19.2.04

Mas então hoje eu abri minha caixa que estava guardada há sei lá quantos anos, desde que eu me casei e mudei daqui (da primeira vez, claro) e não podia levar esse monte de absurdos, porque vai que o marido tem um acesso de curiosidade e lê.

Putz. Tem diários meus escritos dos 15 aos 21 anos. Não são exatamente diários, são agendas. Tem os filmes que eu vi, os discos que eu comprei, os caras que eu beijei, pra quem eu dei, ou seja: exatamente como este blog aqui hahahahhahah.

Não li tudo, pelamordedeus. Nem eu mesma me interesso por aquilo. Mas tem informações interessantes, como por exemplo, o dia em que eu perdi a virgindade. Não me lembrava mais (aliás, já esqueci de novo). Bom, quando chegar a data eu escrevo um post pra comemorar.

Não mudei quase nada, a não ser a minha letra, que era bem bonita e agora é um garrancho incompreensível que nem eu mesma entendo, e se eu fosse descrever os diários poderia usar o mesmo texto que tá ali do lado esquerdo:

seus amores (hahahaha),
seus ódios,
seu copo,
seus clichês
e etc.

só que antes eu até que tinha uma certa fé e agora não tenho nenhuma, computadores eram primitivos e eu não vivia numa ilha imaginária.

***

Nos trechos que li, encontrei o dia do chá de cogumelo, que eu já contei aqui e foi uma coisa totalmente hilária, mas não me lembrava disso:

"dormi com o Marcos na cama do David? Só pode ter sido efeito do melo"

hahahhahha fala sério. Eu chamava cogumelo de "melo". O David é aquele amigo que muito tempo depois virou gay. Não me lembro de jamais ter dormido na casa dele, muito menos com o Marcos, que já nem era meu namorado na época.

Que absurdo.

***

Agora não sei o que fazer com isso. Preciso destruir essas coisas, porque se alguém ler eu vou morrer de vergonha, mas também não posso eliminar os últimos vestígios da minha memória remota. Sei lá.

E ainda bem que eu tenho blog, pelo menos os últimos 3 anos da minha vida estão registrados, se bem que tem muita coisa sem lógica, que eu leio e não sei mais do que estava falando, e coisas que nunca contei, e coisas que deletei, e ah, também não é nada tão importante assim.

***

O chá de cogumelo

Um dia, nos distantes anos 80, estávamos sem fazer nada em Valinhos (redundância) e alguém teve a brilhante idéia:

- Vamos fazer um chá de cogumelo! Dá o maior barato!

Acho que deve ter sido o Marcos, só pode ter sido ele que disse isso. Mas não sei mais. Então fomos procurar os "fungos" em algum pasto e fomos para a casa do David, que estava "vazia" (ou seja, os pais dele não estavam lá).

Pusemos os cogus pra cozinhar, não sei bem como. Algum dos presentes dominava a "técnica", ou pensava que dominava.

Então o chá ficou pronto e tomamos. Me lembro que era horrível, mas não mais horrível do que chá de boldo e muito menos horrível do que chá de losna. Eca, pra que fui falar em losna? Puta coisa ruim. hahahhahahha

Aí ficamos esperando "bater". Nada acontecia. Ninguém estava vendo as paredes em chamas, o chão derreter ou o céu ser devorado por cíclopes roxos com bolinhas cor-de-rosa, e foi aí que o barato começou:

- Gente! Gente! Esse chá corrói os dentes, nós vamos ficar banguelas! Tem que escovar os dentes agora mesmo, senão nós estamos fodidos!

Deu um pânico geral, puta bad trip mesmo hahhhahahhaha, fomos pro banheiro e todos nós escovamos os dentes com a mesma escova.

E esse foi o único barato que aquele chá deu. Nunca mais tomei. hahahhahaha.

Sampa demais na Ilha de Siris

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