12.5.03

Presentes

Lembro-me de uma ou duas ocasiões em que meu pai resolveu fazer uma extravagância quando eu e meus irmãos éramos crianças: Ele nos levava a uma loja de brinquedos e dizia "Vão lá, podem escolher o que quiserem". Claro que não era pra valer, se um de nós viesse com algo absurdo ele obviamente diria "O que quiserem, menos isto", mas valia a aventura de andar entre prateleiras de brinquedos para escolhermos o que bem entendêssemos.
Minutos depois, voltávamos com nossas escolhas. Ana Cristina com uma boneca maior que ela. O equivalente a, sei lá, 150 reais (a moeda da época, lembrem-se, era o cruzeiro. Estamos falando da primeira metade dos anos 80). Roberto com um carrinho todo cheio de firulas. 200 reais.
Marco Aurélio com uma lanterna. 2 reais.
– Marco, mas só isso? Eu falei que pode escolher o que quiser.
– Então. Eu quero uma lanterna.
– Hum... Tá, então você pode escolher outra coisa.
Então eu saía todo feliz, sob o olhar de piedade dos meus pais. E voltava com um Jogo da Memória. 8 reais. Então eles desistiam, e eu era a criança mais feliz do mundo porque tinha ganhado dois presentes.

Jesus, me chicoteia!

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