2.6.03

Cena 1: Um colégio. Escadas. Garoto 1 vai subindo. É abordado por Menina 1.

- Oi.

Menina 1 parece achar que esse "Oi" é o pretexto que faltava para Garoto 1 agredi-la. Esconde a cabeça entre os braços, prevendo um soco, ou algo assim. O medo é visível. Mesmo sem nunca ter falado com Garoto 1, ela nutre um enorme temor daquele rapaz barbudo.

- Oi. Tudo bem?

Nenhum xingamento. Nenhum chute. Nenhum tiro. Nenhuma bomba atômica. Nenhum petardo verbal. Apenas simpatia e cordialidade. Nada poderia ser mais inesperado. Menina 1 comemora, por ainda estar viva.


Cena 2: Uma sala de aula. O professor ainda não chegou. Garoto 1 toca sua bateria imaginária, praticamente em transe, enquanto, com a voz, faz os barulhos correspondentes aos movimentos frenéticos de suas mãos.

Garota 2 entra na sala. Dá de cara com aquela cena dantesca. Olha, com uma cara de total desaprovação e estranhamento, para o garoto esquisito, e diz:

- Eu tenho medo de você.


Cena 3: Ainda aquela mesma sala de aula. Vamos manter este cenário, a título de economia. Tio Lula não quer que o Brasil cresça agora.

Mas, então. A sala de aula. Garoto 2 vai até a carteira de Garoto 1.

- Garoto 1, qual é o seu e-mail? Preciso mandar umas paradas pra você.
- Ah. É garoto1@eusouumamerda.com
- Falando sério. Qual é o seu e-mail?
- Tá. Falando sério, agora. É garoto1@eusouumamerda.com
- Porra, moleque! Sem brincadeira. Eu preciso dessa merda de endereço. Diz.
- Pô, desculpaí. Não sabia que você ia se irritar por tão pouco. Meu e-mail é garoto1@eusouumamerda.com

(...)

(baseado em fatos reais)

Pessoal e Intransferível

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