27.11.03

Confissões de uma mente perigosa

Aventuras da volta.
Umas oito e meia da manhã um mau espírito encarnado em uma bonita moça de vestido cor de rosa ainda tacava Black Tower pela minha goela abaixo.
Até que resolvemos ir embora (estamos véias e não agüentamos mais ficar até o fim da balada). Pegamos uma carona que me deixou em casa primeiro.
Cheguei na porta, trancada. Oh-oh, a anfitriã disse que deixaria aberta... não deve estar aqui ainda. Toco, toco, toco a campainha e nada.
Vou na vizinha. O carro dela está lá. Deve estar em casa. Toco a campainha, bato na janela, nada.
Porteiro. Interfone. Nada, nas duas.
Idéia ótema: vou na casa da sereia cor de rosa pedir abrigo, são três quadras, domingo nove da manhã é comum gente andando de roupa de festa no meio da rua...
Campainha: muda. Não tem porteiro. Toco no vizinho. Faz barulho. Ou seja, a dela está quebrada mesmo. Pensamento maligno: Mas ela deve estar acordada ainda, acabamos de chegar... fácil... pulo a grade e toco a campainha do apartamento direto.
Cerca elétrica? Não... nada é empecilho para mim... é só não encostar na cerca...
Começo a operação. Imagina quem passou por ali e viu a cena. Descubro que é só chegar perto da cerca que ela dá choque. Não precisa encostar. Volto para a calçada e fico rindo sozinha.
Missão abortada. Subo no salto de novo e volto para a casa da anfitriã original. No caminho mais um tombinho básico para a coleção. O salto altíssimo e finíssimo mostra-se incompatibilíssimo com a calçada esburacadíssima. Mais uma futura cicatriz no joelho, mas tudo bem. Em cima do salto, sempre.
Quando chego, anfitriã já está lá, a minha espera. Não vou precisar deitar na porta dela e dormir como uma sem teto, como tinha planejado.
Tiro as lentes, o vestido e durmo com os anjinhos.
Como a lady que sou.

Patifaria Total

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