23.12.02

Enquanto jantava, meu tio relembrava, nostálgico, da época em que morava no interior de MG, e o que comia.
"Lembra, Maria", ele diz a minha mãe, "daquela coalhada? A gente cortava, parecia requeijão, colocava açúcar e comia. Uma delícia!"
Eram tempos duros, a década de 60, num canto esquecido do interior brasileiro, minha mãe e os irmãos, filhos de lavradores, na "roça", como gostam de dizer. E, mesmo assim, ainda conseguem lembrar com carinho do lugar, das dificuldades e do que comiam. A coalhada com açúcar.

Aí eu me pergunto da minha futura nostalgia.

"Olha, filho, no começo do século nós nos alimentávamos de MIOJO!"
"Miojo, pai?"
"Miojo! Uma espécie de macarrão instantâneo, a gente fervia água, cozinhava ele, colocava um temperinho em pó."
"Instantâneo, pai?"
"Sim, demorava três minutos!"
"Mas que merda, pai!"

escorrido do Genérico Incolor

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