2.12.02

Eu me sinto como alguém que vivesse em um estado de suspensão cultural. A cultura do presente fica me espetando o tempo todo. E eu tenho que fingir que não estou sendo espetado e me dirigir à estante onde estão os clássicos. Ou então, se eu quiser um "produto cultural" (argh!) nacional, feito agora, e que preste, preciso fazer uma complexa pesquisa de editoras boas, de autores que conhecem autores que conhecem autores, fuçar aqui, fuçar ali, até descobrir algo que seja bom. E isso cansa. Às vezes eu fico cansado de ter que me cercar de tantos cuidados para não me expor à "lavagem cerebral" das modas culturais bonitinhas, "patrocinadas" pelos professores engajadinhos, espectadores da TV Cultura.

E a política está me dando mais nojo a cada dia que passa. E o engajamento dos jornalistas? O modo como a maioria deles realmente acredita que está prestando um grande serviço à humanidade. Começo a entender aqueles professores que passam a vida enclausurados em um obscuro departamento de estudos clássicos gregos, ou algo assim. Pra que se preocupar? Pra que gastar a vida brigando com quem não quer ver? Há tantos livros pra serem lidos. Será que realmente vale a pena se importar com presidentes, deputados e senadores? Será que o caos político-social não é resultado da politização geral de tudo e de todos?

sujeito Agonizando

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