primeiro beijo aos 15 anos de idade!!!!
Um verdadeiro absurdo, todas as minhas amigas já tinha beijado aqueles moleques idiotas q só falavam de video-game e eu "A toda poderosa" . Não!!!!
Inventei então um "NAMORADO INVISÌVEL". Na verdade ele não foi totalmente inventado, ele foi basedo num menino lindo que eu vi apenas um dia na minha aula de datilografia e que se chamava - Sergio.
Antes de prosseguir quero deixar claro que eu não digitei errado, eu fiz aula de datilografia quando tinha 10 anos de idade, hj eu tenho 25, ou seja, já faz UM TEMPÂO.
Continuando, o perfil do menino era o seguite: ele era loiro, olhos pretos, 16 anos, skatista, filho de um biólogo e uma professora de matemática, drogado, me amava MUITO, foi morar no EUA.
Durante anos eu sustentei essa mentira, eu escrevia cartas apaixonadas pra mim, e mostrava pra minhas amigas do colégio, contava pra elas que eu ficava durante horas falando com ele no telefone de madrugada, imagina se fosse verdade qual seria o valor da conta telefônica. Enquanto ele estava no Brasil, os seus pais não aprovavam nosso namoro, e eram vários barracos por causa disso, numa dessa discussões ele ameçou se matar se resolvessem me afastar dele (bem estilo o caso dos Richtoffen). Os pais que não suportavam mais essa situação o mandaram pros EUA, morar com um primo.
Meu namorado era o mais fomoso, rico e inteligente do colégio, por isso não era páreo para nenhum outro, até que eu me apaixonei por um menino da minha sala e resolvi matá-lo! Eu tinha que cometor um assassinato sim!!! Senão, qual moleque que iria se aproximar da toda poderosa sabendo que ela tinha um namorado super poderoso?
Um dia cheguei chorando no colégio, o Sérgio tinha aparecido na minha casa, tinha voltado dos EUA e os pais dele iam se mudar pra Amazonia, ou seja, não adiantava nada ele estar no Brasil se estaria tão longe de mim, esse fato ocorreu numa quinta feira, faltei no colégio na sexta de propósito para preparar o homicídio. Na segunda fiz uma maquiagem extremamente abatida em mim, como se eu tivesse passado dias chorando e sem comer. Todos vieram preocupados me perguntar o que era daí eu falei em prantos:
- O SERGIO MORREU DE OVERDOSE DE CRACK!!!!
Como assim? O namorado perfeito da menina perfeita morreu de overdose? QUE LEGAL!!! Fui notícia entre os bad boys do colégio por dias, esse era meu intuito, o carinha por quem eu era apaixonada era o bam-bam-bam do colégio. Dias depois eu posava de primeira-dama do clã dos bad boys.
Essa história, foi realmente forte, eu a sustentei até a faculdade, todos sabem que eu perdi o meu primeiro namorado por overdose!


A verdade sobre minhas mentiras

Eu sou uma pessoa que mente muito, eu nunca conto uma coisa na íntegra, sempre coloco um tempero pra ser considerada uma pessoa interessante. Sou um ser humano como qualquer outro, com o instinto de sobrevivência aguçado, carente (pra caramba, em todos os sentidos), que quer ser o centro das atenções. Já menti pra parecer pertencer a turminha do mal, às vezes pra parecer da turminha do bem, pra parecer uma mulher sexualmente bem resolvida, pra parecer uma santinha. Já menti pra ganhar dinheiro, pra conseguir notas, pra não desfazer a total felicidade de ninguém, pra não fazer pessoas que eu amo se decepcionarem comigo.
Já menti muito, e continuarei mentindo, estaria mentindo se dissesse o contrário.

overdose de Em caso de coma - Me coma!

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