Sabe aqueles dias em que suas tripas esquentam, algo na sua barriga parece estar fora do lugar, e você sabe que não é verminose nem disenteria?
Sabe quando suas veias se aquecem mais rápido do que de costume, e qualquer pergunta doce faz brotar dos seus lábios uma resposta ácida?
Sabe quando os pêlos da sua nuca ficam eriçados sem motivo aparente, as pessoas se tornam totalmente enfadonhas e a vida parece ser uma grande piada, cheia de espertos e otários, onde você interpreta o segundo papel?
Sabe quando seus amigos dão a impressão de terem se esquecido de você, mas você sabe que você é que se esqueceu deles?
Sabe quando as pessoas te ligam pra dizer que você sumiu, e você sabe que a falha é sua, mas acaba dando um esporro nelas e fazendo com que se sintam culpadas, só pra se sentir culpado em dobro assim que desliga o telefone?
Sabe quando todas as perguntas que te fazem têm respostas que você conhecia ontem, mas hoje não sabe mais quais são, porque provavelmente são todas mentiras e farsas que você engendrou, e nas quais agora não vê tanto sentido e lógica?
Sabe quando você sente que não é você mesmo, mas alguma contraparte maligna, que tomou seu lugar pra foder com a sua vida e ferrar tudo o que você construiu com esmero e carinho?
Sabe aqueles dias em que um olhar seu acompanhado do silêncio é capaz de passar todas as mensagens necessárias, enquanto seus discursos bestas e vazios não fazem sentido nem têm significado?
Sabe aqueles dias em que é melhor ficar em silêncio?
Pois é. Hoje é um dia daqueles...
destilado no Utopia Dilucular
16.12.02
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