2.5.05

Some girls...

...te desafiam para um braço de ferro, te olham nos olhos, sorriem, mal conseguem cerrar o punho em torno do teu punho, fazem uma sucessão de caretas dignas de Conan, o Bárbaro, e, quando você ri, relaxa e permite que vençam, te socam com mãozinhas brancas e dizem que você não deveria ter deixado;

...te encaram do banco à frente no ônibus com uma nuca indignada e eloqüente que afirma “eu sei exatamente o que você está pensando, rapá”, mesmo que você (ainda) não saiba, porque está seriamente concentrado no que Lothar von Falkenhausen tem a dizer sobre o fim da era do bronze na China;

...te ligam e –em tom professoral- explicam veementemente um problema, enquanto você tenta em vão interromper o discurso e explicar que, yo, minha senhora, creio que a senhora sem querer acabou ligando pro ramal errado;

...te questionam com ar dubitativo e cético quanto à organização das suas estantes, e tamborilam as unhas curtas, de esmalte impecável, contra o MDF das prateleiras, procurando traços de poeira e claramente pensando “humpf, homens”;

...te recebem em trajes menores no horário combinado e sorriem com um olho maquiado e o outro não, avisando que tem uísque embaixo da pia e um jogo de basquete na TNT (e você nem pergunta se vão demorar pra se arrumar porque já sabe a resposta);

...te escrevem um e-mail quilométrico em resposta às três linhas que você enviou propondo um almoço e, depois de discorrer sobre o monofisismo, a cláusula filioque, a persistência dos Caimitas (think Bible, not Dorival), esquecem de responder ao convite;

...te elogiam pela elegância da gravata mas mudam imediatamente de opinião quando perguntam onde você comprou e você explica que ganhou de alguém;

...break your heart as you knew they would, yet you can’t help but admire their style.

Filthy McNasty

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