Por um instante ela pensa que seus lábios haviam se tornado de vidro, gelados que estão, úmidos e expostos ao vento gelado do início de manhã. Além de gelados, imóveis. Não diz nada. Não conseguiria mesmo que quisesse. Seu corpo parece coberto por olhos, que piscam nervosos, cada um em intervalos próprios, pequenos espelhos que o multiplicam por mil. Ele chega e respira próximo. O ar que sai das narinas toca os cílios dos olhos que não existem e ela sente a mão pássaro aninhar-se entre seu cabelo e a nuca. Um pequeno repuxo traz a flor de vidro para perto do fogo e ela desabrocha em carmim.
A-ham, Não Discuto
9.5.03
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