Ordem e progresso
Inspirado na triologia das cores de Kieslowski lembrada no último post, comecei a redigir o roteiro de uma bi-logia das cores: verde e amarelo. Os nomes dos filmes serão "Verde" e - adivinhe - "Amarelo". Quando traduzidos para o francês, o russo e o suahili, os títulos poderão ser renomeados para "A ordem é verde" e "O progresso é amarelo".
O primeiro contará a história de um inglês que chega ao Brasil e tenta implantar sem sucesso seus ideais de ordem e método. Para dar a coloração verde que a fita requer, algumas cenas serão feitas num bananal no vale do Ribeira. Como o bananal entra na história é algo que ainda estou definindo. No fim, ele desiste e volta pra Europa.
O segundo filme narrará a vinda de um sul-coreano interessado em abrir uma fábrica de componentes eletrônicos no Brasil que, premido pela absurda carga tributária, pelos ridículos encargos sobre a folha de pagamento, pelos achaques sindicais, pela falta de infra-estrutura e, sobretudo, pela falta de cachorros sem vermes para comer, ele pica a mula de volta pra Coréia no final. A coloração amarela do filme será garantida por figurantes com febre amarela.
Antes de escrever a primeira linha dos roteiros, contudo, redigi meu discurso de agradecimento pelo Oscar que certamente há de vir. Tem seis laudas em frente e verso, tem tudo pra ser lembrado pelo resto da vida da minha mãe.
é por aqui que vai pra lá?
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