12.10.05

Evoé, Buda Cósmico

É inconcebível que, numa época de deuses pessoais, ou para salas de até 150 lugares, o populacho seja tão pouco criativo. E a tal ponto, que se contentam em exaltar variantes cretinas do Deus cristão, com barba fofucha e um número menor de mandamentos -- sob alcunhas meigas como "dicas para bem viver".

Quando eu for mais velho e mais corno, talvez participe de pequenas seitas; e adote a pior versão do satanismo, que é sair por aí envergando uma camiseta do américa. Mas até lá, minha religião pessoal é o petróleo. Morrer pelo ouro negro, não, seria deveras vulgar. Coisas assim como só comprar produtos quando embalados por seus derivados.

E sempre que me vejo frustrado por hereges da sociedade de consumo das sacolas de papel, parto pro sincretismo, bradando numa evocação radamânica aos Novos Júpiteres: "Raios, duplos raios, raios triplos!"

Já dentre as novas religiões, nenhuma é mais antiga ou radical que a de Cambridge. Fundada no século XIII, foi do idealismo ao materialismo pleno, porém algumas de suas instituições permanecem intactas: se você não vai ganhar o prêmio Nobel ou inventar a lei da gravitação universal, então trate de remar. E remam como se disso dependesse a sua salvação! Pois não só o inferno é aqui, como está logo ao lado, em Oxford.

dies iræ

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