A tristeza chega lagarto, botando sua língua roxa pra fora, caminhando lenta, rebolando verde e ameaçadoramente porta adentro. Ela quer minhas crias, fareja subreptícia as flores murchas da semana passada, os restos de comida na pia, as lágrimas secas choradas em segredo. Ela me conhece, sabe dos meus viveiros vazios, das minhas jóias falsas, da página rasgada daquele livro. Ela me espreita com olhos em lâmina e eu, minguante, vou morrendo aos pouquinhos.
Não Discuto
20.2.04
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