7.3.04

Livros imaginários, livros quase imaginários e livros que deveriam existir

No capítulo inicial de "Se um Viajante Numa Noite de Inverno", o personagem-narrador de Italo Calvino entra em uma livraria e tergiversa, dentre outras coisas, a respeito de:

- Livros Que Todo Mundo Leu E É Como Se Você Também Os Tivesse Lido;
- Livros Que Sempre Fingiu Ter Lido E Que Já Seria Hora De Decidir-se A Lê-los Realmente;
- Livros Demasiado Caros Que Podem Esperar Para Ser Comprados Quando Forem Revendidos Pela Metade Do Preço;
- Livros Que De Repente Lhe Inspiram Uma Curiosidade Frenética E Não Claramente Justificada;
- Livros Que, Se Você Tivesse Mais Vidas Para Viver, Certamente Leria De Boa Vontade, Mas Infelizmente Os Dias Que Lhe Restam Para Viver Não São Tantos Assim.

Há um espectro imenso de especulações que poderiam ser feitas em torno destas e de tantas outras classificações feitas por Calvino, mas neste texto discorrerei a respeito de uma espécie não catalogada pelo escritor italiano: a dos Livros Cujos Títulos Soam Tão Improváveis Que Você Mal Acreditaria Que Realmente Existem Caso Não Tivesse Se Deparado Com Eles.

O primeiro exemplo que me vem à mente é de um volume de contos espírita, que encontrei há alguns anos num desses balcões de saldo de balanço da Bienal do Livro: "A Vida Como Ela Continua Sendo Depois da Morte", que teria sido psicografado do espírito de Nélson Rodrigues em pessoa (ou alma, sei lá eu). Se eu não tivesse segurado esse livro em minhas próprias mãos, provavelmente acharia que se tratava de uma piada infame.

Outro achado foi ter encontrado o (...)

continua em Pensar Enlouquece. Pense Nisto.

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