11.2.04

Festa de formatura de direito.
Grande parte das minhas amigas se formando. Alegria geral misturada com nostalgia.
Daria até pra ficar triste, relembrando de todos os momentos que já passamos, das tardes de conversa, das viagens, e que tudo isso não voltará e nada será como antes. Mas não, eu estava muito feliz!
A festa foi ótima, apesar do frio. Dancei muito, apesar de praticamente só ter tocado música podre. Fiquei embriagada (de alegria), apesar de quase não ter bebido.

Alguns minutos antes eu tinha achado uma máscara no chão. Sei lá qual era o propósito, mas o fato é que havia muitas máscaras e perucas prateadas e douradas nas cabeças daqueles seres jurídicos. Deve ser pela proximidade com o carnaval.
Então, do palco, chamam as formandas para subirem e mostrarem seus dotes, dançando um pagode muito ruim. Olho para o lado e vejo a Michele Rocha com o olhar brilhando, morrendo de vontade de subir também, mas sem companhia.
- Eu vou com você, Mi.
Era brincadeira, mas ela não encarou assim. Pegou a minha mão e me puxou até o palco. Quando dei por mim estava cercada por um bando de advogadas, adequadamente vestidas para o baile e se preparando para o momento de glória.
Eu não fazia idéia de como se executava aquele ritual grotesto. Não tinha o mínimo conhecimento sobre como era a tal coreografia. Parecia uma barata tonta.
- Já que estamos aqui, vamos dançar lá na frente!
E fomos. Se já não bastasse ter subido, ficamos na comissão de fente. Fingimos que dançamos todas as 15 vezes que tocaram a música até que anunciaram a saída do palco (praticamente uma expulsão). Eu e a Mi fomos as últimas a sair porque acabamos nos empolgando nos agradecimentos. Foi uma apologia ao Balé Bolshoi. Devemos ter nos curvado umas 15 vezes, mais ou menos, agradecendo ao apoio do público caloroso.

Já no térreo, o Fernando:
- O que você estava fazendo no palco? Não era só para as formandas?
E eu, no auge de minha inocência infantil:
- Eu estava disfarçada.

Blog de uma Cucaracha

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