3.2.04

Quero falar do que vejo nessa pessoa triste que é você. Do que odeio em você.
Me enoja essa tua imbecilidade, esse teu medo e dificuldade inexplicável que encontra em abrir a boca e se relacionar, crescer, fazer o desconhecido, abrir as asas como sempre quis e nunca conseguiu. Sinto pena desse teu cansaço - que é claro nessas tuas olheiras fundas - de viver em função dos outros e esquecer de si mesma.
Você, essa criança que amadureceu à força, feito um abacate envolto numa folha de jornal atrás da geladeira, deveria ter brincado de Barbie sem se importar com os problemas em casa. Quem sabe, assim, hoje não tivesse tanto medo de sair desse maldito restolho de infância em que vive e pôr de uma vez por todas os dois pés na maturidade.
Sabe o quê? Vai, covarde, continua aí. Fica só na vontade de abrir as asas e voar comigo para os lugares lindos e divertidos que EU conheço - aqueles que vejo no fundo dos teus olhos, onde ficam teus sonhos. Já cansei de te convidar e ver que você sempre está muito ocupada organizando o alheio, planejando o teu e retocando a maquiagem.
...
Me avisa quando estiver pronta pra largar tudo isso, que eu passo aí pra te buscar.

eu diria que...

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