6.10.05

Esotéricos

Uma amiga toma “florais de Bach”, a outra bate o pé para dizer das maravilhas e seriedade da astrologia, uma terceira diz não perder as sessões semanais de culto Evangélico e desliga o telefone dizendo “amém Jesus”. Uma quarta se recusa a tomar aspirinas, pois “não gosta de remédios”. Vários amigos (e agora já são muitos), tornaram-se adoradores de gurus indianos com cabelos de Globtrotter. Uma outro, por derradeiro, se encanta com os unicórnios de Harry Potter e não esconde sua admiração pelos “mistérios da vida” relatados por Paulo Coelho.

O que está acontecendo? Onde está o velho e bom ateísmo, o agnosticismo debochado, o desconfiar das respostas certas, a crença na ciência? Onde se encaixaram a ironia, o comentário descompromissado, as reticências desplicentes com esses mistérios do Universo? Como, num século de tanto avanço científico, nos tornamos, em todas as camadas sociais, absolutamente estúpidos alavancadores de charlatões de toda a espécie? Quando ouço falar em florais de Bach, me vêem a cabeça aqueles filmes de faroeste norte-americano com um sujeito alardeando pela cidade em sua charrete o novo xarope milagroso. Sentados, ríamos da comicidade de nossos antepassados, mas pagamos R$ 400,00 por um bem elaborado e colorido “mapa astral” (!!)

O pior de tudo é essa mescla semi-alfabetizada de explicações “científicas” para todas as pseudo-ciências. Depois, reclamam ainda que nossa empregada é que é iletrada...

A salvação é a volta do movimento Iluminista. Daqui pra frente não quero que me chamem de Neo-Liberal. Cansei. Me xinguem de Neo-Iluminista!

AMARAR - De Volta à Capitar

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