18.5.04

Que o amor não mais me pese, que não me acorrente, nem me traga amarras mesmo que de cetim. Que não me amiúde, não me escravize, não me ponha cabresto ou arreio e que também não venha por pena de mim. Que o amor me chegue manso como um cachorro ferido e se aconchegue aos meus pés numa réstia de sol e me lamba as mãos como se reconhecesse seu dono. Que venha decidido a ficar para sempre, mesmo que logo ali mude de idéia, que me deixe na boca sempre um gosto de véspera de estréia, um inaugurar de outono. Que o amor de mim se aperceba e me escolha, que me veja entre as multidões e aos seus olhos eu seja diferente e depois me queira e me proponha: me ama simplesmente.

Não Discuto, indiscutível.

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