9.9.03

Pude vê-lo assim que ele apontou no fundo do salão. Acompanhei, com meu olhar curioso, todo seu trajeto. Quando passou por mim, fingi que não o havia percebido. Mentira, era impossível não notá-lo. Uma camisa de malha de manga comprida por baixo de outra de manga curta. Calça jeans surrada e tênis idem. Cabelo liso, em fase de crescimento, e um copo na mão. Circulava sozinho. Sua expressão séria não mudava nem ao cruzar com a mais linda das gatchenhas do lugar.

Só podia estar bêbado, pensava eu. Ou então sabia fazer o tipo "não tô nem aí" bem demais, a ponto de me fazer sair do meu transe habitual por diversas vezes durante aquela madrugada. Não investi, achei que não valia a pena. Tinha cara de quem "pegaria" a primeira loura bunduda e a imprensaria na parede. Mas isso, para a minha surpresa, não aconteceu. Sozinho estava, solitário permaneceu. Sem a chance de saber que a minha solidão poderia perfeitamente ter feito companhia à sua.

ói nóis aqui traveiz!

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