18.2.07

Depois de dois meses de férias, eis que minha vida acadêmica retorna nesta semana. Junto com ela, minha vida de escrava no Arquivo. Eu até que tava com saudade do arquivo, sabiam? Entrei lá, coloquei a bata, a máscara e o jugo e fui trabalhar. O NDIHR, meu local de trabalho, é um lugar sombrio, com muitas salas e poucos funcionários. Marinalva diz que ele precisa de uma reforminha porque "com esse piso velho eu num tenho nem vontade de vir trabalhar". Ela diz que não se sente estimulada, sabe. Agora tá explicado porque funcionários públicos de instituições antigas não trabalham: o problema é o piso...
Eu vou confessar que estava com saudade de Marinalva. Mas só até ela entrar pela porta de vidro do NDIHR e eu lembrar do que ela me faz passar. Na última semana antes das férias, Marinalva entrou na sala que eu estava e disse que o sutiã dela a estava machucando e queria que eu desse conta do problema. Mas ela disse isso tão alto que acho que o reitor, lá do outro lado da universidade imaginou que fosse com ele o pedido de ajuda. Já fiquei vermelha daí, porque o secretário do NDIRH estava no recinto ao lado. Como eu não estava conseguindo ajudá-la, a doida resolveu o caso de maneira bastante sutil: baixou a blusa, tirou o sutiã e ficou com os peitos de fora. Quase que eu caio pra trás de susto. O detalhe é que os peitos de Marinalva devem pesar 70kg cada, e, quando ela tirou o sutiã, veio aquela avalanche de peito na minha direção. Eu corri o máximo que pude e me joguei debaixo da mesa procurando abrigo. Na verdade, quando eu vi aquilo eu fiquei feito uma barata tonta dentro da sala sem saber o que fazer. Não sabia se jogava uma toalha, se fechava a porta, se gritava, se saia correndo. Aí eu fui fechar a porta. Só que a porta é de vidro. Iêi. E Marinalva lá, naquela calma, como se estivesse no banheiro da própria casa.
Saí do NDIHR nesse dia em estado de choque. E, desde então, rezo todo santo dia agradecendo a Deus, Nosso Senhor, pelo incômodo de Marinalva ter sido no sutiã, e não na calcinha.

circo sem futuro

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