11.1.04

o que não fica

Convencida: vivo uma infância emocional da qual não me liberto. Quanto querer para querer algum. E as permanências em mim ainda não ficam, tenho e quero tudo e nada ao mesmo tempo. E tão fácil me canso das permanências quanto da saudade do que parte. Sempre o etéreo me passeando pelas mãos, sublimando um sentir que não subsiste a um passo em falso. Ou a um passo demasiado certo. Tenho mãos que não se atam por muito tempo, escorregadias e fugazes. Tempo, um castigo ou uma benção? Ele sempre me escapa pelas mãos, como aquele olhar apaixonado que tanto cultivei e hoje deixo partir de mim, tristemente incapaz – sem querer ser – de manter seu murmúrio doce soprando futuros no meu ouvido.

Ponte sobre o caos

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