A PELEJA DE NHONHÔ DAN BROWN COM O CORONÉ LEONARDO
Eis que então chegou ao céu
Aquele autor tão vendido
Exclamando “What the hell?
Terei realmente morrido?”
Aí viu se aproximando
O cabra de barba branca
Que por São Pedro ele tomou
E foi logo afinando:
“Me fodi, comme il fault,
É hoje que o céu me desanca”
Começou a matutar
Uma argumentação
Do tipo “Me deixa entrar
O que eu fiz foi só ficção!”
Mas aí o excomungado
Culpado por seu acinte
Viu que o recepcionista
Não era o santo citado
O erro saltava à vista:
Era o coroné da Vinci!
E ali no portão celeste
Leonardo mandou ver:
“Mano Brown, o que fizeste?
Olha com quem tu foi mexer!”
E o morto, incontinenti
Disse, ainda cheio de si:
“Pela minha auto-estima
Me diga imediatamente
Já que estamos aqui em cima:
Do que foi que eu morri?”
Leonardo, enfarado
Disse então: “Não sabes não?
Desde que foste publicado
Vendeste que nem sabão
Com tanta grana na conta
E o sucesso comercial
Encheste o cu de dinheiro
E o diagnóstico aponta:
Fodeste o intestino inteiro
Por obstrução anal!”
Nhonhô Brown disse: “Well,
Fiquei sem eira nem beira:
Vim parar logo no céu
Onde querem minha caveira
Se eu soubesse que ia dar bosta
Não fazia o bestseller
Fui mexer com um vespeiro
Que católico nenhum gosta
Devia sacar ligeiro:
Fui mais cego que a Hellen Keller!”
Mas coroné Leonardo
Que gostava de um mal-feito
Disse: “Alivio teu fardo
Nisso eu até que eu dou um jeito
Tu mexeste com a Igreja
Que de doido tá assim
Da Opus Dei fizeste pouco:
Um hospício, ora veja,
Que além de reunir louco
Ainda é a base do Alckmin!”
E o ralho prosseguiu:
“Vilipendiaste minha obra
Em nome do metal vil
Ali de arte nada sobra:
Foste venal, amiúde,
Fazendo um tal nonsense
Uma história tão maluca
Que serviu pra Hollywood
Vender como um suspense
Com o Tom Hanks de peruca!
Mas gostei de tua leréia
Posso até te reencarnar
Pois me ocorre uma idéia
E acho que tu vais gostar
Pra isso, te dou abrigo
E até cedo o mote:
Que tal um livro novo
Sacaneando meu inimigo
Que me esculhambava ao povo:
Michelangelo Buonarroti?!?”
E assim Nhonhô Dan Brown
Voltou ao mundo dos viventes
Fez um livro que era o tal
História sem precedentes
Narrando que a escultura
De Davi, desde o começo
Nada tinha a ver com glória
Trazia outra leitura
Era outra a história:
“Golias, eu não te esqueço!”
Ao Mirante, Nelson!
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