18.1.04

gritos

gritava e gritava e gritava, até que aparentemente não tivesse mais de onde tirar forças, vontade ou coragem de gritar. e gritava e gritava e gritava, dando medo aos que o circundavam e receio aos que à distância observavam a cena, o homem ajoelhado no meio do asfalto, gritando, gritando e gritando sem parar, o dó nas senhoras, a reprovação dos passantes em geral, as buzinas dos carros estridentes, e os gritos os gritos os gritos. o sol escondido pelos prédios altos e arranha-céus, o ar polúido pela emissão de gases e gritos gritos gritos.

tudo isso porque ragatanga não saía de sua cabeça.

e gritava e gritava e gritava.

como assim dois uísque?

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