25.12.08

Consultório do Dr. Osório

- O próximo!
- Bom dia, doutor.
- Ah, Sr. Villas... sente-se, por favor. Eu já estou com o resultado dos seus exames.
- E então, doutor?
- Eu vou lhe ser sincero, Sr. Villas... o resultado é bem preocupante. Não é fácil dizer isso, Sr. Villas, mas o senhor sofre de licantropia.
- ...
- A boa notícia é que existe tratamento.
-... licantropia?
- Eu sei, os casos de licantropia são raríssimos, mas infelizmente, ainda existem registros.
- ... de licantropia?
- Sim, senhor. Inclusive no ano passado foi registrado um no interior do Pará. Mas, como eu dizia, existe tratamento.
- ... licantropia? O senhor tem certeza que eu sofro de licantropia?
- Sr. Villas, eu entendo o que o senhor está passando por um momento complicado, mas o senhor foi diagnosticado com licantropia não apenas por mim, um colega meu confirmou o diagnóstico.
- Licantropia é a maldição do lobisomem, doutor! Quem mais seria maluco de confirmar um diagnóstico absurdo desses?
- Absurda é essa sua atitude de questionar o meu diagnóstico! Fique o senhor sabendo, Sr. Villas, que eu exerço medicina faz trinta anos. E saiba também que o meu colega, o Pai Totonho de Campinho é um profissional do mais alto gabarito!
- ...
- Bom, o importante é que eu tenho aqui comigo o tratamento, o senhor vai querer ou não?
- Doutor... abaixa essa arma, por favor...
- Sr. Villas, o senhor tem licantropia e o único jeito de curar licantropia é com balas de prata.
- Olha... calma, doutor. Vamos conversar... não tem outro remédio?
- Infelizmente o genérico está em falta...

Alea jacta est

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