22.10.06

Fernando Rodrigues

O debate do SBT flopou – sejamos francos: foi um nada eleitoral esse debate de ontem à noite no SBT entre Lula e Alckmin. Hoje, as repercussões de cada um dizendo que venceu, que foi melhor, que apresentou mais dados... Baboseira pura.

Como era previsível, o tucano baixou o tom. Lula ficou naquela cantilena de números e números de seu governo. Nenhum dos dois explicou, de maneira convincente, o mais importante: como faria para que o Brasil cresça mais do que os níveis atuais.

E no final? Aquele bando de áulicos dos dois candidatos louvando a iniciativa maravilhosa e democrática do canal de TV que promoveu o encontro... No fundo, o maior ganhador é só a TV, que pode dizer com orgulho que rebocou os dois políticos para seu estúdio.

A maior contribuição do SBT foi oferecer um elemento extra para confirmar a falência do modelo em vigor desse tipo de debate. No primeiro turno, há aquela regra demencial de ter nanicos presentes. A pretexto de produzir democracia, a exigência é mero democratismo sem sentido. No segundo turno, todas as emissoras de TV querem fazer debate com regras complicadas que inviabilizam o verdadeiro embate entre os políticos.

“Candidato, o tema é educação. O sr. tem dois minutos”, diz o (a) moderador (a). Dois minutos para falar de educação?? Em seguida, o candidato fala sobre o que bem entende...

Por que não ter apenas uma única regra? “Candidatos, o srs. têm uma hora e meia para debater sobre o que quiserem. Podem começar. E cada module o seu tempo como quiser”.

Ah, mas daí seria uma carnificina, dirão os adoradores de regras e leis. Hummm, pode ser. Mas ficaria mais fácil saber quem é quem nesse deserto de idéias que se transformou a política. Até porque, falar sobre educação ou infra-estrutura em dois minutos com mais um minuto de tréplica é obviamente uma insanidade.

Fernando Rodrigues

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