Bruxas
Aqueles olhos. E aqueles lábios.
E como ela fodia bem.
Depois, quando tudo tivesse passado, você chegaria à conclusão de que foi justamente por aí que ela te enfeitiçou. Pela buceta.
Sejamos francos: você gostava de exibir aquela mulher. Gostava de se sentir amo e senhor de uma criatura bonita e sensual, que atraía o desejo dos homens e a inveja das mulheres. E ela era só sua.
E você era só dela.
No começo tudo bem, era o que você queria. Até começarem as crises de ciúmes.
Que eram apenas um pretexto. Porque tudo era motivo para briga.
Era uma relação sadomasoca, mais do que você gostaria de admitir. Porque não se restringia só à cama.
E acabou como sempre acaba esse tipo de relação. Na porrada. Você não se orgulha disso.
Até hoje, quando você saiu com os amigos que a conheceram, ocasionalmente algum deles faz a pergunta: por onde anda ela?
E a mesa faz um minuto de silêncio.
Você não tem a menor idéia de onde anda aquela mulher que te enfeitiçou.
Mas que ela existe, existe.
Pequeno Dicionário de Arquétipos de Massa
19.4.03
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