20.4.04

Sonhos são

Três fortes batidas numa porta imaginária. Abro como num ensaio de uma peça de teatro, alguém aparece de cabelos quase raspados; pele branca, alto, magro, olhos grandes e marrons.
Trazia em uma das mãos um coração sangrando e ainda pulsando; o sangue escorria sobre a sua pele clara pelo braço até o cotovelo. Não identifico o sexo. Me olha severamente como que me repreendendo por algo que fiz um dia qualquer. Examino minha consciência, minha vida toda passa como um filme em Rewind e um sorriso surge por trás dos seus lábios finos e rosados.
As sobrancelhas antes arqueadas ficam leves. Seus traços me fazem lembrar carinhosamente alguém.
Me abraça com tanta ternura... diz que eu continue como sou. Caio no choro.
Abre a porta invisível e vai embora sem olhar para trás.
Eu sento na cama, pego uma fita de vídeo e vejo partes da minha vida em preto e branco e colorido.

Acontecível

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