Sou uma pessoa muito ruim
Devo ser uma péssima pessoa. Sério, mesmo. Tenho características que, vistas por muitos, são atributos de facínoras. Obviamente, não me considero uma pessoa ruim, nada disso. Isso de "péssima pessoa" é em relação ao senso comum.
Bebês, por exemplo. Não gosto de bebês, crianças etc. Não que me incomodem ao ponto de dar alergia, mas não consigo retribuir brincadeiras sem me sentir um completo idiota. Também preciso me esforçar muito para, junto de outros adultos, demonstrar uma gritante alegria quando alguma criancinha aparece.
Eu finjo, claro. Ninguém além de mim precisa saber que sou uma pessoa ruim. Bom, agora o segredo foi pro espaço. Mas vamoquevamo.
Prefiro um filhotinho de cachorro a um bebê. Posso passar horas brincando com um buldoguinho, mas não consigo ficar mais do que cinco segundos acenando para um caucasianinho. Mesmo se o buldogue for agressivo e o caucasiano animadíssimo, ainda assim minha disposição é maior para com o fuçudo. Vejam, pois, que o caso é sério.
Também preciso confessar que às vezes sou falso. Quando grandes amigos pedem opiniões sobre algo que lhes diga respeito, sou sempre sincero. Mas quando alguns conhecidos, aqueles que não são exatamente amigos, perguntam o que eu acho de qualquer coisa deles (roupa, corte de cabelo, música, texto etc), sempre digo que tudo está ótimo. Mas quase nunca está.
Não sinto culpa por essa falsidade, porque eles agem do mesmo modo. Já fiz de propósito, perguntei sobre algo meu, evidentemente péssimo, e ouvi opiniões elogiosas desse povo. Bom, essa minha desconfiança também é coisa de gente péssima.
gravataí merengue
Nenhum comentário:
Postar um comentário