18.12.02

Adoro leques. Tenho alguns que herdei de minha avó, mas que não são usáveis. São muito antigos, com pinturas que reproduzem damas na iminência de um desmaio ou ilustrando o que parece ser uma caça a raposa.

Mas de minha avó ficou o costume, o ensinamento e as histórias de códigos de flerte. Sim, coisas misteriosas como, leque fechado o rapaz não podia se aproximar,
leque aberto podia, abanar rapido queria dizer que sim...

Tenho outros, um de bali, um japones que parece mais uma barraca de praia, um espanhol, que é muito bonito, muito, mas é preto, então não dá pra usar por aí, no dia a dia; imagine, eu de saia de florzinha, tamanco holandes, camiseta branca, mochila e leque preto de renda, não dá!

Mas tenho um que é meu xodó, que quando entra setembro ele vai pra minha bolsa e só sai no inverno, ás vezes nem:). Comprei na Rua da Alfandega por 1,99 :) Ele é de madeira recortada e tem um penduradinho vermelho, até hoje tem o cheirinho do meu perfume, Mitsouko de Guerlain, que não compro há uns três anos.

Antigamente ficava todo mundo olhando e confesso que me sentia constrangida. Hoje em dia não abro mão. No verão então, impensável ficar sem ele. Ás vezes implicam comigo, dizem que não é moderno, nem ligo, leque é elegante. Quanto a não ser moderno bem, talvez eu já viva mesmo em outros tempos, pois além de leque eu adoro luvas. O clima não pede mas adoro luvas. Luvas e chapéus. E pérolas, adoro pérolas

ventilado do an.temp.im

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