A Tabuletra informa: matador do zoológico continua à solta e população quer ver que bicho dá
O mar não está para peixe no zôo paulista. Um espírito de porco está colocando um poderoso mata-rato na comida dos animais, o que já causou um número elevado de mortes. A polícia já iniciou as diligências mas para a administração do parque, as autoridades andam comendo mosca: “As investigações andam a passo de tartaruga. Enquanto isso, todos os dias temos que atender cidadãos cuspindo marimbondos e exigindo providências. Ainda tivemos que aumentar a vigilância e estouramos o nosso orçamento. Já estamos matando cachorro a grito para não deixar mais nenhum bicho morrer. Até quando teremos que engolir sapo?”.
O delegado de polícia concorda que o ritmo é lento mas defende a posição dos investigadores: “A perícia tem que ser cuidadosa pra não deixar passar nada. É trabalho de formiguinha mesmo”. Para as autoridades uma coisa é certa: não se trata de um principiante. “Este elemento é cobra criada e escorrega feito peixe. Macacos me mordam! Aliás, mordiam”. Como se não bastassem os problemas da polícia no zôo, uma denúncia anônima informou que o próximo alvo do gatuno seria a prefeitura de São Paulo onde existem muitas vítimas em potencial: alem da anta, ali vivem também preguiças, traíras, robalos e papa-propinas.
Durante a semana, as autoridades investigaram alguns ex-funcionários do zôo e chegaram a prender um deles que portava um frasco suspeito. No fim, a polícia deu com os burros n’água. O conteúdo do frasco não era veneno mas apenas água-que-passarinho-não-bebe. “Tive medo de virar bode expiatório desta tragédia” declarou o ex-suspeito quando foi libertado. “Eu louvo a Deus por ter me tirado desse perereco”.
Enquanto isso, em furo de reportagem, a Tabuletra conseguiu contactar o terrível carcará que se identificou com o nome fictício de Lobo e respondeu a algumas perguntas.
A Tabuletra: Por que você está fazendo isso?
Lobo: Eu era pedinte ali perto do parque mas ninguém me ajudava. Sempre fui tratado como um cachorro. Todo mundo dava comida aos macacos e não dava nada para mim. Agora é a hora da onça beber água! No próximo verão não vai sobrar nem uma andorinha.
A Tabuletra: Você não tem medo de ser preso?
Lobo: Esse pessoal que está cuidando do caso é tudo cabeça de minhoca. Bagrinho pensando que é tubarão. Nunca mataram um mosquito e agora acham que vão cantar de galo. Vão é pagar muito mico. Não me pegam tão cedo. Podem tirar o cavalinho da chuva.
A Tabuletra: Você não teria um jeito mais produtivo de expressar a sua revolta?
Lobo: Pra começar, detesto quando dizem que sou um desocupado sem nada melhor para fazer. Quando isso acontece, eu viro bicho. Eu faço terrorismo urbano. E posso te dizer: fazer sucesso nesta atividade não é mole não. A gente tem quer matar um leão por dia.
Letra Morta
2.3.04
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