3.11.04

Nem todos os santos salva

Desde Abel sabemos que churrasco é coisa excelente.

Quando havia espaço em minha casa, pelo menos duas vezes por semana dávamos um churrasco. Sempre achei que se faz pouco churrasco no mundo. Também sempre achei que o rap deveria ser música puramente instrumental, com temas escandinavos e coristas idem, mas isso não vem ao caso.

O único problema do churrasco é aquele pequeno inconveniente técnico de saber se o espeto está ou não sujo; se a desprezível crosta constitui ou não uma ameaça à saúde pública. Sempre há um germófobo pra torrar o saco.

- Fica tranqüilo, isso aqui não é sujeira, não...
- Mas como, homem? Se só falta andar!
- Sujeira não anda.
- Pois então.
- De qualquer modo, basta esquentar um pouco
- Meu, limpa logo esta merda.
- Mas cê é ignorante mesmo, hein? Nunca ouviu falar de Louis Pasteur?
- Ouvi de Lavoisier. Serve?
- Francês é tudo viado...

Daí para se fundar uma sociedade secreta o passo é curto. Discussão semelhante tem o dono da padaria com o encarregado da chapa, porém o desfecho desta preferimos não saber. Também não queremos saber a procedência da carne de certos churratos por aí. Se gênio e loucura se confundem, dane-se a busca pela verdade!


(i) Mas... por que são poucos os churrascos do mundo?

A meu ver, a culpa é desta dicotomia moderna entre sexo e churrasco; acidente histórico que cedo ou tarde findará. Prazeres carnais sempre andaram juntos, e sempre andarão. Prazos e prazeres, não.

(ii) Qual deve ser a proporção de mulheres e homens no churrasco?

A fração áurea, é óbvio. 1,618, Fi.

(iii) Batatas inglesas são erradas?

Não em romances de Nelson Rodrigues, mas eu ficaria longe da churrasqueira neste caso.

dies iræ

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